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segunda-feira, novembro 29, 2004

Era de esperar...

Sem quatro titulares indiscutíveis, com o penalty do costume por marcar (o Sr. António Costa rouba-nos dois penalties em anos consecutivos em Leiria, quando será que acaba a carreira?), com uma bola ao poste com 0-0, sendo o guarda-redes adversário o melhor em campo e com o abono de família (Simão) desinspirado é natural que tenhamos sido derrotados. Isto tudo não invalida que a exibição tenha sido fraquíssima, na senda de exibições anteriores. Falta-nos alegria a jogar, alguns jogadores (Paulo Almeida e Geovanni, por exemplo) pura e simplesmente não existem, a quantidade de passes que efectuamos para o lado e para trás na zona de meio-campo é enorme, não há velocidade de processos, nomeadamente na transição da defesa para o ataque, enfim, há um sem-número de coisas que estão mal. Finalmente fizemos as três substituições e, de facto, melhorámos um pouco com o Zahovic, que, apesar de ter falhado um golo de baliza aberta, ao menos apareceu isolado à frente do guarda-redes e deu outra movimentação à equipa. A substituição de defesas-esquerdos já é mais difícil de entender e a não-utilização do Everson, com o meio-campo a não dar mostras de conseguir fazer pressão sobre o adversário, também (afinal, foi contratado para quê?).

O problema principal reside no discurso do treinador e na sua correspondência prática. Quando empatámos com o Braga em casa foi bom, porque "ao menos não perdemos e conquistámos mais um ponto". Quando perdemos com o clube regional (roubados, é certo), não havia motivos para alarme porque "ainda continuamos na frente". O empate com o Gil Vicente, o empate com o Rio Ave e a derrota em Leiria fazem parte de um "campeonato longo" e é importante "manter a cabeça fria". A equipa está formatada para jogar para trás, sempre na retranca, sem fazer pressão atacante sobre o adversário e assim é difícil ganhar jogos. Ontem, segundo o nosso treinador, "merecíamos pelo menos o empate" e a "equipa estava cansada do esforço (?) de quinta-feira". Lá está, se tivéssemos empatado o treinador estaria satisfeito porque, pelo menos, não teríamos perdido. Com este género de discurso, não estou a ver como é que os jogadores se capacitam e metem na cabeça que têm que fazer TUDO para ganhar e que o empate, para o Benfica, é quase sempre um mau resultado! E, já agora, que "esforço" fizemos na quinta-feira?! Foi a primeira meia-hora onde ainda jogámos qualquer coisita que nos cansou? Ou "esforçaram-se" muito durante a restante hora, onde nos limitámos a controlar o jogo e criámos somente duas oportunidade de golo? (Não houve uma outra equipa que também jogou quinta-feira, por acaso num sítio bem perto na ex-URSS? É estranho que, neste caso, o cansaço lhes tenha dado para marcar oito golos em dois jogos...)

Pelas minhas contas, ficaremos hoje a três pontos do 1º classificado e é um facto que "nada está perdido". Vamos ver é até quando...

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