quinta-feira, novembro 04, 2004
"Podemos sofrer, mas não perder" - Trapattoni dixit
Pois é, alguém se importa de explicar ao Sr. Trapattoni que o Sport Lisboa e Benfica joga SEMPRE para ganhar? Não foi, não é e nunca será nossa tradição jogar para não perder! O nosso glorioso passado jamais o permitirá. Alguém lhe explica que uma das máximas do futebol é "quem joga para empatar acaba quase sempre por perder"? Foi demasiadamente má a nossa exibição hoje, sem velocidade, sem vontade e sem confiança. E porquê? Quem é que deu ordens aos jogadores para se fecharem todos lá atrás e partirem para o ataque à velocidade de caracol? Porque é que era importante "não perder"? Estaremos porventura numa eliminatória em que só uma das equipas é apurada? Serão estes jogos a eliminar? Porque é que não poderíamos jogar para ganhar? As declarações do Sr. Trapattoni ontem não auguravam nada de bom e, infelizmente, confirmaram-se na prática. O Benfica fez uma exibição paupérrima e foi goleado outra vez por uma equipa relativamente secundária e perfeitamente ao nosso alcance (ou melhor, ao alcance de uma equipa do Benfica que não fosse treinada por um senhor que se limita a jogar para "não perder").
Poderíamos até jogar mais na expectativa, mas tínhamos obrigação de, quando estivéssemos com a posse de bola, partirmos em velocidade para o contra-ataque. Até tínhamos jogadores para isso (Simão, Geovanni, João Pereira), mas nunca o fizemos. Houve várias coisas que correram muito mal: enquanto o Petit não voltar, continuaremos a jogar com 10; não tínhamos outra vez o Miguel e o Amoreirinha não é lateral-direito; o Geovanni desperdiça consecutivamente as oportunidades que lhe são dadas no seu lugar de "origem" (segundo ele); o nosso atacante em melhor forma continua a sentar-se no banco; o Nuno Gomes está irreconhecível e é sistematicamente impedido de jogar com outro ponta-de-lança ao seu lado; estamos a perder por 2-0 e trocamos um ponta-de-lança por um médio, com o Sokota no banco. O perigo que criámos ou foi por passes errados do adversários (quando o Simão se isolou) ou através de remates fortuitos (Manuel Fernandes ao poste e Karadas de cabeça). Raramente construímos uma jogada com princípio, meio e fim.
O Sr. Trapattoni veio dizer no final que, depois de sofrer o 1º golo, começou a pensar mais no jogo contra o V. Setúbal! Perdão?! Está 1-0 e já damos o jogo como perdido?! [correcção: afinal o Sr. Trapattoni fez este comentário a seguir ao 2-0, mas pela maneira como (não) jogámos bem poderia ter sido a seguir ao 1º golo; de qualquer modo, 2-0 é irrecuperável?! Nacional-clube regional, Benfica-Heerenveen?!] Mas o que é isto?! Ou se assume que o jogo pode ser perdido (como efectivamente poderia sem ficarmos eliminados de nada) e aí jogamos com os suplentes para poupar os titulares, ou temos um prestígio a defender e não é com derrotas consecutivas por 3-0 que o defendemos. Um "anderlecht" por época ainda se atura, mas este já é o segundo... No ano passado sofríamos muitos golos, apesar de também os marcarmos. Realmente estamos diferentes este ano, continuamos a sofrê-los, mas não os marcamos. Será preferível perder 4-3 contra o Inter ou 3-0 contra o Estugarda? Não se conseguirá arranjar um lugarzito de "prestígio" na FIFA ou UEFA para este senhor (como o clube regional fez há uns anitos com o Ivic) para irmos buscar o Camacho de volta? Espero, com toda a sinceridade, estar redondamente enganado e ter que fazer mea culpa no fim da época, mas, se continuarmos com esta mentalidade de "não perder", não vejo que possamos chegar a algum lado com o Sr. Trapattoni.
Poderíamos até jogar mais na expectativa, mas tínhamos obrigação de, quando estivéssemos com a posse de bola, partirmos em velocidade para o contra-ataque. Até tínhamos jogadores para isso (Simão, Geovanni, João Pereira), mas nunca o fizemos. Houve várias coisas que correram muito mal: enquanto o Petit não voltar, continuaremos a jogar com 10; não tínhamos outra vez o Miguel e o Amoreirinha não é lateral-direito; o Geovanni desperdiça consecutivamente as oportunidades que lhe são dadas no seu lugar de "origem" (segundo ele); o nosso atacante em melhor forma continua a sentar-se no banco; o Nuno Gomes está irreconhecível e é sistematicamente impedido de jogar com outro ponta-de-lança ao seu lado; estamos a perder por 2-0 e trocamos um ponta-de-lança por um médio, com o Sokota no banco. O perigo que criámos ou foi por passes errados do adversários (quando o Simão se isolou) ou através de remates fortuitos (Manuel Fernandes ao poste e Karadas de cabeça). Raramente construímos uma jogada com princípio, meio e fim.
O Sr. Trapattoni veio dizer no final que, depois de sofrer o 1º golo, começou a pensar mais no jogo contra o V. Setúbal! Perdão?! Está 1-0 e já damos o jogo como perdido?! [correcção: afinal o Sr. Trapattoni fez este comentário a seguir ao 2-0, mas pela maneira como (não) jogámos bem poderia ter sido a seguir ao 1º golo; de qualquer modo, 2-0 é irrecuperável?! Nacional-clube regional, Benfica-Heerenveen?!] Mas o que é isto?! Ou se assume que o jogo pode ser perdido (como efectivamente poderia sem ficarmos eliminados de nada) e aí jogamos com os suplentes para poupar os titulares, ou temos um prestígio a defender e não é com derrotas consecutivas por 3-0 que o defendemos. Um "anderlecht" por época ainda se atura, mas este já é o segundo... No ano passado sofríamos muitos golos, apesar de também os marcarmos. Realmente estamos diferentes este ano, continuamos a sofrê-los, mas não os marcamos. Será preferível perder 4-3 contra o Inter ou 3-0 contra o Estugarda? Não se conseguirá arranjar um lugarzito de "prestígio" na FIFA ou UEFA para este senhor (como o clube regional fez há uns anitos com o Ivic) para irmos buscar o Camacho de volta? Espero, com toda a sinceridade, estar redondamente enganado e ter que fazer mea culpa no fim da época, mas, se continuarmos com esta mentalidade de "não perder", não vejo que possamos chegar a algum lado com o Sr. Trapattoni.
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