quinta-feira, novembro 28, 2019
Frustrante
Empatámos
em Leipzig por 2-2 e dissemos adeus à Liga dos Campeões. Se me propusessem este
resultado antes do jogo (e dado o nosso miserável histórico recente), diria
logo que sim, mas chegar aos 89’ a ganhar por 2-0 e depois empatar a partida
foi uma desilusão muito grande.
Finalmente,
ao quinto jogo da Champions,
resolvemos jogar com os habituais titulares. E, surpresa das surpresas(...!),
fizemos a nossa melhor exibição. O meio-campo foi formado pelo Gabriel e
Taarabt, e estivemos compactos a maior parte do tempo, embora a não sair tantas
vezes para o ataque como seria desejável. Inaugurámos o marcador aos 20’, numa
rara jogada de transição ofensiva, com uma troca de bola de primeira entre o
Vinícius e o Taarabt, o marroquino a centrar atrasado, um defesa a cortar mal,
e o Pizzi a rematar de primeira de pé esquerdo, com a bola ainda a desviar num
defesa antes de entrar. Os alemães sentiram um pouco o golo, apesar de logo a
seguir a ele nos ter valido o Vlachodimos que defendeu o remate de um
adversário isolado. Até ao intervalo, ainda tiveram um par de remates algo
perigosos, mas com o desenrolar do tempo conseguimos ir sacudindo a pressão e
em cima do intervalo tivemos uma óptima oportunidade, com o Pizzi a atirar à
barra depois de um canto.
Na 2ª
parte, defendemos um pouco melhor e, devido a esse facto, conseguimos passar
mais vezes do meio-campo. Numa dessas ocasiões, aos 59’, o Taarabt fez um passe
para o Carlos Vinícius, que dominou mal a bola, mas defesa atrás dele escorregou,
o que o permitiu isolar-se e, perante a saída do guarda-redes, desviasse a bola
para a baliza, fazendo o 2-0. Como acidentalmente bateu com a perna na cabeça do
guarda-redes Gulácsi, este teve que ser substituído, o que, juntamente com a verdadeira
agressão que o Vlachodimos sofreu um pouco antes (e que o árbitro nem amarelo mostrou)
fez com que houvesse nove minutos de compensação no final da partida, o que
acabou por nos prejudicar. Se este resultado se mantivesse no final, bastar-nos-ia ganhar ao Zenit para nos
qualificamos para os oitavos da Champions. Os alemães pressionaram-nos, mas a
nossa defesa esteve bem durante grande parte do jogo, embora ainda apanhássemos
um ou outro susto. A pouco menos de dez minutos do fim, o Raúl de Tomás entrou
para o lugar do estourado C. Vinícius e logo depois esteve perto de marcar o
golo do ano: remate de antes do meio-campo que o guarda-redes contrário
defendeu com a ponta dos dedos…! Estava tudo mais ou menos controlado, quando
aos 89’ numa bola bombeada para a área, o Rúben Dias mancha a sua fantástica
exibição até ao momento e faz um penalty por agarrão ao adversário. É certo que
este tinha ganho a posição ao nosso central e estava preparado para rematar,
mas um penalty por agarrão é sempre um penalty estúpido, porque nem sequer se
tenta jogar a bola. O Forberg não perdoou e reduziu para 1-2. Ainda com nove
minutos para jogar, igualávamos o resultado de Lisboa, o que faria com que
estivéssemos dependentes de uma não-vitória do Lyon no último jogo para
podermos seguir na Champions (tendo
sempre que ganhar aos russos, claro está). Só que aos 93’, os neurónios do
Bruno Lage só podem ter adormecido, porque ele achou que o que precisávamos era
de colocar o Caio Lucas em campo…! Claro que o Pizzi estava estourado, mas era
óbvio que era o Florentino quem devia ter entrado para travar o forcing final alemão. Ou ele ou até o
Zlobin para o meio-campo, mas nunca alguém que preenche a quota da CERCI futebolística
brasileira, que aparentemente temos sempre que ter no nosso plantel (Paulo Almeida,
Everson, Edcarlos, Éder Luís, Felipe Meneses, Bruno Cortez, Emerson, Felipe
Augusto, Douglas a lista é infelizmente infindável). Aos 95’, um erro de
marcação na área permitiu ao Forberg cabecear à vontade, empatar o jogo,
qualificar os alemães, atirar-nos para fora da Champions e com a ida à Liga Europa muito tremida (não basta só ganhar aos russos). No último lance
do jogo, tivemos uma excelente oportunidade, mas infelizmente a bola foi para o
Caio Lucas e abstenho-me de comentar aquilo
que ele fez…
Em
termos individuais, o Rúben Dias estava a ser dos melhores, mas aquele penalty
estragou tudo. O Chiquinho também se movimentou muito bem em termos defensivos.
O Vlachodimos salvou-nos um par de vezes e não teve culpa nos golos. De resto,
não houve grandes exibições individuais, mas muita capacidade de luta e
sacrifício. Quanto ao Caio Lucas, desejo-lhe um feliz Natal no Brasil e que dê
a todos nós a melhor prenda possível: leve todos os seus pertences de volta!
Tivemos
nós jogado sempre a Liga dos Campeões com este empenho (e esta equipa, já
agora) e não estaríamos a chorar agora uma eliminação. Aliás, o que me preocupa
mais é mesmo a possível não ida à Liga Europa (ou ganhamos 2-0 aos russos ou,
se eles marcarem, terá de ser por uma diferença de três golos). Ver a Europa no
sofá em 2020 é péssimo para o nosso prestígio, que já tem sido bem posto em causa
com estas prestações vergonhosas nas três últimas Champions.
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