segunda-feira, agosto 09, 2021
Da Rússia com amor
Vencemos na 4ª feira passada o Spartak de Moscovo na Rússia por 2-0 e estamos bem encaminhados para os eliminar na 3ª pré-eliminatória de acesso à fase de grupo das Liga dos Campeões. Depois de uma pré-temporada com alguns jogos sofríveis (no seguimento da inenarrável temporada anterior), confesso que que a exibição me surpreendeu bastante e o resultado só peca por escasso. Muitos dirão que o Spartak se mostrou um adversário muito fraco, mas e o PAOK no ano passado? Era um colosso...?!
O Jesus, ao contrário do que sugeriu na conferência de imprensa, voltou ao esquema de três centrais (perfeitamente escusada esta rábula, não gosto nada que um treinador do Benfica minta de propósito) e fomos dominadores logo desde o início. Tivemos várias ocasiões na 1ª parte, com um cabeceamento do Diogo Gonçalves bem defendido pelo guarda-redes Maksimenko, um remate de trivela do Rafa ligeiramente ao lado e o Pizzi a destacar-se pela negativa (poderia ter feito um hat-trick e nem uma entrou...). Do lado oposto, só um remate fora da área deu trabalho ao Vlachodimos. Depois de ter sido titular na maior parte da pré-temporada e de ter marcado golos, o Gonçalo Ramos foi para o banco, mas ainda entrou antes do intervalo a substituir o lesionado Seferovic. Chegados ao descanso, cheguei a temer uma reedição de Salónica, dado que na 1ª parte na Grécia também nos fartámos de falhar golos e depois aconteceu o que aconteceu.
No entanto, a 2ª parte não poderia ter começado melhor com o 1-0 para nós aos 50’, depois de uma boa triangulação entre o Pizzi, João Mário e Rafa, com este a fuzilar autenticamente o guarda-redes. Ao contrário do que foi habitual durante a maior parte dos jogos na temporada passada, não nos entretivemos a “controlar o jogo” (o que eu odeio quando fazemos isto...!) e tentámos sempre aumentar a vantagem. O Gonçalo Ramos teve uma boa chance para tal, ao desviar uma bola num canto já na pequena-área, mas esta saiu ao lado. Aos 74’, um óptimo passe do Lucas Veríssimo para a área isolou o entretanto entrado Gilberto, que rematou com força sem hipóteses para o guarda-redes, estreando-se a marcar pelo Benfica e logo num jogo desta importância. Até final, também o Everton, que tinha igualmente entrado, teve um bom remate em arco, mas o Maksimenko impediu que déssemos a estocada final na eliminatória.
Em termos individuais, destaque para o João Mário, que constitui uma melhoria considerável em relação ao inenarrável “passa-para-o-lado-passa-para-trás-emperra-o-jogo” Taarabt. Não é de grandes correrias com a bola, mas ao menos fá-la andar para a frente. O Rafa esteve também em evidência, com um golo e uma série de arrancadas que desestabilizaram a defensiva russa. O Gonçalo Ramos entrou muitíssimo bem e foi claramente superior ao Seferovic (aliás, não percebo a sua não-titularidade, dado que foi o melhor marcador da pré-temporada...). Os três centrais controlaram perfeitamente o ataque contrário e o Vlachodimos defendeu quando era preciso, dando muito mais segurança do que o Helton Leite. O mal-amado Gilberto (confesso que não percebo a perseguição que alguns adeptos lhe fazem, está muito longe de ser dos piores laterais-direitos que passaram pelo Benfica) marcou um golo que pode ser decisivo.
Com a nova regra da Uefa, que retirou os golos fora como critério de desempate, haverá certamente muitos mais prolongamentos e eventualmente penalties. No entanto, nesta eliminatória, isto favorece-nos, porque, se acontecer uma desgraça e perdermos por dois golos, iremos sempre a prolongamento. Mas claro que com a superioridade que demonstrámos na 1ª mão, não passa pela cabeça de ninguém que não consigamos nova vitória, num jogo em que FINALMENTE poderemos regressar ao estádio!
P.S. – Sim, ainda estou vivo. Férias em sítio com pouca rede impediram-me de postar mais cedo. As minhas desculpas por isso. (Podem recolher os foguetes que não se livram de mim tão cedo...!)
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2 comentários:
Pensei que tinhas morrido enfartado com a prisão do Vieira. Mas afinal foi a vergonha que te deixou caladinho. A falta da rede serviu de desculpa para o silencio.
A minha vergonha é tanta que até o teu comentário é publicado...! Haverá tempo para falar disso. No limite, quando as eleições foram marcadas. Há assuntos que não podem ser tratados levianamente, especialmente com a gravidade daquele que se passou.
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