domingo, agosto 11, 2019
Lisonjeiro
Goleámos o Paços de Ferreira na abertura do campeonato por
5-0 e, com a maravilhosa vitória do Gil Vicente sobre o CRAC, ficámos desde já
com três pontos de vantagem em relação a eles. Utilizando um chavão comum, foi “melhor
o resultado do que a exibição”. E o Bruno Lage deu a entender mais ou menos o mesmo
na conferência de imprensa no final do jogo. Pode parecer despropositado dizer
isto num 5-0, mas o que é facto é que já fizemos jogos mais brilhantes do que
ontem.
Com a lesão do Gabriel (espero que nunca mais jogue frente
aos lagartos, é a segunda lesão consecutiva
frente a eles!), o Bruno Lage apostou na dupla de meio-campo que finalizou a época
passada: Florentino e Samaris. O Paços de Ferreira surpreendeu-me, porque não
se limitou a colocar o autocarro,
saiu a jogar por várias vezes e conseguiu manietar o nosso jogo durante bastante
tempo. Claro que para isso também houve a contribuição da pouca inspiração da
maioria dos nossos jogadores e uma quantidade inusitada de passes errados. O
Seferovic a falhar um desvio à boca da baliza logo no início, o Grimaldo a atirar
a rasar a barra num canto à Camacho e
um passe do Pizzi a ser interceptado antes de chegar a dois jogadores em
excelente posição foram as oportunidades que tivemos, antes de inaugurar o
marcador aos 26’ num golaço do Nuno Tavares: remate em arco de pé esquerdo, bem
de fora-da-área e bola ao canto superior esquerdo da baliza do Ricardo Ribeiro.
Cinco minutos depois, um defesa do Paços interceptou a bola com a mão na área e
o Pizzi não perdoou no penalty, atirando rasteiro para o lado direito da baliza.
Sem maravilhar, longe disso, ficámos de repente com uma vantagem de dois golos.
Mas também a tivemos frente ao Belenenses na época passada e depois aconteceu o
que aconteceu, pelo que não convinha baixar a guarda, até porque o Paços nunca
desistiu, tendo inclusive marcado um golo, mas que foi anulado por
fora-de-jogo. Em cima do intervalo e na sequência de um canto, o Samaris ficou
em óptima posição, mas fez pontaria ao terceiro anel.
Com a palestra do Lage ao intervalo, esperava uma melhoria
para a 2ª parte, mas tal não sucedeu logo no reinício. Mesmo assim, numa jogada
de insistência, o Samaris voltou a ter só o Ricardo Ribeiro pela frente, mas
este conseguiu parar o remate do grego. O Paços não conseguia criar muitas
situações de perigo, mas nós também só chegávamos à baliza contrária através de
contra-ataques. Num desses lances, o Seferovic falhou escandalosamente o
terceiro golo ao rematar muito torto depois de desmarcado pelo Pizzi. Aos 65’,
o jogo começou a perder o relativo equilíbrio que vinha tendo com o segundo
amarelo ao Bernardo Martins, que agarrou o Nuno Tavares quando este partia para
o contra-ataque. Logo a seguir, o Chiquinho entrou para o lugar do De Tomás e
aos 70’ foi ele, depois de muito bem desmarcado pelo Nuno Tavares, a fazer a assistência
para o Seferovic acabar de vez com as dúvidas. Cinco minutos depois, o marcador
aumentou com o bis do Pizzi, num remate
cruzado rasteiro, depois de assistido
pelo Nuno Tavares. A pouco mais de 10’ do final, entrou o Jota e estreou-se o
Carlos Vinícius para os lugares do Rafa e Samaris, tendo o Chiquinho recuado
para o meio-campo. O que eu mais gosto neste Benfica actual é este killer instinct: só se deixa de procurar
o golo quando o árbitro apita para o final. Parecemos os tubarões: cheiramos um
pouco de sangue e atacamos logo. Assim sendo, o Jota teve uma boa oportunidade
de fazer o quinto, mas o guarda-redes defendeu o seu remate cruzado quase sem
saber como. Acabou por ser o Carlos Vinícius a fazer o 5-0 na estreia pelo
Benfica, apenas seis minutos depois de entrar em campo: cruzamento do Nuno
Tavares aos 84’ e o possante brasileiro só teve que encostar. Até final, nada
de mais relevante se passou.
O que dizer de um jogador que errou bastantes passes, não
esteve tão inspirado quanto em jogos anteriores, mas marcou dois golos e fez o
passe para outro? Que foi dos melhores em campo, claro! E é verdade que o Pizzi
foi eleito o “homem do jogo”, mas para mim esse epíteto deveria ir para o Nuno
Tavares: um golão, duas assistências e uma ‘pré-’assistência no segundo jogo oficial
pelo Benfica, ainda para mais estando a alinhar fora da sua posição natural, é
um feito que deve ser realçado. Os centrais Rúben Dias e Ferro estiveram
imperiais, e o Florentino voltou a exibir-se em excelente plano, nomeadamente a
roubar bolas aos adversários. Boa entrada no jogo do Chiquinho, com uma assistência,
e menção honrosa igualmente para a estreia com golo do Carlos Vinícius.
Uma ‘manita’ para começar o campeonato é sempre bom, embora o
Filó, treinador do Paços, tenha dito que eles jogaram bem (o que é verdade) e
fizeram “um resultado igual ao Sporting”. No entanto, tal como disse o Lage no
final, há que olhar não só para o resultado como para a exibição. E essa já foi
melhor noutros jogos. Só que estamos com uma confiança tal que, mesmo não
jogando uma maravilha, conseguimos dar cinco...!
P.S. – Aconteceu na semana passada na Supertaça e voltou a
repetir-se ontem. O árbitro, neste caso o Sr. Manuel Oliveira, deu um minuto de
compensação! UM minuto! Com seis substituições e uma assistência ao Grimaldo na
2ª parte, teriam de ser no mínimo quatro. Gostaria muito de saber se, quando
houver um jogo em que estejamos a ganhar só por um golo, os árbitros também só vão
dar um minuto de compensação... É que, como já li por aí, quero
ver como será se o campeonato se decidir na diferença de golos...!
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1 comentário:
Também acho que dar 1 min de compensação é ordinário. É cumprir as regras.
É duro, mas é assim.
Só uma nota:o Nuno fez dois passes para golo :)
Abraço benfiquista.
Francisco Angelino
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