Vencemos no passado sábado o Santa Clara na Luz por 4-1 no primeiro jogo do Bruno Lage neste seu regresso ao Benfica. Quando aos 21 segundos(!) de jogo, a bola entrou na nossa baliza, cheguei a temer o pior, mas conseguimos reequilibrar-nos a meio da 1ª parte e o mérito do triunfo é indiscutível.
O meu cepticismo acerca da vinda novamente do Bruno Lage está bem plasmado no post anterior, mas nada me dará mais prazer do que eu vir aqui daqui a uns tempos dizer que estava completamente errado, ao contrário do que sucedeu com o Roger Schmidt. Como seria de esperar, apesar do pouco tempo de treino, o Bruno Lage fez algumas alterações, nomeadamente do esquema táctico, ao passar para um 4-3-3, com o Kökçü e o Rollheiser no meio-campo, e a estreia absoluta do Aktürkoglu (vindo de um hat-trick pela Turquia) na esquerda. O tal golo madrugador pelo Vinícius, depois de uma tentativa de corte do Otamendi clamorosamente falhada, lançou a dúvida, mas depois houve uma reedição da anterior estreia do Bruno Lage, com uma reviravolta goleadora. Ainda nos demorámos um pouco a recompor, mas aos 27’ chegámos ao empate na estreia do Aktürkoglu, com um desvio fabuloso depois de uma abertura do Kökçü. Era fundamental não chegarmos ao intervalo a perder, mas até chegámos a vencer, porque aos 34’ o Florentino marcou o seu segundo golo como profissional, de cabeça, depois de uma assistência também de cabeça do Otamendi na sequência de um centro largo do Di María num canto curto. Mesmo em cima do apito do árbitro, ainda apanhámos um grande susto com um remate ao poste, estando o Trubin completamente batido.
A 2ª parte começou optimamente com o 3-1 logo aos 47’, noutro golo de cabeça, desta feita do António Silva num canto do Kökçü, que fez a segunda assistência do jogo. Aos 58’ assistimos ao melhor momento da partida, com um chapéu magnífico do Di María, muito bem lançado desde a defesa pelo Bah, que selou o resultado final. Que até poderia (e deveria) ter sido mais volumoso, porque os suplentes que depois entraram tiveram grandes oportunidades: o suíço Amdouni, também em estreia, e o Schjelderup ainda agora devem estar para saber como é que falharam um golo feito cada um, o suíço ainda atirou um livre directo à barra e o Cabral proporcionou uma defesa com os pés ao guarda-redes. Quanto ao Santa Clara, não criou oportunidades no segundo tempo.
Em termos individuais, não preciso de ver mais nada do Aktürkoglu: é craque! Não deve ainda saber de cor o nome de todos os companheiros de equipa, mas tem um perfume nos pés que não engana. O Kökçü foi fundamental com duas assistências, o Di María não estava a fazer um jogo particularmente bem conseguido, mas depois faz uma obra-prima daquelas, e o Pavlidis não marcou, mas não deu descanso à defesa contrária. O Carreras na lateral-esquerda foi dos melhores em campo e o Beste vai ter de pedalar bastante para chegar à titularidade. Quanto aos que entraram (especialmente, Amdouni, Schjelderup, Cabral e Prestianni), numa boa rotação do Bruno Lage, fizeram com que a equipa melhorasse, apesar de o resultado já estar feito, o que diz muito a favor deles.
Não irei embandeirar em arco (obviamente), mas fiquei agradado com o que vi. Não só pela reacção da equipa a um golo logo a abrir, como pela dinâmica atacante que durou o jogo todo. Nota-se mais alegria dos jogadores a jogar à bola e isso acaba por contagiar as bancadas. Iremos daqui a pouco jogar no inferno do Estrela Vermelha em Belgrado e será uma boa prova para aferir da aparente melhoria exibicional da equipa.
P.S. 1 – Acho muito bem as acções de apaziguamento dos adeptos que o Bruno Lage e o Benfica andam a fazer. Neste jogo, depositando uma coroa de flores no sector dos No Name, em homenagem aos três elementos que morreram há 30 anos numa viagem a Split. Para além disso, em praticamente todas as declarações que o Bruno Lage fez até agora, houve sempre uma palavra para as bancadas. É que não há equipa nenhuma do mundo que consiga ganhar, tendo os seus adeptos contra ela. É uma questão muito simples de perceber e que infelizmente não o foi num passado recente.
P.S. 2 – As provas nacionais pararam duas semanas por causa da Liga das Nações. Portugal jogou duas vezes no Estádio da Luz e obteve o mesmo resultado contra a Croácia e Escócia: 2-1. Contra os croatas, o resultado foi feito ainda na 1ª parte e foi um jogo menos problemático do que contra os escoceses, em que fomos para o intervalo a perder e só conseguimos o golo da vitória aos 88' através do Cristiano Ronaldo (que também marcou no primeiro jogo). As exibições forma na sendo do Europeu, ou seja, ainda nada convincentes. O Roberto Martínez parece que nunca consegue que a equipa renda mais do que o somatório individual dos jogadores.
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