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quinta-feira, janeiro 03, 2019

Expectável

Perdemos em Portimão (0-2) e, caso o CRAC ganhe nas Aves hoje como é previsível, devemos ter dito adeus ao título. A confirmar-se os sete pontos de desvantagem, não poderíamos ter tido pior arranque de ano. Mas não haverá ninguém com olhos na cara e dois dedos de testa que possa dizer que não estava à espera disto mais cedo ou mais tarde. Os indícios estiveram sempre lá, exceptuando o oásis frente ao Braga, e as vitórias só enganaram quem quiser ter sido enganado.

Entrámos pessimamente e, logo aos 12’, uma falha de comunicação entre o Rúben Dias e o Vlachodimos fez com que o nosso central fizesse autogolo. Reagimos sempre muito lentos, como é habitual, e deste modo era impossível criar desequilíbrios na defesa contrária. Só uma cabeçada do Jardel depois de um centro do Zivkovic deu a sensação de golo, mas a bola acabou por sair à figura do guarda-redes Ricardo Ferreira. Aos 38’, aconteceu o impensável com o nosso segundo autogolo! Lançamento para o Jackson Martínez, o Vlachodimos não foi lesto a sair dos postes, bola por cima dele e, com todo o tempo do mundo, o Jardel cabeceou... para dentro da nossa baliza!

Para a 2ª parte, o Rui Vitória trocou os inoperantes Cervi e Gedson pelo Salvio e Seferovic, e a jogar com dois avançados as coisas melhoraram. Tivemos uma boa hipótese logo na reentrada, mas o Jonas não conseguiu rematar depois de assistido pelo Seferovic. Apesar das nossas tentativas, só com um remate do Grimaldo, bem desmarcado pelo Pizzi, voltámos a estar próximos de marcar, mas um defesa desviou para canto. O Portimonense não se limitou a defender e devemos ao Vlachodimos o marcador não ter aumentado: por três(!) vezes tirou golos certos aos algarvios (remates do Manafá, Paulinho e João Carlos). Aos 79’, o Sr. Manuel Mota, alertado pelo VAR, considerou um lance em que o Jonas fez pé em riste e depois recolheu a perna como uma agressão ao guarda-redes, e expulsou o nosso jogador! Inacreditável! Ainda entrou o João Félix para o lugar do André Almeida, mas nada mais havia a fazer.

Num jogo em que perdemos 0-2 com dois autogolos e o nosso melhor jogador é o guarda-redes, pouco mais é preciso dizer. Dos restantes, só o Fejsa esteve próximo do seu nível, mas como não teve ninguém a secundá-lo foi baixando de produção ao longo do jogo.

Nunca tínhamos perdido como Portimonense e, a fazer fé nas estatísticas, há 72 anos que não fazíamos dois autogolos num só jogo. Mais dois marcos históricos para o currículo do Rui Vitória. Sinceramente já nem me dá para estar muitíssimo chateado com isto. É tudo uma questão de quanto tempo e quantas competições iremos perder até que aquele que já está (metaforicamente) morto receber finalmente a certidão de óbito em casa. Até isso acontecer não tenho esperanças nenhumas que isto melhore.

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