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segunda-feira, novembro 07, 2005

Erros grosseiros

Tal como disse o nosso treinador, não ganhámos ao Rio Ave muito por culpa própria, mas já é a segunda jornada consecutiva em que equívocos de um fiscal-de-linha nos custam uma vitória. No entanto, pelo que ambas as equipas produziram, o empate 2-2 seria justo não fosse o segundo golo do Rio Ave ter sido obtido na sequência de um claríssimo fora-de-jogo. O Rio Ave, ao invés do Gil Vicente, fez um jogo honesto, a trocar bem a bola entre os seus jogadores, sem constantes perdas de tempo e sem fazer pontaria às pernas dos nossos jogadores. Foi até agora a equipa adversária que melhor futebol praticou na Luz.

Sem o Simão (que sem estar em condições nunca deveria ter jogado contra o Villarreal) pela segunda vez consecutiva para o campeonato, o Koeman resolveu deixar o Manuel Fernandes e o Karyaka no banco e colocar o Beto e o João Pereira de início. Não percebi. Segundo o nosso treinador, a justificação para a não–titularidade do Manuel Fernandes é que ele é muito jovem, fez muitos jogos seguidos e estava muito cansado. Ora bem, um jogador com 19 anos não estará mais capacitado para resistir a uma série de jogos seguidos do que um de 30? Além disso, é impressão minha ou os campeonatos vão parar para a semana? Será que o Koeman quis poupar o Manuel Fernandes para o play-off dos Sub-21? Incompreensível... Quanto ao João Pereira, não se justifica a sua titularidade no lado direito do ataque num jogo em casa, ainda para mais com o Karagounis como nº 10. Como já aqui e noutros pontos da blogosfera benfiquista se escreveu, com o Karagounis naquela posição o Nuno Gomes fica muito desacompanhado no ataque, já que o grego tem tendência a vir atrás buscar a bola em vez de dar apoio ao ponta-de-lança e se constituir como segundo avançado. Assim sendo, não espanta que o nosso jogo tenha sido algo fraco e muito pouco fluido.

Ainda assim, tivemos o azar de sofrer dois golos em dois dos três remates que o Rio Ave fez à nossa baliza. Tal como na semana passada, um ligeiro desvio de um nosso defesa (neste caso, a cabeça do Luisão) fez com que o Rui Nereu não defendesse o remate do 1º golo. Foi um desvio tão subtil que só deu para reparar na repetição do lance no ângulo inverso na televisão, mas foi o suficiente para o Rui Nereu não poder chegar à bola. Conseguimos empatar num livre do Petit na sequência de uma falta sobre o Karagounis quase em cima da linha de grande-área. No estádio pareceu-me falta, mas não penalty (havia essa dúvida), só que estava a ouvir rádio e disseram que não tinha sido falta. No entanto, confirmei mais tarde pela televisão e houve MESMO falta (deveria ter suspeitado do antibenfiquismo típico da TSF). Há um toque na perna direita do Karagounis que o derruba, pelo que as afirmações do treinador do Rio Ave a contestar a legalidade do lance são injustificadas. A magnífica equipa de arbitragem liderada pelo Sr. Paulo Pereira já tinha assinalado anteriormente um fora-de-jogo inexistente ao Léo (que ficaria isolado) e mesmo no final da 1ª parte conseguiu não ver (ou não querer ver) o corte com a mão de um defensor na barreira a um livre do Karagounis. Mau demais para ser verdade...

Na 2ª parte, o mesmo fiscal-de-linha (Sr. José Carlos Santos) que assinalou o tal fora-de-jogo inexistente, não assinalou outro em que o jogador do Rio Ave está meio metro plantado à frente da nossa defesa, no lance de que resultaria o 2º golo do Rio Ave. Uma coisa é um lance em que os jogadores estão a correr e o fora-de-jogo é milimétrico, outra é um como este em que o jogador está parado na grande-área bem à frente dos defesas. Inacreditável... Ao contrário do que sucedeu em jogos anteriores quando estivemos em desvantagem, a nossa reacção neste não foi nada boa. A equipa pareceu cansada (7º jogo em 23 dias, não esqueçamos) e à falta dos jogadores referidos acrescente-se o jogo menos conseguido do Nélson e um Nuno Gomes muito marcado que justificam muito da nossa inoperância. Mesmo assim, conseguimos empatar novamente noutro livre do Petit a cinco minutos do fim. No estádio fiquei com a sensação de que não tinha sido falta sobre o Mantorras, mas mais tarde na televisão verifiquei que a falta existiu mesmo (o angolano foi agarrado pelo Idalécio). Até ao fim poderíamos ter sofrido mais um golo, no terceiro remate do Rio Ave (uma cabeçada na sequência de um canto, em que os nossos defesas se esqueceram do avançado), mas poderíamos igualmente ter marcado num remate fabuloso do Nuno Assis que passou a rasar a barra. Gostei de ver no final do jogo a equipa recolher aos balneários sem a assobiadela que costuma caracterizar os resultados negativos nosso estádio. Os adeptos estavam desiludidos com o desfecho do jogo, mas continuam com a equipa.

Os nossos rivais não tiveram tanta sorte como nós nos seus jogos. Em Paços de Ferreira, o clube regional demonstrou a vantagem de poder jogar com dois guarda-redes. Para além de o Vítor Baía ser o único guardião no mundo que pode defender com as mãos fora-de-área sem ser expulso, agora temos o César Peixoto que pode cortar bolas com a mão dentro da área sem ser assinalado o respectivo penalty (que poderia ter dado o 1-1 na altura). Na 2ª parte, há um golo anulado ao clube regional por um fora-de-jogo mal assinalado (deve ter sido em jeito de compensação). Em Alvalade assistimos ao ESCÂNDALO do ano! Se os lagartos tiverem um pouco de decência e vergonha na cara (eu sei que é difícil...) nunca mais falarão em “levados em colo” pelo menos até ao final do ano. Como é que um guarda-redes pode estar com as costas quase a bater na rede do fundo da sua baliza, esticar a mãos e defender uma bola em cima da linha de golo? Será o Ricardo o novo Plastic Man? Segundo o fiscal-de-linha António Neiva, sim. A bola estava mais de meio metro dentro da baliza e o golo que daria o empate ao União de Leiria não foi sancionado. Hão-de me dizer quando é que o Benfica teve um lance tão escandaloso como este decidido a nosso favor... E depois os grandes escândalos aconteceram no ano passado quando o Estoril mudou o lugar do jogo frente ao Benfica para não fazer as figuras tristes do V. Setúbal este ano, ou quando um jogador do Belenenses levantou os braços, a bola bateu neles e o árbitro assinalou penalty a nosso favor. Tenham dó...!

A brincar a brincar, nós temos menos quatro pontos em dois jogos e outros têm mais do que deveriam. Assim se ganham e perdem campeonatos...

3 comentários:

tma disse...

Tal como referiste, há que louvar o bom jogo do Rio Ave, embora isso não justifique o mau resultado/exibição do Benfica (melhor o resultado que a exibição, mesmo considerando que o 2º golo do Rio Ave foi precedido de off-side...).
Em relação à arbitragem, não teria sido problema se a equipa tivesse jogado bem... O que não significa que não seja um problema, mas isso já é outra história...
Em suma, estes resultado e exibição vêm confirmar o que foi dito no post e comentários sobre o jogo contra a Naval: precisamos de reforços, sobretudo para o ataque, pois precisamos de outras soluções para não estarmos tão dependentes de Miccoli, Simão e... Nélson...
O Nuno Gomes, sem apoio, já se sabe que não consegue resolve sozinho os problemas da equipa...

Anónimo disse...

Tal como já venho dizendo há muito tempo, a equipa é curta. Agora com sobrecarga de jogos e lesões excessivas não há outros jogadores para rodar e fazer descansar os mais sacrificados. Podem criticar o treinador porque realmente inventou o Pereira à direita e o Geovanni à esquerda, mas a verdade é que quando todos perguntavam porque não jogou o Karyaka ou o Assis, afinal o que é que eles fizeram quando entraram? NADA.
Está visto que o Karagounis, que é um grande jogador, agora fora de forma ou lesionado, não percebi ainda, não é um 10. Ficaria bem ao lado do Petit ou do Fernandes, um pouco mais á frente, ou mesmo descaído para a direita onde o deserto de ideias e de genica é GRITANTE. Sei que achas que o Geovanni serve, mas quanto tempo por jogo e de quantos em quantos jogos??
Depois o peso dos jogos já se faz sentir no Nelson e no Petit. O Simão já na quarta provavelmente não deveria ter jogado, mas vê-se bem o que acontece quando ele não está, mesmo em inferioridade.
A defesa meteu água que se fartou, apesar do Léo ter voltado a ser dos melhores. Desta vez não há culpas para o miúdo.
Vê bem, precisas de tirar o Simão quem metes? E se quiseres pôr o Geovanni na jarra, que entra? O Carlitos? O Pereira? O Beto? O Aguiar?
No ataque então ainda é pior. Queres dar mais força na frente quem pões? O Mantorras? O Geovanni? O Miccoli? O Assis. Coitado do Gomes que se farta de lutar. Ondes estás Karadas ou Delibasic ou Tomás ou outro qualquer que seja grande e liberte o Gomes.
É isto. Na defesa há soluções, no resto não. 25 jogadores é curto para Liga dos Campeões e Superliga. Mas se 4 ou 5 deles era melhor estarem na bancada a apoiar os colegas, então nem se fala.
Termino dizendo que tivemos sorte em empatar, porque não jogámos nada. Havia vontade, por isso os adeptos não assobiaram. Mas estão ROTOS, A CAÍR. E diga-se, o Rio Ave está bem arrumado e sabe o que faz, pressiona bem e tem jogadores rápidos.
Termino com a arbitragem, que foi mais uma ajuda a tudo o resto. Este rapaz de Viana já estava na minha lista negra, visto como "azulado" por dentro. Enfim, as habilidades do costume com os amarelos, mas já estamos habituados. Agora o fiscal foi de mais. Não apitou uma a nosso favor e teve influência directa no jogo. Mas, tal como já foi dito, se tivesses jogado melhor, nem estas rábulas nos teriam tirado a vitória. O resto é não querer ver o problema que temos e que vai agravar-se lá para frente, se formos em frente nos Campeões e não houver reforços A SÉRIO em Janeiro.

Um abraço

Anónimo disse...

1.Não contes com a "decência e vergonha" dos lagartos quanto ao - estou totalmente de acordo - escândalo do ano...até agora (temos que ir ao Bessa, e receber o Porto e o Sportém...jogos onde a probabibidade de crime é elevada). O novo Peseiro não é menos cretino do que o anterior. Mas não percebe que não vale a pena estar já a cantar de galo.... Se há coisa que os factos desportivos mais recentes vieram a demonstrar é que a associação recreativa de alvalade é formada por gente...pequena, os liliputianos de sempre.

2.O Benfica jogou a passo, e acusou muitíssimo a falta de Simão e Micoli. A equipa escalada pelo Koeman estava errada e descoordenada.

3.O João Pereira não é jogador para o Benfica. Não vale a pena insistir, só vai piorar as coisas (para ele, que ainda é novo e pode tentar novas profissões, e para o Koeman, pois um treinador em que os resultados não aparecem não se pode dar ao luxo de ser teimoso). JP é mau e não demonstra tendência para evoluir(começou a jogar no final da primeira temporada do Camacho). Fisicamente é ...um ácaro do pó debaixo de um tapete.

4.Karagounis e Geovanni só podem estar no onze se correrem muito, jogarem simples, e passarem muito e bem. Futebol é um jogo simples e tem que ser jogado rápido. Ou se corrigem, ou são corrigidos, ou então vamos ter problemas sérios pois ambos estão a produzir muito pouco.

5.Temos, como venho a dizer há mais de 3 anos a esta parte, UMA EQUIPA BAIXA E COM POUCA POUCA POTÊNCIA FÍSICA (é o nosso maior problema). Por isso, quando jogamos com equipas altas e fortes (Champions League, Gil Vicente, Rio Ave) TEMOS, E TEREMOS SEMPRE, PROBLEMAS. Como eu disse acima o futebol é um jogo simples e tem uma componente física elevada, sobretudo em alta competição.

6.Temos que ir às compras em Janeiro. Um extremo direito é urgente. Mas um ponta de lança também não seria disparatado.

7. Nos dois últimos jogos ficou provado que O SIMÃO NÃO PODE SAIR.

8.O campeonato ainda vai no início.

Saudações de glória