À semelhança do que fez em Istambul, o Bruno Lage fez algumas alterações no onze, deixando o André Almeida e Pizzi em Lisboa e apostando no Corchia, Florentino, Gedson e Krovinovic. E até entrámos bem, com uma enorme oportunidade do Grimaldo, brilhantemente desmarcado pelo João Félix, que, isolado frente ao guarda-redes, permitiu a defesa deste com a perna. Foi logo aos 7’ e foi a nossa melhor oportunidade no jogo inteiro. O Dínamo Zagreb estudou-nos muito bem e foi fechando os espaços com inteligência, não tendo nós a sagacidade necessária para contornar a defesa deles. Os extremos (Gedson e Krovinovic) flectiam muito para o meio e raramente procuravam os desequilíbrios no flanco. As coisas começaram a correr mal aos 31’, quando o Seferovic saltou e ficou a agarrar-se à virilha. Entrou o Cervi para o seu lugar e, se estávamos com dificuldades em encontrar o nosso futebol até aí, a partir da saída do suíço isso foi só uma miragem. O Vlachodimos já tinha efectuado um par de boas defesas até então e aos 38’ o Rúben Dias derrubou escusadamente um adversário, quando este fazia um movimento em direcção à bandeirola de canto! O árbitro assinalou penalty, que o Petkovic converteu para o meio da baliza (o Vlachodimos esteve quase a tocar na bola…). Até ao intervalo, um erro de posicionamento do Ferro fez com que um adversário se isolasse, valendo-nos o Vlachodimos para manter o jogo em aberto.
Na 2ª parte, o Dínamo ainda abdicou mais da posse de bola, mas foi perigoso no contra-ataque. Quanto a nós, tivemos sempre enormes dificuldades para conseguir chegar à área contrária, sentindo imenso a falta de um ponta-de-lança de raiz. O Rafa entrou por volta da hora de jogo, mas passou muito ao lado dele. Ainda entrou também o Zivkovic que deu razão ao Bruno Lage por não o colocar a jogar mais vezes. Assim como o Cervi, acrescente-se, que fez dos piores jogos que me lembro com a camisola do Benfica (salvo os aspectos defensivos no últimos minutos). Nunca demos a sensação de estar perto do golo e devemos à aselhice adversária (em dois ou três lances) ainda podermos ter esperança na qualificação.
Em termos individuais, destaque óbvio para o Vlachodimos. O Corchia foi dos menos maus, mas não se safou praticamente mais ninguém. O João Félix ficou desprotegido depois da saída do Seferovic e não é para jogar como ponta-de-lança. O Krovinovic acusou muita falta de ritmo (habitual), o Gabriel também esteve a léguas do que tem vindo a produzir. O Grimaldo não dá para tudo e é outro que infelizmente é insubstituível. O Gedson na direita de início não resultou e o Florentino acabou por ser dos sacrificados quando colocámos mais homens na frente, se bem que o o Cervi e o Zivkovic tenham sido demasiado inoperantes. O Rúben Dias tem definitivamente que ter mais cuidado na forma como aborda os lances: já na Vila das Aves, salvou-se de um segundo amarelo já nos descontos com o jogo resolvido a nosso favor nem sabe como e ontem o penalty é escusadíssimo. Não sei se a braçadeira de capitão lhe pesou no braço, mas há que ter a inteligência de perceber a melhor forma de se fazer aos lances. E este disparate de ontem, custou-nos muito caro.
Em sete dias, vamos ter três jogos que irão definir muito daquilo que será a nossa época. Começaremos frente ao Belenenses na Luz, que está numa boa fase e bem classificado, e, ainda por cima, quase de certeza que não teremos o Seferovic. E teremos o Dínamo Zagreb três dias depois e a ida a Moreira de Cónegos três dias a seguir. Vai ser muito desgastante e vamos ver como a equipa irá reagir a esta série infernal.
P.S. - Logo aqui, eu fui um dos que manifestaram preocupação por irmos enfrentar metade da época só com um ponta-de-lança de raiz. Era muito duvidoso que o Seferovic pudesse aguentar tantos jogos seguidos sem poder descansar. Só espero que a lesão seja facilmente recuperável, porque o suíço é dos mais insubstituíveis do plantel. Vamos lá a ver se o erro que cometemos em Janeiro (se era inevitável a saída do Ferreyra e Castillo, dever-nos-íamos ter acautelado com a contratação de outro ponta-de-lança) não nos vai custar títulos. É que o Jonas tem as limitações físicas que tem (nem foi à Croácia) e nem o Félix, nem o Rafa, nem o Jota são pontas-de-lanças no sentido daqueles três. Aliás, viu-se ontem como o Félix baixou logo de produção quando passou a jogar no meio dos centrais.
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