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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Finalmente, jogámos futebol!

Foi um dos nossos melhores jogos este ano. A bola circulou, fizemos boas triangulações e tabelas, pressionámos, dominámos enfim, jogámos futebol! Claro está que nos esquecemos da baliza, mas também não se pode fazer tudo de uma só vez. E só o facto de nos termos deixado de chouriçada para a frente já é um grande feito. Pode ser que agora passemos a jogar mais para a frente em vez de ser para o lado e para trás e que o Nuno Gomes aprenda que a função primordial de um ponta-de-lança é rematar à baliza e não passar a vida a fazer tabelas e tentar sempre colocar a bola nos colegas. Esperemos é que este tipo de jogo seja para continuar. Claro que o nosso treinador bem poderia ter arriscado um pouquinho mais, mas milagres (como colocar o Mantorras em vez no Bruno Aguiar aos 85 minutos) raramente acontecem e 0-0 em Braga não deixa de ser um bom resultado.

O clube regional lá nos continua a dar bastantes alegrias, com a sua escola de samba disfarçada de futebolistas sempre em grande forma. Esperemos é que o Guimarães, que já não sofre golos há cinco jornadas, quebre esta sequência na próxima jornada. Os comentários da TSF, do imparcial Costa Monteiro, é que foram muito engraçados, especialmente porque aquando da lesão do Palatsi (que demorou quatro minutos, devidamente compensados no fim, acrescente-se) disse: "sem estar a pôr em causa a lesão, o que é certo é que isto prejudica bastante o (e referiu o nome do clube regional)".

Os lagartos enganaram-se e enfiaram cinco ao Rio Ave sem o Ricardo Nascimento. Gostei bastante da discussão Sá Pinto-Liedson no penalty e da substituição deste ao intervalo. Ah, é verdade, já estava 4-0 e convinha não arriscar. Pois, pois...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

De regresso ao 1º lugar

Contra a pior equipa que vi este ano no Estádio da Luz (até a Oliveirense da 3ª Divisão joga mais do que a Académica), conseguimos a vitória mais calma deste ano. Nunca deu a ideia de que pudéssemos sofrer um golo. Mas até ao primeiro golo a nossa produção foi zero. O golo através de um canto caiu mesmo do céu e tranquilizou-nos. A partir daí, lá jogámos um pouquito mais e tivemos alguns lances interessantes de futebol. Não percebo porque é que contra equipas destas não jogamos com um só trinco e dois pontas-de-lança. Ah, é verdade, o nosso treinador é o Sr. Trapattoni... Contra os três últimos classificados conseguimos uns fantásticos seis pontos em nove possíveis e agora é que vamos ver: Braga (fora), Guimarães, clube regional (fora) e Nacional (fora). Continuo a duvidar que tenhamos estofo para tudo isto, mais Taça Uefa e de Portugal, mas pode ser que me engane. Desde que o Simão não se magoe...

O clube regional teve uma sorte imensa no Estoril, a sofrer uma bola no poste e um jogador isolado que falhou, mas agora acha que arranjou um novo Mourinho. Realmente, o Luis, perdão, Victor Fernandéz era, como disse a grande Leonor Pinhão, muito educado e pouco arrogante para aquela gente. Quanto aos lagartos, foi um fartote de rir. Sinceramente, estava à espera de um empatezinho, mas 3-0 com o 3º golo a ser marcado com o Marítimo já com 10 jogadores foi bom demais!

segunda-feira, janeiro 31, 2005

No Minho é que está virtude!

No estádio onde há quase quatro (!) meses conseguimos a última vitória fora, voltámos finalmente a triunfar. Se conseguirmos transferir todos os jogos futuros para o estádio do Guimarães, o campeonato já não nos deve fugir. Demonstrámos mais uma vez a nossa terrível dificuldade em jogar contra 10 jogadores, mas já jogámos um futebol um pouquinho mais agradável. Com o Nuno Assis em grande plano, deixámos (espero que de vez) o pontapé-para-a-frente como sistema de jogo e finalmente circulámos a bola por todos os jogadores atacantes, criando os desequilíbrios que nos permitiram marcar. Vamos lá a ver se com um "número 10" de volta, passamos a jogar à bola outra vez se bem que a instabilidade que sempre demonstrámos esta época não nos deixe estar optimistas.

Continuando com as virtudes dessa grande região, o Braga foi ganhar ao Dragon, o que nos tempos que correm nem se pode considerar grande proeza. Fantástico jogo a vulgarizar uma equipa que, de campeã, só tem as quinas. Nós demorámos uma época inteira, com o Artur Jorge a dar cabo de uma equipa que tinha sido campeã nacional, o clube regional demorou apenas meia-dúzia de meses para dar cabo de uma equipa campeã europeia! Para acabar tudo em beleza, excelente o regresso do Maniche, com uma entrada das suas que não deixou outro remédio ao árbitro que não expulsá-lo. É tão bonito quando as máscaras caem...

sexta-feira, janeiro 28, 2005

A sorte dos campeões

No melhor jogo do ano, fomos mais felizes. Também depois de vários jogos (noutras épocas) em que fomos os melhores e por uma razão ou outra não ganhámos, haveria de chegar a nossa vez. Não me custa reconhecer que, em termos de futebol jogado, os lagartos foram superiores. Tiveram mais tempo de posse de bola, construíram melhores jogadas atacantes e tiveram o domínio do jogo, mas em termos de ocasiões de golo as equipas equivaleram-se. Lá conseguimos construir a nossas em contra-ataque, o que é algo de inédito este ano, mas continuamos a não ter fio de jogo e a basear-nos no pontapé para a frente à espera que algo aconteça. Mas quando não está o Karadas, não é o Nuno Gomes que vai ganhar as bolas de cabeça, certamente.

Quando falo de sorte, refiro-me principalmente ao timing dos nossos golos, principalmente ao 2º e 3º, pouco depois dos golos dos lagartos. Muitos amigos meus benfiquistas disseram-me que ficariam contentes com qualquer resultado, porque se perdêssemos era uma maneira do Sr. Trapattoni se ir embora. Como eu acho que, passe o que se passar, ele ficará (infelizmente) até ao final desta época, o melhor era mesmo ganharmos! Sem os lagartos e o clube regional na Taça, temos mais que obrigação de a ganhar, mas a continuar a jogar assim será complicado.

P.S. - Lá vamos ficar mais um mês sem o Miguel... Desde quando é que só o jogador sabe se está em condições de actuar, como sugeriu o Sr. Trapattoni? Dados os antecedentes, não seria melhor tê-lo poupado? Não foi por se sentir capacitado para jogar mais cedo que o previsto que o Mantorras teve o grave problema que teve?

segunda-feira, janeiro 24, 2005

À deriva

Parecia impossível, mas afinal conseguimos. Fizemos a pior exibição da época com o Beira-Mar. Mais do que o resultado, o que é extremamente preocupante é a forma e a atitude que a equipa (não) demonstra em campo. Parecíamos uma equipa de "solteiros e casados", a táctica era chutar para a frente para a cabeça do Karadas e salve-se quem puder. Até o Miguel frisou no final do jogo que não percebe porque é que não fizemos o nosso jogo habitual de trocas de bola no meio-campo e procura das alas. Será que não se pode trocar o Sr. Trapattoni pelo Miguel?! É inacreditável que, a meio de uma época, nós não tenhamos fio de jogo, querer, vontade e não me venham dizer que não temos jogadores. No ano passado, o Camacho tinha um plantel pior que este ano e conseguíamos jogar à bola!

As razões para tão paupérrima exibição não são difíceis de encontrar: falta liderança dentro do campo, alguém que incite os jogadores a ultrapassar as adversidades do jogo. Numa palavra, falta um treinador. Está mais do que visto que com o Sr. Trapattoni vamos arrastar-nos até final da época, acabamos sempre os jogos num estado lastimável, completamente "rotos" e sem capacidade para empurrar o adversário para a sua área. As estatísticas não mentem e não é por acaso que, este ano, só por uma vez (Estoril) conseguimos dar a volta ao jogo, ou seja, quando sofremos um golo o melhor que podemos almejar é o empate, porque o "importante é não perder", já que o "campeonato é longo". O que tínhamos de garra e determinação no ano passado temos de apatia e impotência neste ano. Para além da preparação física bastante deficiente, há um enorme trabalho psicológico a fazer. Aliás, agora percebe-se melhor as consequências da dispensa do psicólogo que tínhamos no ano passado.

Por outro lado, o espírito de grupo que tínhamos perdeu-se. E aqui entra a mãozinha do Sr. Veiga. As dispensas do Argel, Zahovic e Sokota não são entendíveis a não ser que alguém esteja a lucrar financeiramente com isto. Estamos a falar de três jogadores com quase quatro anos de Benfica, que, mesmo que não fossem titulares indiscutíveis, eram muito importantes no balneário (leiam o que é que o Camacho diz do Argel no seu livro). Então a dispensa do Sokota é absolutamente incompreensível mesmo em termos técnicos. Quem é que é capaz de dizer que o Karadas é melhor do que ele? Dispensa-se, porque vem aí um avançado argentino que, afinal, vai para o Barcelona. E agora ficamos sem um nem outro. Ok, não se quer renovar, não se renova, mas o que é que ganhamos a estar a pagar-lhe o ordenado para ele estar na equipa B?!


Finalmente, temos outra vez um "caso Miguel". Ou seja, "Rio Ave - parte II". Será que o Sr. Trapattoni foi o único a não ver que ele não estava em condições para fazer os 90 minutos? E, claro, agora está em dúvida para o jogo contra os lagartos. Temo o pior na próxima 4ª feira...

terça-feira, janeiro 18, 2005

Glorioso - 4 - Caceteiros Futebol Clube - 0

Foi daqueles jogos que parecem de encomenda: vitória fácil e robusta, possibilidade dos adeptos se despedirem de um jogador e golo de outro dois anos depois. E não houve nenhum jogador do Benfica lesionado, apesar de várias tentativas nesse sentido feitas por esta equipa que faz de cada jogo uma demonstração de luta livre (há quem chame "agressividade"). Como se isto não bastasse, houve uma jogada em que, com o Petit lesionado e os nossos jogadores à espera que a bola fosse rematada para fora, os caceteiros seguem o jogo e quase faziam golo. Enfim, nada a que não estejamos já habituados em equipas daquela cidade, sempre tão conformes às regras do fair-play.

Em relação ao Glorioso, com os titulares todos de volta, não há dúvidas que as coisas piam mais fino. Apesar de não termos feito um jogo soberbo, foi bastante melhor do que os últimos (também piorar era difícil). Começámos bem, logo com um penalty no 2º minuto não assinalado, e tivemos uma meia-hora inicial de bastante pressing. Na 2ª parte, depois da expulsão do jogador adversário, mostrámos que afinal sabemos tirar proveito da vantagem numérica, o jogo tornou-se fácil e vá lá não parámos ao 2º golo. E o jogo até deu para o Trapattoni fazer a substituição mais arrojada da sua carreira: tirar um médio defensivo (Manuel Fernandes) e colocar um extremo (Carlitos)!

Mas o melhor estava reservado para o fim. O Argel pode despedir-se em paz dos adeptos, que lhe dispensaram uma ovação merecida. Apesar de não ser um jogador fora-de-série, longe disso, penso que foi bastante útil ao Benfica durante o tempo que cá esteve, nomeadamente pela garra que transmitia aos colegas. Aliás, basta lembrar o jogo contra o Nacional para a Taça no ano passado, em que a sua entrada para ponta-de-lança foi absolutamente fundamental para conseguirmos dar a volta ao jogo. Claro está que sofremos alguns golos por culpa sua, mas ninguém o pode acusar de falta de profissionalismo e de não ter dado o máximo nos jogos. Se o quisermos comparar com centrais de épocas anteriores como Paulo Madeira, Ronaldo, Paredão, King, Paulão, etc. vemos bem a diferença.

No último minuto veio a cereja no topo do bolo: grande golo (a bola foi intencionalmente desviada do guarda-redes e não rematada às cegas) do Mantorras! E foi bonito ver os festejos subsequentes de todos os jogadores convocados. Agora que ele está a regressar aos poucos (esperemos que à forma que o notabilizou), só falta ensinarem-lhe a olhar para os adversários para não se colocar constantemente em fora-de-jogo para que as nossas jogadas de ataque possam ser mais imprevisíveis.

Com os saborosos resultados do fim-de-semana (empate do clube regional em Coimbra e derrota dos lagartos contra o Nacional), voltámos a colar-nos ao 1º lugar. E com a equipa toda de volta pode ser que o Trapattoni não tenha hipóteses de fazer o seu catenaccio. Como referi em posts anteriores, era tão bom que me enganasse...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Zahovic e Sokota

As dispensas a meio da época de jogadores que têm sido titulares faz-me confusão. Se não se queria renovar contrato com eles ou são dispensados no início da época ou ficam até ao fim. Mas muitos benfiquistas terão ficado contentes com estas duas dispensas, o que não é manifestamente o meu caso. Em três anos e meio, tanto o Zahovic com o Sokota deram-nos mais alegrias do que tristezas.

Se, por um lado, compreendo que, tendo o Zahovic 34 anos, não se justificaria uma renovação de contrato, por outro convém não esquecer que, mesmo jogando a passo, era dos poucos jogadores que sabia colocar a bola jogável para os companheiros e que neste momento não temos mais nenhum "número 10" no plantel (tirando o inconsequente e "brinca na areia" Roger). Vai fazer-nos falta o seu jogo de tabelinhas e aberturas para o Simão e Nuno Gomes. Ou seja, acho que se justificaria plenamente a sua continuidade até ao final da época.

O caso do Sokota é ainda mais preocupante. Vamos trocar um jogador que, mesmo em manifesta má forma nesta época (curiosamente desde que se começou a falar da renovação ou não do contrato), é dos melhores marcadores do plantel e está identificado com o clube, por um argentino de 20 anos cuja valia pouca gente conhece e que virá para o Benfica em trânsito para um clube europeu? E será que é de pontas-de-lança que temos necessidade neste momento? Não será antes de médios e extremos? Não sei se o Sokota estava a pedir ou não muito dinheiro, mas talvez com um pouco de boa vontade se conseguisse chegar a acordo. Claro está que, se o Sokota tivesse renovado, já não viria outro e haveria alguém que não ganharia dinheiro com a transferência.

Mandarmos embora, a meio de uma época, jogadores que já estavam há um certo tempo no clube, que estavam entrosados com os companheiros e que ainda davam rendimento parece-me que é dar tiros no pé. Uma certeza tenho: com o Camacho isto nunca aconteceria.

P.S. - Ainda não era nascido para o ver jogar ao vivo, mas não me esqueço de quando vi na televisão o golão que o Cavém marcou ao Real Madrid na final da Taça dos Campeões em 1961/62. Paz à sua alma.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

lagartos - 2 - Sr. Trapattoni - 1

Por vezes penso que não vale mais a pena "bater no ceguinho", mas enquanto o ceguinho treinar o Glorioso SLB não me resta outra alternativa. A derrota era naturalmente esperada, aliás é o que geralmente acontece quando uma equipa entra em campo "para não perder", que é o "mais importante". Até ao 1º golo dos lagartos não existimos, depois cai-nos um golo do céu (que é como quem diz dos pés do Manuel Fernandes) e uma expulsão adversária justíssima. Óptimo, pensei eu, é agora que vamos mudar as coisas. Puro engano, continuámos a jogar da mesma maneira e conseguimos certamente entrar no Guiness (depois dos Pais Natal temos mais um recorde) com 1 remate (!) em 40 minutos de superioridade numérica. E o Sr. Trapattoni vem, no final do jogo, mostrar-se muito surpreendido com o facto de não termos atacado muito durante esse período. Porque é que será? Nós, que temos sido uma equipa de cariz eminentemente ofensivo, em busca constante do golo, com um treinador que gosta imenso de arriscar, não atacámos quando estivemos em superioridade numérica? Realmente, há coisas inexplicáveis na vida... Mesmo quando questionado pelos jornalistas, no final, sobre a razão pela qual a equipa não jogou como nos últimos 10 minutos, quando tivemos mais lances atacantes dos que nos 80 precedentes, o Sr. Trapattoni disse "pois, mas também poderíamos ter sofrido mais golos em contra-ataque"! E então, qual é o problema? Perdemos menos pontos do que se tivéssemos sofrido o 3º golo por estarmos a arriscar chegar ao empate?! O facto de, nos jogos decisivos (Anderlecht, Estugarda, clube regional, Rio Ave, lagartos), termos um empate e quatro derrotas é algo que nos faz encarar o futuro com "optimismo". O que vale é que o "campeonato" é longo"...

As duas únicas coisas positivas do jogo de Sábado foram o regresso do Mantorras (que grande finta sobre o Paíto!) e o facto de faltar menos um jogo para vermos o Sr. Trapattoni fora do Glorioso. Sim, porque quanto mais cedo acabar esta época melhor. Aliás, acho que o Mancini teve uma imensa falta de consideração em relação ao nosso treinador. Toda a gente sabe, como diz o Sr. Trapattoni, que com 0-2 o jogo está perdido, para mais aos 88 minutos (!), e não é que o treinador do Inter mandou a sua equipa para a frente e conseguiu dar a volta ao jogo em 4 minutos, ganhando por 3-2 à Sampdória? Que falta de respeito!

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Benfica - 4 - AD Oliveirense - 1

Confesso que foi das poucas vezes que saí do estádio com um sabor amargo na boca depois de uma vitória. Tive a experiência do que é ser adepto do clube regional e ganhar os jogos com "intervençãozinha arbitral". Posso dizer que é uma sensação bastante desagradável e é precisamente isto que nos separa dos adeptos do clube regional, que não se importam (gostam mesmo) de ganhar humilhando o adversário e com a ajuda do árbitro para ser tudo mais fácil. Os adeptos do Glorioso são diferentes e a prova disso são os poucos aplausos que dispensaram à equipa no fim do jogo e os comentários que fui ouvindo na bancada ao desenrolar dos acontecimentos. Poucos benfiquistas gostam de ganhar "ajudados". Todavia, uma coisa é ver os jogos ao vivo e outra é tirar dúvidas na televisão. In loco, não tive dúvidas que o 1º penalty é bem assinalado, no 2º tive dúvidas, o 3º achei claramente forçado e não me pareceu que a bola tivesse entrado no nosso 2º golo. Através da televisão confirmei que o 1º penalty o é de facto, o 2º também, no 3º fiquei com dúvidas e o 2º golo é bem validado. Conclusão: fomos provavelmente beneficiados no 3º penalty. O árbitro marcou mais de um penalty num jogo e depois? Se dois deles existiram de facto, qual é o problema? Na televisão, verifica-se que o árbitro só tem provavelmente um erro grave nos lances capitais, o que comparado com os supostos três erros graves que me pareceram ao vivo já não é mau.

Mas o essencial a reter talvez seja, mais uma vez, a paupérrima exibição que fizemos. Com uma série de jogadores em má forma (Simão, Karadas, Sokota, Fyssas) e outros lesionados torna-se difícil ganhar mesmo a uma equipa da 3ª Divisão. De positivo, a confirmação que o Alcides tem potencial para ser mesmo reforço, a velocidade do Carlitos (que nos deu dois penalties) e a nossa reacção na 2ª parte e no prolongamento. Apesar de tudo lutámos, mas aos jogadores do Glorioso SLB exige-se outras qualidades para além da combatividade. No entanto, quando temos um treinador que passa a vida a dizer que o "importante é não perder" não podemos ter grandes veleidades em relação às nossas exibições.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Benfica - 1 - Penafiel - 0

Vitória justa num jogo sem Miguel, Luisão, Ricardo Rocha, Manuel Fernandes e Nuno Gomes, ou seja, cinco titulares indiscutíveis. Para além disto, também "não tivemos" o Simão e o Petit, que fizeram dois piores jogos que tenho visto pelo Benfica, embora o Petit me pareça em condições físicas precárias. O jogo nem chegou a ser sofrido, porque o perigo que o Penafiel criou foi pouco ou nenhum. De positivo, a estreia do Alcides embora seja preciso vê-lo num jogo "a sério". Mas apesar destas contingências todas continuamos a jogar muito pouquinho. Nos 30 minutos iniciais jogámos bastante bem, mas depois voltou a monotonia habitual. A história dos ovos e omeletes é verdadeira e aplicável, mas jogarmos invariavelmente só meia-parte (e às vezes nem isso) é difícil de entender. Esperemos que, quando os lesionados voltarem, possamos jogar "para ganhar" em vez de "o importante ser não perder". Estamos no Natal e é este o meu desejo, ouviu Sr. Trapattoni? Mude o discurso e a atitude e pode ser que cheguemos a algum lado.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Afinal, só perdemos um ponto...

Claro que a falta de cinco (!) titulares indiscutíveis, incluindo três dos quatro defesas, faz mossa. Claro que quando a dupla de centrais é constituída por Argel e Amoreirinha não se podem esperar milagres (que, curiosamente, acontecem aos outros, que defrontam equipas obscuras colombianas em finais em vez de equipas reputadas da Argentina ou Brasil, e mesmo assim têm que ganhar nos penalties). Claro que o Simão tem direito a ter dias menos bons. Mas o que é inadmissível é o Benfica ter um treinador que diz estas duas "pérolas" no flash interview da Sport TV no final dos 4-1 no Restelo: "depois do 2-0, o jogo já estava perdido" e "com tantos titulares de fora o mais importante era não perder". Ficámos todos a saber que, afinal, só perdemos um ponto, porque segundo o nosso treinador o empate já era um bom resultado.

Voltamos a bater na mesma tecla: com este tipo de discurso como é que os jogadores do Benfica podem mostrar motivação e vontade de alterar resultados adversos? Percebeu-se perfeitamente na 2ª parte que os jogadores estavam descrentes na possibilidade de conseguir inverter o rumo do jogo. Quando o próprio treinador diz que dois golos de diferença, ainda na 1ª parte, são irrecuperáveis. Meu caro senhor Trapattoni: o único resultado que é bom para o Benfica é a vitória! Sempre foi e sempre será. Não quer dizer que a possa conseguir sempre, mas tem que lutar sempre por ela, mesmo que esteja a perder por dois, três ou quatro. Veja se mete de uma vez por todas na cabeça que o historial do Benfica não permite que se entre em campo com a ideia de que "o importante é não perder"! E que os sócios e adeptos não vão ficar satisfeitos, como o senhor provavelmente ficaria, se chegarmos ao fim do campeonato com mais 20 pontos do que temos agora, resultantes de 20 empates consecutivos, porque "o importante é não perder"...

Será que o Pai Natal não nos pode pôr o Camacho no sapatinho?

terça-feira, dezembro 07, 2004

Onde fica o ombro?

Ganhámos por 2-1 ao Estoril num jogo de bastante sofrimento e finalmente aproveitámos na íntegra (que é como quem diz, ganhando 3 pontos) um deslize do clube regional. Já há bastante tempo que isto não acontecia, mas alguma vez teria de ser. Continuamos a jogar muito pouco, estamos cada vez mais Simão-dependentes e a malapata das lesões parece não ter fim (dos titulares indiscutíveis já só falta o Simão magoar-se), mas ao menos regressámos às vitórias.

De qualquer maneira, o que mais vai ficar lembrado do jogo de ontem é que assistimos a uma das piores arbitragens de que há memória. Este jogo deveria ser mostrado a todos os candidatos a árbitros para lhes mostrar o que é apitar sem classe. O Estoril passou a maior parte do tempo a dar sarrafada, o Simão e o Zahovic foram violentamente derrubados em lances de possível contra-ataque e cartões amarelos nem vê-los. O Manuel Fernandes é agredido sem bola, responde, é expulso e o jogador do Estoril fica impune. Cada vez que o Karadas saltava à bola era falta atacante. Mas a grande discussão é sobre o penalty a nosso favor. Tenho algumas perguntas a este respeito: onde fica o ombro? Ficará no cotovelo, no braço ou na mão? O jogador do Estoril tocou ou não no Karadas? Se fosse no meio-campo era apitada falta ou não? É claro que o Karadas se aproveitou da situação e caiu de forma aparatosa, mas o que é certo é que foi desviado pelo adversário e não foi pelo ombro deste. Ao menos, neste caso, o árbitro não errou.

sábado, dezembro 04, 2004

clube regional - 0 - Beira-Mar - 1!!!

He, he, he, he, he! O clube regional teve a segunda derrota consecutiva em casa, algo que eu nunca me lembro de ter acontecido. O Beira-Mar, que convém recordar não ganhava há oito (!) jogos, foi triunfar no Dragon. O árbitro, coitado, num acto bastante corajoso lá arriscou ter que ser ouvido também pela juíza e conseguiu considerar uma simulação (expulsando com duplo amarelo) de um jogador aveirense uma jogada em que este foi derrubado, quando se ia isolar para a baliza do clube regional. Mas nem mesmo assim o clube das riscas conseguiu dar a volta ao resultado. Depois da alegria vespertina, com o presidente do clube regional a ser constituído arguido, todos os desportistas tiveram outra inesperada satisfação na noite de hoje. É o que se chama um dia perfeito!

P.S. - Será que é desta que o Glorioso aproveita uma escorregadela do clube acima citado para anular a diferença pontual? Cada vez mais me convenço que, se tivéssemos o Camacho, chegaríamos ao fim da primeira volta praticamente campeões!

Finalmente arguido!

Será desta? Sinceramente duvido... Como se diz aqui, no post Os campeões, "quando se acusa alguém sério e honesto, parece-me que quem estará mais interessado em esclarecer as coisas será o acusado, para que não restem dúvidas quanto à seriedade e honestidade que são postas em causa". No caso do presidente do clube regional, que foi hoje detido para interrogatório, nunca houve esta preocupação. Até que hoje foi a juíza, elle-même, a querer ouvi-lo. Pode ser que o que TODA a gente sabe, que o clube regional tem vindo a ser favorecido de forma ESCANDALOSA pelos árbitros durante os últimos 20 anos, seja finalmente provado e que os culpados sejam colocados onde merecem. Mas o mais certo é acontecer o que acontece invariavelmente no nosso país, ou seja, a montanha parir um rato. Todavia, a esperança é a última a morrer e desejamos todos ardentemente que esteja a mudar alguma coisa para que a pouca vergonha acabe de vez. Ou será que ainda há alguém que pense que um certo clube ser sistematicamente beneficiado pelas arbitragens é pura coincidência?

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Beveren - 0 - Benfica - 3

Facto #1 - O Benfica precisava, pelo menos, do empate para conseguir a qualificação para os 16avos de final da Taça Uefa;
Facto #2 - O Benfica tinha, à partida para o jogo, um golo de vantagem e o Estugarda seis. Sendo o critério de desempate a diferença de golos, se o Benfica ganhasse ao Beveren por 6-0 ficaria com um golo de vantagem em relação ao Estugarda. Ou seja, o Estugarda teria de ganhar por mais de um golo ao Zagreb na última jornada. Se ganhássemos por 7-0, o Estugarda teria de ganhar por mais de dois e assim sucessivamente;
Facto #3 - Ganhar por 6-0 seria complicado, mas o Beveren tinha perdido 5-1 com o Estugarda e 6-1 com o Dínamo Zagreb. Para além do mais, a partir dos cinco minutos ficámos a jogar contra 10 com a expulsão do guarda-redes;
Facto #4 - A diferença entre ficar em 1º ou 2º lugar no grupo é a diferença entre apanhar equipas como presumivelmente Basileia, Besiktas, Club Brugges, Sochaux, Villareal, Auxerre e Zenit ou Liverpool, Real Madrid, Ajax, Fenerbahçe, Panathinaikos, Celtic e Valência;
Facto #5 - Durante a 1ª parte criámos oportunidades mais do que suficientes para fazer até mais que seis golos, mas na 2ª inexplicavelmente deixámos de jogar;
Facto #6 - A não ser que o Estugarda não ganhe o jogo com o Dínamo de Zagreb (o que, relembrando o que o Zagreb jogou na Luz, irá ser bastante difícil de acontecer), lá ficaremos no 2º lugar.

A minha pergunta é: porque é que não tentámos, nomeadamente na 2ª parte, marcar mais golos? Porque é que passámos o tempo todo a jogar para o lado e para trás? Mesmo a jogar a passo, não poderíamos ter sido um pouco mais objectivos na procura do golo? Será que é assim tão indiferente ficar em 1º ou 2º? Ganhámos por 3-0, mas convém não esquecer que a equipa deles é muito fraca e que jogámos contra 10 praticamente o jogo todo. Parece que estamos sem alegria a jogar e, quando estamos em vantagem no marcador, nos esquecemos que o objectivo de um jogo de futebol continua a ser meter a bola na baliza adversária. A jogar desta maneira não entusiasmamos ninguém e o pior é que não estou a ver ganharmos algum título. Mas espero bem que me engane...