segunda-feira, novembro 25, 2024
Magia total
Goleámos no sábado o E. Amadora por 7-0 na Luz e
qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. Mas este jogo vai
ficar lembrado para todo o sempre pelo hat-trick
nos primeiros 18’ de jogo de um jogador absolutamente genial que tivemos o
privilégio de ter querido regressar ao Benfica na parte final da sua carreira.
O que o Di María fez neste jogo não há muitos jogadores na história do futebol
que tenham conseguido fazer. Qualquer um dos três golos que marcou é muito bom,
mas claro que o segundo, um pontapé-de-bicicleta que deixou meio estádio com as
mãos na cabeça, entra no rol dos melhores golos de sempre que tivemos a fortuna
de ver no nosso estádio. Quando me perguntam “mas tu não falhas mesmo um jogo
do Benfica na Luz?”, não, falho, porque se por acaso não tivesse visto uma obra-prima
como aquela ao vivo, não me perdoaria para todos o sempre!
Quero acreditar que não foi só por estar a defrontar uma equipa da I Liga que o Bruno Lage não fez assim uma rotação tão grande na equipa. Espero que a lição do Pevidém e depois do Feyenoord tenha servido para alguma coisa, porque a equipa titular não teve andamento para os holandeses, dado que quase ninguém tinha jogado na Taça no fim-de-semana anterior (isto e a rábula do nevoeiro na Choupana na semana antes da anterior pausa para as selecções). As maiores novidades no onze foram o Samuel Soares e o Arthur Cabral, dado que o António Silva e o Beste são mais utilizados. Não poderíamos ter entrado melhor, com o Di María a começar o seu show aos 2’ na sua jogada típica de puxar a bola para o pé esquerdo estando na direita e disparando sem hipóteses para o guarda-redes Meixedo. Pouco depois, aos 5’, aconteceu o momento do jogo, com o Di María a tirar um adversário do caminho passando-lhe a bola por cima, e depois fazendo um pontapé de bicicleta A B S O L U T A M E N T E fabuloso! Costumo correr os meus companheiros de bancada a high fives a cada golo, mas neste só deu para ficar com as mãos na cabeça em total estado de incredulidade! Que perfeição absoluta! Por mim, o jogo poderia acabar logo ali aos 5’, porque depois daquilo era impossível melhorar! Para completar uma exibição memorável, aos 18’ o génio argentino fez o 3-0, de pé direito, num lance que seria invalidado se houvesse VAR, porque o Di María estava fora-de-jogo na recuperação de bola do Bah. O E. Amadora ficou naturalmente um pouco abananado depois disto, mas mesmo assim ainda conseguiu colocar o Samuel Soares à prova por duas vezes, com magníficas defesas. Se o Di María se destacou pela positiva, o Arthur Cabral teve um jogo agridoce. Até aos intervalo, falhou dois golos certos, em que só tinha de encostar, depois de cruzamentos na direita. Um deles, porque resolveu dar de calcanhar em vez de fazer um remate simples...!
Ao intervalo, o E. Amadora fez algumas substituições e surgiu mais afoito na 2ª parte. Nós também trocámos o apagado Beste pelo Aktürkoğlu. Mas foi novamente o Samuel Soares a destacar-se numa saída corajosa e muito boa aos pés de um adversário, depois de um cruzamento, que evitou um golo certo. Do nosso lado, à incredulidade pelo que fez o Di María nos primeiros 45’, juntou-se a incredulidade pelo que fez o Arthur Cabral no jogo todo. Se os falhanços na 1ª parte foram incríveis, os da 2ª conseguiram ser piores! Por duas vezes, esteve completamente sozinho à frente do guarda-redes e nem sequer acertou na baliza! Então, o quarto falhanço parecia que era para os Apanhados...! O Di María lá teve de entrar novamente em acção, num lance começado curiosamente pelo Arthur Cabral, e assistiu o Aktürkoğlu aos 59’ para o 4-0. O Bruno Lage começou a rodar a equipa e o Amdouni também molhou a sopa perto do final aos 81’, num lance muito parecido ao quarto falhanço do Arthur Cabral, mostrando-lhe como se faz. A assistência do Kökçü, que também tinha entrado, foi também fabulosa. Já tínhamos esgotámos as substituições ao 15’ do fim, mas o Bruno Lage fez muito bem em não tirar o Arthur Cabral que, apesar dos quatro(!) golos certos falhados, continuava a pedir a bola e a não se esconder do jogo. Comentei com os meus colegas de bancada que o jogo só acabaria quando o Arthur Cabral marcasse. Entretanto, a habitual mini-debandada de pessoas que acham que os jogos só têm 80’ já tinha começado... Estando na altura 5-0, eu bem as avisei no gozo que iriam perder o sétimo golo... Mas assim aconteceu! Depois de tanto falhanço, acrescido de um remate que o guarda-redes defendeu para canto, o Arthur Cabral lá marcou finalmente e que golão foi! Outro pontapé de bicicleta, depois de uma insistência do entretanto entrado Schjelderup aos 86’. O estádio e os colegas festejaram muito um golo que parecia que estava enguiçado. Em cima dos 90’, ainda deu para ele bisar, fazendo o 7-0 final, numa recarga a um remate do Florentino. O Sr. André Narciso devia estar com pressa para chegar a casa, porque não deu nem mais um segundo de compensação.
Individualmente, é óbvio que o destaque vai inteirinho para o Di María. Três golos e uma assistência falam por si. O Samuel Soares foi um dos que aproveitaram bem a oportunidade, ao efectuar três defesas muito boas. Também não desgostei do Rollheiser no lugar do Kökçü, embora sejam obviamente jogadores diferentes. Ao invés, o Aursnes terá feito dos piores 45’ pelo Benfica na 1ª parte, com imensos passes falhados, mas depois subiu de produção na 2ª. Quanto ao Arthur Cabral, foi a primeira vez que vi um ponta-de-lança do Benfica falhar quatro(!) golos feitos. Ou seja, se tivesse feito o que lhe competia, seria hoje notícia em todo o mundo por ter marcado seis golos! Só que não! De positivo acerca dele, o facto que já referi de não se ter ido abaixo com tanto falhanço e ter continuado activo no jogo. Teve a recompensa no final. Mas se o jogo não estivesse já resolvido, de certeza que não teria ouvido as palmas que ouviu...
Teremos nesta 4ª feira um desafio crucial na ida ao Mónaco para a Champions. Os franceses estão a fazer um óptimo campeonato, actualmente no 2º lugar, e não vai ser nada fácil. Mas não podemos de todo perder, caso contrário a qualificação para os play-off começa a ficar tremida.
P.S. – A provas nacionais pararam para a conclusão da Liga das Nações. Portugal goleou a Polónia por 5-1 em casa e depois empatou na Croácia (1-1), ficando em 1º lugar no grupo e indo defrontar agora a Dinamarca nos quartos-de-final desta competição. Nestas duas partidas, parece confirmar-se a tendência de que Portugal do Roberto Martínez só joga a alto nível em meia-parte de cada jogo. Frente aos polacos, a 1ª parte foi pavorosa e na 2ª marcámos cinco golos, com o Rafael Leão a inaugurar o marcador de cabeça, um bis do Cristiano Ronaldo (incluindo um de bicicleta), outro do Bruno Fernandes e o último do Pedro Neto. Na Croácia, foi ao contrário: a 1ª parte foi muito melhor do que a 2ª. O golo foi autoria do João Félix, num domínio delicioso depois de uma abertura igualmente magistral do Vitinha, e tivemos outras oportunidades para fechar o jogo, mas sofremos depois do intervalo e o empate acabou por ser merecido.
Quero acreditar que não foi só por estar a defrontar uma equipa da I Liga que o Bruno Lage não fez assim uma rotação tão grande na equipa. Espero que a lição do Pevidém e depois do Feyenoord tenha servido para alguma coisa, porque a equipa titular não teve andamento para os holandeses, dado que quase ninguém tinha jogado na Taça no fim-de-semana anterior (isto e a rábula do nevoeiro na Choupana na semana antes da anterior pausa para as selecções). As maiores novidades no onze foram o Samuel Soares e o Arthur Cabral, dado que o António Silva e o Beste são mais utilizados. Não poderíamos ter entrado melhor, com o Di María a começar o seu show aos 2’ na sua jogada típica de puxar a bola para o pé esquerdo estando na direita e disparando sem hipóteses para o guarda-redes Meixedo. Pouco depois, aos 5’, aconteceu o momento do jogo, com o Di María a tirar um adversário do caminho passando-lhe a bola por cima, e depois fazendo um pontapé de bicicleta A B S O L U T A M E N T E fabuloso! Costumo correr os meus companheiros de bancada a high fives a cada golo, mas neste só deu para ficar com as mãos na cabeça em total estado de incredulidade! Que perfeição absoluta! Por mim, o jogo poderia acabar logo ali aos 5’, porque depois daquilo era impossível melhorar! Para completar uma exibição memorável, aos 18’ o génio argentino fez o 3-0, de pé direito, num lance que seria invalidado se houvesse VAR, porque o Di María estava fora-de-jogo na recuperação de bola do Bah. O E. Amadora ficou naturalmente um pouco abananado depois disto, mas mesmo assim ainda conseguiu colocar o Samuel Soares à prova por duas vezes, com magníficas defesas. Se o Di María se destacou pela positiva, o Arthur Cabral teve um jogo agridoce. Até aos intervalo, falhou dois golos certos, em que só tinha de encostar, depois de cruzamentos na direita. Um deles, porque resolveu dar de calcanhar em vez de fazer um remate simples...!
Ao intervalo, o E. Amadora fez algumas substituições e surgiu mais afoito na 2ª parte. Nós também trocámos o apagado Beste pelo Aktürkoğlu. Mas foi novamente o Samuel Soares a destacar-se numa saída corajosa e muito boa aos pés de um adversário, depois de um cruzamento, que evitou um golo certo. Do nosso lado, à incredulidade pelo que fez o Di María nos primeiros 45’, juntou-se a incredulidade pelo que fez o Arthur Cabral no jogo todo. Se os falhanços na 1ª parte foram incríveis, os da 2ª conseguiram ser piores! Por duas vezes, esteve completamente sozinho à frente do guarda-redes e nem sequer acertou na baliza! Então, o quarto falhanço parecia que era para os Apanhados...! O Di María lá teve de entrar novamente em acção, num lance começado curiosamente pelo Arthur Cabral, e assistiu o Aktürkoğlu aos 59’ para o 4-0. O Bruno Lage começou a rodar a equipa e o Amdouni também molhou a sopa perto do final aos 81’, num lance muito parecido ao quarto falhanço do Arthur Cabral, mostrando-lhe como se faz. A assistência do Kökçü, que também tinha entrado, foi também fabulosa. Já tínhamos esgotámos as substituições ao 15’ do fim, mas o Bruno Lage fez muito bem em não tirar o Arthur Cabral que, apesar dos quatro(!) golos certos falhados, continuava a pedir a bola e a não se esconder do jogo. Comentei com os meus colegas de bancada que o jogo só acabaria quando o Arthur Cabral marcasse. Entretanto, a habitual mini-debandada de pessoas que acham que os jogos só têm 80’ já tinha começado... Estando na altura 5-0, eu bem as avisei no gozo que iriam perder o sétimo golo... Mas assim aconteceu! Depois de tanto falhanço, acrescido de um remate que o guarda-redes defendeu para canto, o Arthur Cabral lá marcou finalmente e que golão foi! Outro pontapé de bicicleta, depois de uma insistência do entretanto entrado Schjelderup aos 86’. O estádio e os colegas festejaram muito um golo que parecia que estava enguiçado. Em cima dos 90’, ainda deu para ele bisar, fazendo o 7-0 final, numa recarga a um remate do Florentino. O Sr. André Narciso devia estar com pressa para chegar a casa, porque não deu nem mais um segundo de compensação.
Individualmente, é óbvio que o destaque vai inteirinho para o Di María. Três golos e uma assistência falam por si. O Samuel Soares foi um dos que aproveitaram bem a oportunidade, ao efectuar três defesas muito boas. Também não desgostei do Rollheiser no lugar do Kökçü, embora sejam obviamente jogadores diferentes. Ao invés, o Aursnes terá feito dos piores 45’ pelo Benfica na 1ª parte, com imensos passes falhados, mas depois subiu de produção na 2ª. Quanto ao Arthur Cabral, foi a primeira vez que vi um ponta-de-lança do Benfica falhar quatro(!) golos feitos. Ou seja, se tivesse feito o que lhe competia, seria hoje notícia em todo o mundo por ter marcado seis golos! Só que não! De positivo acerca dele, o facto que já referi de não se ter ido abaixo com tanto falhanço e ter continuado activo no jogo. Teve a recompensa no final. Mas se o jogo não estivesse já resolvido, de certeza que não teria ouvido as palmas que ouviu...
Teremos nesta 4ª feira um desafio crucial na ida ao Mónaco para a Champions. Os franceses estão a fazer um óptimo campeonato, actualmente no 2º lugar, e não vai ser nada fácil. Mas não podemos de todo perder, caso contrário a qualificação para os play-off começa a ficar tremida.
P.S. – A provas nacionais pararam para a conclusão da Liga das Nações. Portugal goleou a Polónia por 5-1 em casa e depois empatou na Croácia (1-1), ficando em 1º lugar no grupo e indo defrontar agora a Dinamarca nos quartos-de-final desta competição. Nestas duas partidas, parece confirmar-se a tendência de que Portugal do Roberto Martínez só joga a alto nível em meia-parte de cada jogo. Frente aos polacos, a 1ª parte foi pavorosa e na 2ª marcámos cinco golos, com o Rafael Leão a inaugurar o marcador de cabeça, um bis do Cristiano Ronaldo (incluindo um de bicicleta), outro do Bruno Fernandes e o último do Pedro Neto. Na Croácia, foi ao contrário: a 1ª parte foi muito melhor do que a 2ª. O golo foi autoria do João Félix, num domínio delicioso depois de uma abertura igualmente magistral do Vitinha, e tivemos outras oportunidades para fechar o jogo, mas sofremos depois do intervalo e o empate acabou por ser merecido.
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