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quarta-feira, novembro 13, 2024

60 anos

Goleámos o CRAC (4-1) no passado domingo e reduzimos a distância para eles para dois pontos, com um jogo em atraso, tendo a lagartada ainda a oito depois de terem ganho em Braga por 4-2, no último jogo do Ruben Amorim no banco (até qu’enfim!). Depois da tempestade de Munique, veio a bonança da Luz, com uma exibição convincente em especial na 2ª parte que deu origem a um resultado inusitado, dado que a última vez que tínhamos marcado quatro golos ao CRAC para o campeonato tinha sido há seis décadas!
 
Com o regresso do Florentino à titularidade e do Bah vindo de lesão, a equipa esteve muito bem desde o início, fazendo uma forte pressão sobre a linha defensiva do CRAC, que raramente conseguiu sair a jogar. Tendo feito aquele truque muito baixinho de escolher o nosso lado preferido do campo (para onde gostamos de atacar na 2ª parte), o CRAC até teve a primeira oportunidade num remate do Galeno por cima. Também nós pelo Di María atirámos ao lado, depois de o argentino ter sido bem desmarcado pelo Pavlidis. À passagem da vintena de minutos, o Sr. João Pinheiro não deu a lei da vantagem num lance óbvio e invalidou-nos um golo do Pavlidis. Uma vergonha! Mas aos 30’ marcámos mesmo numa boa abertura do Tomás Araújo para o Carreras, que puxou para dentro para o pé direito e não deu hipóteses ao Diogo Costa. Estávamos completamente por cima do jogo e uma grande jogada do Aktürkoğlu quase deu em novo golo logo a seguir, tendo pouco depois o Pavlidis atirado ao poste num remate rasteiro de pé esquerdo. Infelizmente cinco minutos antes do intervalo, algo inacreditável aconteceu: num dos topos da Luz foram acesas uma série de tochas e atiradas(!) para o relvado, obrigando à interrupção do jogo! Gente que não atingiu o estádio normal do desenvolvimento cerebral resolveu achar que era boa ideia cortar o ritmo do jogo, numa altura em que estávamos completamente por cima do CRAC...! É preciso ser-se muito acéfalo! O jogo esteve parado cerca de 2’ e, quando foi retomado, o Benfica veio desconcentrado e o CRAC fez a igualdade num cruzamento da esquerda, enorme falha do Otamendi e o Samu só teve de encostar...! Foi a primeira vez que vi uma claque da equipa da casa contribuir para um golo adversário! Imperdoável!
 
Confesso que estava muito apreensivo para a 2ª parte, porque julguei que o momentum do jogo tinha virado, até porque o público da Luz não estava em uníssono depois daquela bela cena... No entanto, felizmente, o nosso regresso ao relvado foi avassalador. Um remate do Aursnes de fora da área ao lado deu o mote e aos 56’ o mesmo Aurnes, depois de uma bola ganha pelo Aktürkoğlu isolou brilhantemente o Di María, que desviou do Diogo Costa à sua saída. Um remate à figura do Trubin do Fábio Vieira foi a única resposta do outro lado, mas aos 61’ fizemos nós o 3-1 num autogolo do central Nehuén Pérez, acossado pelo Pavlidis, depois de um centro da direita do Bah, muito bem desmarcado pelo Tomás Araújo. O CRAC sentiu naturalmente este golo, começou a fazer substituições, mas foi perdendo ligação entre os sectores até final. Como estava mais balanceado para a frente, nós fomos aproveitando para contra-atacar e ficámos a dever-nos um resultado ainda mais histórico. Só conseguimos mais um golo, aos 82’, num penalty do Di María a castigar pontapé na cara do Otamendi na sequência de um livre para a área. O nº 11 enganou o Diogo Costa na marcação do penalty, marcando daquela forma que me tira do sério, porque se o guarda-redes acerta o lado faz uma defesa muito fácil. Mas a bola entrou, que foi o que interessou. Até final, também esgotámos as substituições, mas mais ninguém voltou a marcar.
 
Destaque individual para o Di María com um bis, para o Aktürkoğlu que, apesar de não ter marcado, foi sempre uma seta apontada à baliza contrária, para o Pavlidis, que marcou um golo invalidado, atirou uma bola ao poste e ainda esteve quase a marcou o nosso terceiro golo, para o Aursnes no meio-campo (apesar de um passe muito arriscado que , por pouco, não isolou o Samu na nossa área...!) e para o Bah e Carreras nas laterais. O Florentino fez o trabalho do costume a meio-campo e é bom que se perceba que tem de ser titular na maior parte dos jogos. O Otamendi é que teve uma falha incompreensível no golo adversário. Mas globalmente a equipa exibiu-se toda em grande nível, dando uma boa resposta ao que se passou em Munique.
 
Iremos agora parar uma semana para as selecções e teremos a Taça de Portugal, quando regressarmos. Esperamos que este resultado histórico nos catapulte para um patamar exibicional mais constante, que nos permita voltar a conquistar troféus.

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