origem

sexta-feira, setembro 20, 2024

Dupla face

Entrámos muito bem no novo formato da Liga do Campeões, ao ganhar 2-1 ao Estrela Vermelha em Belgrado. Com oito jogos para disputar, a Uefa considera que duas vitórias e dois empates (8 pontos) serão suficientes para se ir ao play-off de acesso aos oitavos-de-final e, portanto, um triunfo fora é sempre fantástico.
 
Perante um estádio em efervescência, entrámos muitíssimo personalizados no jogo. Algo que não se via na Europa há dois anos! Controlámos perfeitamente os minutos iniciais, o Aktürkoğlu atirou a rasar ao poste pouco depois do apito inicial e inaugurou o marcador aos 9’ num desvio ao segundo poste, depois de um centro do Bah na sequência de uma jogada envolvente com o Di María. Melhor início não poderíamos desejar! O Estrela Vermelha reagiu, mas conseguimo-los conter, apesar de terem chegado uma ou outra vez à nossa baliza e aos 29’ elevámos para 2-0 num livre directo superiormente executado pelo Kökçü. Que golão! No entanto, cinco minutos depois tivemos o contratempo da lesão do Bah, que proporcionou a estreia (nada feliz, diga-se de passagem) do Kaboré. Até ao intervalo, conseguimos controlar os ímpetos dos sérvios, que só num remate de fora da área é que criaram algum perigo.
 
A 2ª parte foi bastante diferente, porque entrámos completamente a dormir, o que fez um contraste abissal com o que se passou no primeiro tempo. O Estrela Vermelha instalou-se no nosso meio-campo, atacando principalmente pela nossa direita (claro está...), onde o Kaboré estava aos papéis e o Di María não defende. Só que o Bruno Lage tem a vantagem de ser mais rápido a perceber as coisas do que o Schmidt e a reagir em conformidade, e fez entrar o Aursnes, vindo de lesão, logo aos 56’ para o lugar do apagado Rollheiser, trocando depois os extremos. Vindo o Aktürkoğlu para a direita, o Estrela Vermelha deixou de estar tão à-vontade e nós pudemos respirar um bocado. Tivemos uma boa oportunidade de resolver de vez a partida, mas o Kökçü não conseguiu centrar em condições para o Pavlidis, que só tinha de encostar. Os sérvios voltaram a insistir, mas o Otamendi e o António Silva estiveram irrepreensíveis no centro da defesa, principalmente nas bolas aéreas. O Lage hesitava no momento das últimas substituições e um dos candidatos a sair, o Di María, ainda teve um bom remate de fora da área, que passou a rasar a barra. Aos 86’, os nossos centrais tiveram a única falha da partida e o Milson reduziu para 1-2. O estádio voltou a acordar, o Lage lá meteu o Barreiro, Beste e Amdouni no lugar dos três da frente e o suíço ainda teve tempo para um fantástico remate de pé esquerdo, de ângulo complicado, ao poste! Dois jogos, pouquíssimos minutos em campo, e duas bolas no barrote! Os últimos momentos da partida foram um sufoco, com bolas bombeadas para a nossa área, mas a nossa defesa revelou-se à altura e conseguimos sair de Belgrado com uma importante vitória.
 
Destaque individual para ambos os turcos e não só pelos golos que marcaram. O Aktürkoğlu definitivamente não engana ninguém, tendo, ainda por cima, uma óptima relação com a baliza. Quanto ao Kökçü, parece outro em relação à temporada passada e constitui-se cada vez mais como o patrão da equipa. O Florentino foi outro a fazer uma boa exibição e a equipa é sempre melhor com ele em campo, já que consegue defender muito mais à frente, graças ao tampão que ele é. Já falei do bom jogo dos centrais e o Carreras também esteve em bom plano. Quanto aos menos, o Rollheiser passou muito ao lado do jogo e não colaborou nas marcações a meio-campo, como era suposto. Quanto ao Kaboré, assustou-me bastante em termos defensivos, sendo consecutivamente batido pelos adversários. E estamos a falar, com o devido respeito, do Estrela Vermelha...! Esperemos que a lesão do Bah não seja grave, porque o internacional do Burkina Fase até pode dar para a maioria dos jogos nacionais, mas os internacionais são outra coisa...
 
Iremos agora ao Bessa na 2ª feira e espera-se que a equipa continue na sua senda de crescimento, alimentada por estas duas importantes vitórias. Uma coisa é certa: deu bastante gozo ver aquela nossa 1ª parte. Foi um cheirinho do Benfica que todos nós desejamos: entrar sem medo, para ganhar, em qualquer campo.

Sem comentários: