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sábado, dezembro 02, 2023

Impensável

Empatámos na 4ª feira em casa frente ao Inter Milão (3-3) e teremos agora de ir ganhar por dois golos de diferença a Salzburgo para continuarmos na Europa no novo ano. Depois de chegarmos ao intervalo a ganhar por 3-0, é óbvio que este resultado é uma tremenda desilusão, que ainda poderia ter sido pior dado que os italianos atiraram uma bola ao poste perto do final...
 
A nossa 1ª parte foi de sonho com um hat-trick do João Mário, o primeiro da carreira dele e o primeiro de um jogador do Benfica neste formato da Champions. Foram golos aos 5’, 13’ e 34’, com tripla assistência do Tengstedt. Os italianos, a alinhar com uma equipa B por causa do campeonato, foram totalmente surpreendidos com esta nossa postura e, à excepção de um lance em que o Arnautovic apareceu isolado frente ao Trubin, com este a fazer bem a mancha, não criaram perigo para a nossa baliza.
 
Confesso que ao intervalo me lembrei deste jogo frente ao Besiktas, em que desbaratámos uma vantagem de três golos, mas como este era em casa acreditei que isso não se voltasse a repetir. Puro engano! O treinador do Inter Milão não fez substituições ao intervalo, mas deve ter feito uma lobotomia aos seus jogadores que se transfiguraram na 2ª parte. Marcaram dois golos em sete minutos (51’ e 58’) pelo Arnautovic e Frattesi, e logo aí se percebeu que estávamos em muito maus lençóis. Do nosso banco, não vinha nada que pudesse ajudar a equipa, que deixou de conseguir criar tanto jogo ofensivo, mas mesmo assim o Tengstedt falhou o quarto golo ao permitir a intervenção de um defesa quando só tinha o guarda-redes pela frente. Os italianos lá iam fazendo substituições e refrescando a equipa, fazendo entrar os titulares, enquanto do nosso banco... nada! Até que aos 72’, o letão Sr. Andris Treimanis não assinala uma falta claríssima do Alexis Sánchez sobre o João Neves quase à entrada da área do Inter Mião e assinala outra muito duvidosa do Otamendi sobre o Thuram na nossa área no contra-ataque que se seguiu. Um autêntico ROUBO de igreja! No respectivo penalty, o Alexis Sánchez atirou para o lado contrário do Trubin e fez o 3-3. Continuo sem perceber a razão pela qual o nosso guarda-redes não se atira só depois de ver para onde a bola vai, porque com a sua altura ou o remate é muito colocado ou terá grandes hipóteses de defender o penalty. Como aconteceria neste caso. Aos 79(!), o Roger Schmidt lá se lembrou que havia um banco de suplentes, mas tirou o Florentino (é sempre a primeira opção para sair) e o Tengstedt para entrar o Kökçü e o Musa. Sem o Florentino em campo, deixamos de recuperar bolas tão à frente, mas claro que o nosso treinador nunca vê isso. Até final, ainda deu para o António Silva ser expulso por indicação do VAR, o croata Sr. Ivan Bebek, noutra decisão inacreditável, para o Inter Milão atirar ao poste mesmo em cima do apito final e para o Roger Schmidt perder tempo(!) com duas substituições aos 98’... Passei-me completamente com isto!
 
Em termos individuais, destaque para os três golos do João Mário e para as três assistências do Tengstedt, mas o melhor do Benfica para mim foi de longe o João Neves, que encheu o campo todo. Ao invés, os dois maiores desequilibradores do plantel, o Rafa e o Di María, estão a milhas da sua melhor forma, mas parece que têm sempre lugar cativo, assim como o João Mário, que marcou três golos, mas voltou ao seu apagançohabitual na 2ª parte...
 
Sem o António Silva, a precisar de marcar dois golos e sem ter os nossos adeptos na bancada (por causa do que uns acéfalos fizeram em San Sebastián), não teremos tarefa fácil na Áustria. No entanto, é bom que os jogadores do Benfica se mentalizem que seria PÉSSIMO para o clube estar a assistir no sofá às competições europeias no início de 2024...
 
P.S. – Sendo inconcebível que tenhamos deitado à rua uma vantagem de três golos, não deixar de ser assinalável que, em quatro jogos em dois anos frente a estes tipos, tenhamos sido roubados pela... quarta vez! O que em jogos tão equilibrados (uma derrota pela margem mínima e dois empates) é obviamente significativo.

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