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sexta-feira, março 15, 2019

Nos quartos

Vencemos o Dínamo Zagreb no prolongamento por 3-0, depois de 1-0 no tempo regulamentar, e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga Europa. Foi uma qualificação justa, mas com um possível preço alto em termos físicos, porque jogámos mais meia-hora do que era suposto e temos um jogo muito importante para o campeonato em Moreira de Cónegos a menos de 72h deste.

O Bruno Lage fez algumas poupanças na equipa titular e lançou o Yuri Ribeiro, Fejsa, Zivkovic e Jota. Infelizmente, demos 45’ de avanço aos croatas, porque raramente os conseguimos pressionar e consequentemente as ocasiões de golo foram escassas. A ala esquerda (Yuri e Zivkovic) desperdiçou esta oportunidade e já nem voltou para a 2ª parte. O Jota teve algumas movimentações interessantes, mas não me parece que seja para jogar a avançado. Fez dupla com o Rafa e, como seria de esperar, não conseguimos ter presença na área. Com o Jonas no banco, faltou um avançado de raiz e continuo a achar que a decisão de deixar sair os dois avançados em simultâneo em Janeiro é muito questionável. Só dois remates, do Pizzi e Rafa, e ambos já depois dos 35’ colocaram o guarda-redes adversário à prova.

Logo no reinício, entraram o Jonas e o Grimaldo e tudo melhorou de forma quase imediata. Pressionámos muito mais o Dínamo Zagreb, mas continuámos a falhar alguns passes em zona decisiva e a ter alguma cerimónia na hora de rematar à baliza. Esgotámos as substituições com a entrada do João Félix para o lugar do Jota aos 62’ e marcámos finalmente o golo que igualou a eliminatória aos 71’: bola conduzida pelo Ferro, lançamento para o Pizzi na área, este amortece de cabeça para trás, onde o Jonas se enquadra e remata de primeira sem hipóteses para o Livakovic. Tentámos evitar o prolongamento, mas um remate em arco do Jonas foi defendido pelo guarda-redes e noutro lance o João Félix falhou completamente o desvio na sequência de um livre, tendo a bola saído pela linha lateral. No último minuto da compensação, foi a vez do Vlachodimos estar bem ao desviar a bola num canto, quando um adversário por trás se preparava para cabecear.

O prolongamento não estava no programa, mas o principal era conseguirmos o apuramento e foi neste período que estivemos melhor em temos exibicionais. Até pertenceu aos croatas a primeira oportunidade, com o Vlachodimos a não conseguir agarrar um remate de meia-distância e o Rúben Dias a atirar para canto, todavia respondemos logo a seguir noutro remate do Jonas sacudido pelo Livakovic. Aos 94’, aconteceu o principal momento do jogo: canto curto a nosso favor, a defesa croata alivia mal, o Ferro recupera a bola e, à entrada da área, remata muito colocado ao ângulo inferior direito da baliza. Que golão! Foi o delírio nas bancadas, mas logo de seguida uma desconcentração defensiva só não resultou no golo do Dínamo Zagreb, porque o avançado falhou completamente o remate, quando estava só perante o Vlachodimos, depois de um cruzamento na esquerda. Aos 104’, um defesa contrário cometeu hara-kiri ao ver dois amarelos seguidos por protestar com o árbitro e, no minuto seguinte, o Grimaldo praticamente fechou com o jogo com novo golão, num remate à Grimaldo com a bola a subir e depois a descer muito rápido, tendo o Livakovic ficado pregado ao relvado. Na 2ª parte do prolongamento, com dois golos de vantagem e mais um jogador, esperava que o Bruno Lage fizesse a quarta substituição, mas só a realizou em cima dos 120’ (entrou o Gedson para o lugar do Pizzi). Noutra desconcentração nossa, os croatas poderiam ter reduzido a 10’ do fim, mas o Atiemwen rematou a rasar o poste quando estava isolado, depois de passar no meio do Rúben Dias e Ferro. Não se percebe como os deixámos ter esta oportunidade a jogarem com 10... Quanto a nós, de quando em vez acelerávamos o jogo que ficava completamente partido, mas geralmente não conseguíamos meter o penúltimo passe e só tivemos uma real situação para aumentar a vantagem, com o guarda-redes a evitar o quarto golo ao defender brilhantemente um remate do Pizzi.

Em termos individuais, destaque para o Ferro e não só pelo golo: esteve muito seguro nos duelos individuais e só naquele tal lance da 2ª parte do prolongamento foi batido. Tem meia-dúzia de jogos pela equipa principal e já fez três golos. Não vai sair da equipa tão cedo. O Pizzi também fez um jogo em crescendo, assim como o Rafa que se fartou de fazer sprints, alguns com a pecha de terem o último passe transviado. O Jonas e o Grimaldo materializaram com golos o facto de terem sido fundamentais na melhoria exibicional. O Fejsa revelou alguma natural falta de ritmo, mas aguentou fisicamente os 120’. O Gabriel também fez uma boa exibição, especialmente a partir da 2ª parte, tal como a maior parte da equipa.

É muito bom estarmos nos quartos-de-final de uma competição europeia, mas estou com bastante receio das repercussões físicas para o jogo de domingo, porque o Moreirense é uma das revelações do campeonato e nós deixámos de ter margem de manobra para errar. É fundamental chegarmos à última pausa para as selecções antes do final do campeonato na frente.

P.S. – Calhou-nos o Eintracht Frankfurt no sorteio com a 1ª mão na Luz. Eu preferia o Slavia Praga, mas dado que também poderíamos ter apanhado o Nápoles, Arsenal, Valência ou Chelsea (se passarmos, devemos levar com estes nas meias-finais), acabou por não ser muito mau. Mas cuidado com os alemães, que estão a fazer uma excelente época (5º classificado no campeonato). Seria é bom que chegássemos a estes jogos com o plantel todo operacional...

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