quinta-feira, novembro 03, 2005
Imerecido
No duelo de estatísticas entre a equipa que não perde fora para as competições europeias há mais de um ano e a equipa que nunca tinha perdido em casa contra espanhóis foram aqueles que ganharam. Pela segunda vez em quatro dias o futebol foi ingrato para connosco. Não merecíamos ter empatado com a Naval e não merecíamos ter perdido com o Villarreal. Infelizmente, um frango do Rui Nereu aos 81 minutos deu aos espanhóis uma vitória com a qual já nem eles próprios contavam naquela altura.
Ao contrário do que tem sido habitual na Liga dos Campeões, entrámos muito mal no jogo. A 1ª parte foi totalmente do Villarreal, que teve dois lances de perigo: um remate do Forlán que passou ao lado e um do Riquelme que o Rui Nereu defendeu. Quanto a nós, com o Karagounis em campo em vez do Karyaka, o Nuno Gomes fica muito mais desacompanhado na frente, e com o Simão a 50% e a intermitência habitual do Geovanni não criámos uma verdadeira oportunidade de golo. O Villarreal melhorou imenso em relação ao jogo de há 15 dias e muito disso se deveu ao Josico e ao Senna (o “Petit” e o “Manuel Fernandes” deles) que, ao contrário da outra vez, estavam ambos disponíveis (no outro jogo, só o Jozico entrou e apenas na 2ª parte, e viu-se a diferença). Ainda por cima, foi um remate do Senna que decidiu a partida.
Na 2ª parte o jogo foi completamente diferente. Estivemos muito melhor, mais pressionantes e rápidos sobre a bola, e o Villarreal apostou tudo no contra-ataque. Infelizmente, não tivemos a sorte da Naval e o fiscal-de-linha anulou um golo ao Nuno Gomes por fora-de-jogo milimétrico, num lance igualzinho ao de sábado. Pouco depois criámos a melhor oportunidade de golo de todo o encontro quando o Nuno Gomes, descaído sobre a direita na grande-área, remata à figura do guarda-redes na sequência de uma óptima abertura do Petit. Com as entradas do Mantorras e do João Pereira (para os lugares do extenuado Karagounis e do Geovanni) a mensagem que veio do banco foi clara: o jogo era para ganhar! No entanto, a menos de 10 min. do fim o inesperado acontece. Num remate a 35 m da baliza, o Villarreal conta com a colaboração do Rui Nereu e coloca-se em vantagem. É certo que ninguém saiu ao caminho do Senna, permitindo-lhe rematar completamente à vontade, mas também estava a mais de três dezenas de metros da baliza! Não vamos crucificar um jovem de 19 anos, mas é óbvio que tem muitas culpas no golo (será que se o Quim tivesse sido operado quando devia, logo a seguir ao jogo em Villarreal, não estaria já disponível para jogar ontem?). Até ao fim do encontro demos mais uma prova de que somos uma grande equipa. Depois de o Koeman ter tirado um defesa (Anderson) e colocado um médio-ofensivo (Nuno Assis) - numa substituição que seria mais provável o clube regional ter respeito pelos adversários do que o Trapattoni a fazer - fomos para cima do Villarreal e tivemos dois lances que poderiam ter dado o empate: um remate do Petit que passou a rasar o poste e mesmo no último minuto uma boa jogada atacante que permitiu ao Léo ficar à vontade na grande-área e rematar, mas para nosso azar a bola foi interceptada por um defesa quando seguia na direcção da baliza.
Ficou demonstrado que a falta do Miccoli e o Simão a 50% nos fazem perder muito poder de fogo. Para complicar ainda mais as coisas, o Nélson deve ter feito o seu pior jogo com a camisola do Benfica em termos de cruzamentos, não tendo acertado um único da meia-dúzia que fez (acontece...). O meio-campo andou aos papéis na 1ª parte, mas recompôs-se na 2ª e o Nuno Gomes, muito desacompanhado, está com a pontaria afinada só a nível interno. Não percebi a titularidade do Anderson (com duas fífias nos dois últimos jogos deveria ter ficado no banco), que teve um grande erro ao deixar-se bater pelo Forlán no tal lance de perigo na 1ª parte. O Luisão esteve imperial como habitualmente, mas o melhor do Benfica foi o Léo. Que grande defesa-esquerdo! Não só se limita a defender como também cria bastante perigo quando avança no terreno.
Com a vitória do Lille frente ao Manchester, descemos para último lugar no grupo, mas a apenas dois pontos do 1º. Estamos no grupo mais equilibrado da Liga dos Campeões, mas temos impreterivelmente que ganhar em Paris daqui a três semanas. Nem o empate serve, já que se empatarmos continuaremos em último. De qualquer dos modos, o jogo frente ao Manchester vai ser decisivo para a nossa continuidade nas competições europeias (Champions ou Uefa) e seria muito frustrante se ficássemos de fora com o futebol que temos vindo a apresentar. A ilação a tirar deve ser “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje” e o nosso calculismo em Macnhester e Villarreal (“o empate basta, é um bom resultado fora de casa”) pode vir a sair-nos muito caro. Poderíamos, e deveríamos, ter feito mais para ganhar esses dois jogos (a realidade mostrou que estavam ambos ao nosso alcance) e, assim sendo, um remate a 35 m a oito minutos do fim já não teria feito tanta mossa. Mas vamos ter fé! Estamos a jogar bastante bem e a sorte não nos pode ser sempre tão madrasta.
Ao contrário do que tem sido habitual na Liga dos Campeões, entrámos muito mal no jogo. A 1ª parte foi totalmente do Villarreal, que teve dois lances de perigo: um remate do Forlán que passou ao lado e um do Riquelme que o Rui Nereu defendeu. Quanto a nós, com o Karagounis em campo em vez do Karyaka, o Nuno Gomes fica muito mais desacompanhado na frente, e com o Simão a 50% e a intermitência habitual do Geovanni não criámos uma verdadeira oportunidade de golo. O Villarreal melhorou imenso em relação ao jogo de há 15 dias e muito disso se deveu ao Josico e ao Senna (o “Petit” e o “Manuel Fernandes” deles) que, ao contrário da outra vez, estavam ambos disponíveis (no outro jogo, só o Jozico entrou e apenas na 2ª parte, e viu-se a diferença). Ainda por cima, foi um remate do Senna que decidiu a partida.
Na 2ª parte o jogo foi completamente diferente. Estivemos muito melhor, mais pressionantes e rápidos sobre a bola, e o Villarreal apostou tudo no contra-ataque. Infelizmente, não tivemos a sorte da Naval e o fiscal-de-linha anulou um golo ao Nuno Gomes por fora-de-jogo milimétrico, num lance igualzinho ao de sábado. Pouco depois criámos a melhor oportunidade de golo de todo o encontro quando o Nuno Gomes, descaído sobre a direita na grande-área, remata à figura do guarda-redes na sequência de uma óptima abertura do Petit. Com as entradas do Mantorras e do João Pereira (para os lugares do extenuado Karagounis e do Geovanni) a mensagem que veio do banco foi clara: o jogo era para ganhar! No entanto, a menos de 10 min. do fim o inesperado acontece. Num remate a 35 m da baliza, o Villarreal conta com a colaboração do Rui Nereu e coloca-se em vantagem. É certo que ninguém saiu ao caminho do Senna, permitindo-lhe rematar completamente à vontade, mas também estava a mais de três dezenas de metros da baliza! Não vamos crucificar um jovem de 19 anos, mas é óbvio que tem muitas culpas no golo (será que se o Quim tivesse sido operado quando devia, logo a seguir ao jogo em Villarreal, não estaria já disponível para jogar ontem?). Até ao fim do encontro demos mais uma prova de que somos uma grande equipa. Depois de o Koeman ter tirado um defesa (Anderson) e colocado um médio-ofensivo (Nuno Assis) - numa substituição que seria mais provável o clube regional ter respeito pelos adversários do que o Trapattoni a fazer - fomos para cima do Villarreal e tivemos dois lances que poderiam ter dado o empate: um remate do Petit que passou a rasar o poste e mesmo no último minuto uma boa jogada atacante que permitiu ao Léo ficar à vontade na grande-área e rematar, mas para nosso azar a bola foi interceptada por um defesa quando seguia na direcção da baliza.
Ficou demonstrado que a falta do Miccoli e o Simão a 50% nos fazem perder muito poder de fogo. Para complicar ainda mais as coisas, o Nélson deve ter feito o seu pior jogo com a camisola do Benfica em termos de cruzamentos, não tendo acertado um único da meia-dúzia que fez (acontece...). O meio-campo andou aos papéis na 1ª parte, mas recompôs-se na 2ª e o Nuno Gomes, muito desacompanhado, está com a pontaria afinada só a nível interno. Não percebi a titularidade do Anderson (com duas fífias nos dois últimos jogos deveria ter ficado no banco), que teve um grande erro ao deixar-se bater pelo Forlán no tal lance de perigo na 1ª parte. O Luisão esteve imperial como habitualmente, mas o melhor do Benfica foi o Léo. Que grande defesa-esquerdo! Não só se limita a defender como também cria bastante perigo quando avança no terreno.
Com a vitória do Lille frente ao Manchester, descemos para último lugar no grupo, mas a apenas dois pontos do 1º. Estamos no grupo mais equilibrado da Liga dos Campeões, mas temos impreterivelmente que ganhar em Paris daqui a três semanas. Nem o empate serve, já que se empatarmos continuaremos em último. De qualquer dos modos, o jogo frente ao Manchester vai ser decisivo para a nossa continuidade nas competições europeias (Champions ou Uefa) e seria muito frustrante se ficássemos de fora com o futebol que temos vindo a apresentar. A ilação a tirar deve ser “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje” e o nosso calculismo em Macnhester e Villarreal (“o empate basta, é um bom resultado fora de casa”) pode vir a sair-nos muito caro. Poderíamos, e deveríamos, ter feito mais para ganhar esses dois jogos (a realidade mostrou que estavam ambos ao nosso alcance) e, assim sendo, um remate a 35 m a oito minutos do fim já não teria feito tanta mossa. Mas vamos ter fé! Estamos a jogar bastante bem e a sorte não nos pode ser sempre tão madrasta.
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11 comentários:
Excelente análise.
SLB, relativamente ao jogo, nada tenho a acrescentar.
De facto, estamos a pagar por alguma falta de ambição revelada em jogos anteriores, atitude que eu até achei compreensível, numa estratégia que visava deixar a decisão para os jogos em casa.
Mas face ao resultado de ontem, esta estratégia acabou por resultar num tiro pela culatra, que não tendo sido "mortal", foi bastante contundente...
Num grupo onde o equilibrio é tão grande (mais ainda pelo facto de o Man Utd estar bastante abaixo do habitual), todos os pormenores do jogo contam e o factor sorte pode revelar-se decisivo.
A única forma de não estar tão sujeito ao factor sorte é, como disseste, materializando a superioridade, algo que o Benfica não conseguiu nos jogos fora, e ontem acabou por ser castigado por isso.
Não nos podemos esquecer que no ano passado, e sem retirar mérito à equipa, cujos recursos eram limitados, a sorte acabou por estar do nosso lado, não obstante as fracas exibições...
É verdade que não basta querer ganhar os jogos para os ganhar, efectivamente. Mas em Paris, o Benfica só pode ter um pensamento: ganhar! E ao contrário do que tem sucedido nos últimos jogos, não podemos deixar para a 2ª parte a tentativa de resolver o jogo.
Até lá, o Simão e o Quim deverão recuperar, e mesmo o Miccoli também o deverá fazer.
E que me lembre, não vamos ter nenhum jogador a disputar os play-off de apuramento para o Mundial, o que pode ser um factor importante nessa mesma recuperação.
Pelo menos apoio não vai faltar à equipa. Vamos ter um autêntico estádio da Luz em Paris. E para tudo ser perfeito, temos de saír de lá com a vitória.
Quero acrescentar uma coisa que poucas pessoas até agora comentaram, mas que é notável. Há quanto tempo não víamos uma comunhão tão grande entre adeptos e equipa? Este Benfica quando sofre um golo, sente-se ferido no orgulho e parte para cima do adversário. Este Benfica corre e deixa a alma em campo. Este Benfica não se contenta com um golo apenas se estiver a vencer. Ontem, apesar da derrota que só hoje senti verdadeiramente na pele, não saí do estádio zangado nem chateado. É impossível sentir-me assim quando vejo no relvado uma equipa que fez inteiramente por merecer os aplausos dos seus adeptos, mesmo apesar da derrota. Acho que é nestas alturas que o orgulho vem mais ao de cima.
Tal como já tinha dito no comentário ao jogo da Figueira falta profundidade ao nosso futebol. Não jogamos mal, mas os golos são poucos para a produção. Faltam finalizadores. Karadas, João Tomás, Delibasic, quem quiserem, mas tragam um matraquilho. O Mantorras acabou para o futebol. Só tem um joelho...
Há que dizer que o Villareal é uma grande equipa, que sabe o que faz e tem jogadores de nível técnico elevado. Tirar a bola ao Riquelme é um esforço, acompanhar o Forlan um pesadelo e a circulação de bola é boa. Acho que vão ganhar a Manchester ou pelo menos não perdem. Penso que jogámos aturdidos na 1ª parte e melhor na 2ª, mas não o suficiente para materializar, mesmo com algum azar à mistura. Mas o redes deles não fez uma grande defesa, fartámo-nos de atirar bolas para fora ou contra alguém. Grande jogo do Léo, bom também do Gomes, do Luisão e até do Nelson (excepto cruzamentos). Simão ausente, Anderson trapalhão, Petit e Fernandes regulares, Karagounis sem pernas e Geovanni quase zero total. Por fim o puto, deu um peru monumental, mas não pode ser crucificado. Só tem 19 anos e sem experiência destes andamentos. E ainda safou outras mais difíceis.
Em 15 dias o Villareal mudou para melhor e acho que o Lille também. Vamos ver em Paris, mas vai ser uma cruzada. Tenho esperança, mas receber o Man Utd com eles a precisar de ganhar não será bom.
E volto a frisar. Não há alternativas, o plantel não é curto, é curtissimo. Só a defesa tem opções, o resto é quase paisagem. Estou de acordo que há alguma comunhão entre adeptos e jogadores, mesmo com o treinador, embora não seja consensual. Mas até quando? Como será se as derrotas voltarem? E podes ter a certeza que quando começarmos a ter de usar o banco, que é limitado, elas vão voltar.
Agora espero pela mesma atitude no domingo contra o Rio Ave, que vai ser muito bichoso.
Abraço
Uma das estatisticas tinha que ceder!
GR1904: concordo inteiramente contigo. A simbiose desta equipa com os adeptos é algo que já não exisita há algum tempo e os aplausos no final, mesmo apesar da derrota, foram elucidativos disso mesmo. Acho que ninguém saiu do estádio chateado com a equipa, mas apenas com a falta de sorte. Confesso que é nas derrotas injustas que eu gosto mais de aplaudir o Benfica, porque apoiar nos bons momentos é muito fácil, mas é ao estar solidário com os jogadores perantes injustiças que a comunhão entre os (verdadeiros) adeptos e equipa é maior.
Guitar: faltam-nos alguns jogadores para o plantel ser mais equilibrado (ponta-de-lança, e substitutos à altura para o Geovanni e Simão), mas temos um banco muito melhor que o do ano passado.
Falei com o Hmemnon e quero saber até quando precisas de uma confirmação para o glorioso jantar no esstádio do benfas?
Tou com a agenda apertada...
Responde aqui ou no meu blog.
abraço.
PS
Tinha ideia de já ter escrito isto aqui hoje de manhã...
Corto Maltese: farei um novo post a lembrar do jantar durante este fim-de-semana, mas podes ficar já a saber que vou pedir as confirmações até 6ª feira às 18h.
P.S. - Não vi nenhuma mensagem tua aqui nos comentários...
O Nuno Gomes está a ser uma inutilidade na CL, perdemos em MU por culpa dele e nos outros jogos nada fez.
Hoje com o Rio Ave só fez um remate à baliza aos 72 minutos, muito pouco.
Parece-me que Nuno voltou ao seu normal, leva um jogo sem fazer um remate à baliza.
Anónimo: sem o Karyaka (na falta do Miccoli) para lhe dar apoio, o Nuno Gomes fica muito sozinho na frente. Ainda por cima foi marcado pelo calmeirão do Idalécio. Mas não vamos crucificá-lo por ter passado um jogo em banco, pois não?!
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