Perdemos na lagartada por 1-0 e descemos para o 3º lugar do campeonato, porque o CRAC também ganhou em casa ao Boavista por 4-0, estando agora a dois pontos de ambos. Uma derrota é sempre má, mas esta foi particularmente dolorosa pelas circunstâncias em que ocorreu, que não abonam nada a nosso favor, nem do nosso treinador.
Perante uma equipa que mudou de treinador há três dias(!), nós devemos ter feito uma promessa de boas-vindas e, então, oferecemos, a 1ª parte ao adversário. Foi inconcebível o que se passou, dado que os jogadores lagartos chegavam invariavelmente primeiro à bola, ganhavam praticamente todos os lances divididos e mostravam uma atitude bem superior à nossa, que pareceu de um aburguesamento (quase) total... Foram eles os primeiros a criar perigo, com o Quenda a aparecer isolado em frente ao Trubin, mas o ucraniano fez bem a mancha e fechou a nossa baliza. Nós respondemos num livre directo do Kökçü, que o Israel defendeu para canto. No entanto, um falhanço incrível do Tomás Araújo, que tentou um corte em antecipação ao Gyökeres, mas falhou e deixou o sueco fazer a jogada pela linha, resultou no 1-0 para eles aos 29’, com o sueco a assistir o Catamo para este nos fazer novo golo...! Não conseguimos reagir, porque a lagartada manietava bem a nossa saída de bola e foi o Gyökeres a aproveitar outra falha do Tomás Araújo, num mau passe em zona proibida, para colocar o Trubin de novo à prova com um remate potente de fora da área.
A 2ª parte foi totalmente diferente por via da entrada do Leandro Barreiro para o lugar do desastrado Florentino, que não tinha praticamente acertado um passe ofensivo nos primeiros 45’. O luxemburguês fez-nos subir imenso de produção e a etapa complementar foi totalmente nossa. Grosso modo, tivemos três oportunidades, num centro-remate do Bah que o Israel defendeu, um grande falhanço do Amdouni, a novidade no onze, ao atirar por cima em vez de o remate ser rasteiro e uma cabeçada do Otamendi num canto. No entanto, quando foi altura de mexer na equipa, o Bruno Lage esteve invariavelmente mal. Tirou o Amdouni e o Aktürkoğlu para colocar o Pavlidis e o Beste, mas só aos 75’. Ou seja, foi só a 15’ do fim que alinhámos com um ponta-de-lança de área, num jogo em que estávamos a perder...! Não contente com isso, com o Schjelderup e o Rollheiser no banco, coloca o substituto do Carreras na lateral-esquerda mais uma vez a extremo. Ele, o Beste, que tinha sido de longe o pior jogador do Benfica frente ao Estoril! Não melhorámos nada com isto, antes pelo contrário. Se o Aktürkoğlu ficou demasiado tempo em campo, porque está claramente a perder a forma com que veio, o Amdouni poderia perfeitamente ter sido desviado para a esquerda para dar espaço ao grego no meio. A cinco minutos do fim, o Lage foi mais longe de tirou o Aursnes para colocar o Arthur Cabral. Não me lembro de outra ocasião em que tenham alinhado em simultâneo os dois pontas-de-lança, mas o Lage resolveu inventar num jogo desta importância. O resultado foi o esperado, fomos inexistentes nos minutos finais, fruto da óbvia dificuldade da equipa a interpretar este esquema de jogo com dois pontas-de-lança na frente. E nesses minutos, poderíamos mesmo ter sofrido o segundo golo, mas o Catamo felizmente foi egoísta e, num lance em superioridade numérica, resolveu rematar contra um defesa nosso, em vez de abrir na esquerda, onde tinha um colega isolado. Noutro contra-ataque dos lagartos, o Gyökeres proporcionou mais uma defesa ao Trubin.
Em termos individuais, só o Trubin esteve à altura do jogo, tendo sido o nosso melhor jogador. O Leandro Barreiro entrou muito bem depois do intervalo e, por este andar, prepara-se para roubar o lugar ao Florentino, que está a decair de produção. O Di María lutou muito, nunca se escondeu do jogo, mas não consegue fazer tudo sozinho. Ao invés, o Tomás Araújo terá feito a pior exibição desde que é titular, estando ligado ao resultado final pela forma como deixou o Gyökeres escapar. O Carreras também esteve de fugir na 1ª parte, tendo depois subido de produção (mas, mesmo assim, pouco). O Aktürkoğlu precisa desesperadamente de um pouco do banco, mas fazer um reset exibicional. O Kõkçü esteve igualmente a anos-luz do que costuma produzir. O Amdouni confirmou a ideia de que é bastante melhor a entrar durante o jogo do que a alinhar de início. O maior problema do Benfica foi esse mesmo: muitas das unidades nucleares estiveram abaixo do que era exigível.
Nunca poderíamos ter pedido este jogo, especialmente depois de os lagartos terem dado o estoiro na 2ª parte! Já não é nem a primeira, nem a segunda vez que o Lage lê muito mal o nosso jogo a partir do banco. Ou corrige isso rapidamente, ou não vamos a lado nenhum.
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