segunda-feira, janeiro 16, 2017
Percalço
Empatámos na
Luz com o Boavista (3-3) e, como o CRAC ganhou ao Moreirense (3-0), vimos a
nossa vantagem reduzida para 4 pontos. O que valeu foi que a lagartada não aproveitou o nosso deslize
e empatou em Chaves (3-3), mantendo-se a 8 pontos de distância.
Quando aos
25’ o Boavista fez o 0-3, os que têm idade para isso ter-se-ão lembrado desse
mesmo resultado em 1999, quando o Souness resolveu estrear britânicos sofríveis
acabados de chegar num jogo decisivo. Está longe de ser a mesma coisa, mas quando
vi a nossa formação inicial, torci logo o nariz: jogar na Luz, perante um
adversário teoricamente inferior, sem nenhum ponta-de-lança de raiz, parece-me SEMPRE
um mau princípio. Bem sei que o Gonçalo Guedes foi brilhante e decisivo em
Guimarães, mas é diferente jogar fora para a Taça da Liga, numa partida em que
nos bastaria o empate, do que em casa para o campeonato. Além disso, a equipa
tinha feito uma boa exibição em Guimarães para o campeonato, com o Mitroglou na
frente e a participar nos dois golos, pelo que colocar o grego no banco foi
manifestamente um erro. Claro que tudo poderia ter sido diferente se o mesmo Gonçalo
Guedes, depois de uma jogada fantástica do Rafa, tivesse desfeiteado o Agayev
logo aos 12’, mas, mesmo estando isolado e só com ele pela frente, atirou ao
lado. Dois minutos depois, o Sr. Luís Ferreira não assinalou uma falta sobre o
Rafa à entrada da nossa área, mas sim uma falta do Pizzi logo a seguir. Golo do
Boavista num livre do Iuri Medeiros, com a bola ainda a bater na barra antes de
entrar. Nós tentámos ripostar, mas foram os axadrezados a aumentar a vantagem
aos 20’, numa cabeçada do Lucas depois de um livre do mesmo Iuri Medeiros. Queixámo-nos
de um braço do Lucas sobre o André Almeida, mas o jogador do Boavista é
bastante mais alto do que o nosso. Eu também não marcaria falta. Completamente
diferente é o lance que deu o 0-3 aos 25’: o Schembri estica a perna para
tentar tocar na bola em claro fora-de-jogo, esta vai para o Iuri Medeiros que
estava isolado e assiste para o mesmo Schembri só ter que encostar. O avançado
do Boavista faz-se ao lance, pelo que obviamente é mais do que fora-de-jogo! O choradinho dos outros a fazer o seu
feito...! O Rui Vitória lá corrigiu a mão e colocou o Mitroglou no lugar do
Rafa aos 37’ e foi o grego a reduzir a desvantagem aos 41’ com uma assistência
do Salvio, depois de a bola lhe ter sobrado defendida pelo Agayev a um remate
do Pizzi. Acabámos a 1ª parte completamente em cima do Boavista e o André
Almeida tem um lance imperdoável ao não assistir o isolado Mitroglou no meio,
quando só tinha o guarda-redes pela frente depois de a defesa contrária ter
ficado a dormir! Resolveu rematar e o Agayev defendeu para canto. Foi algo que
nos custou muito caro no final!
Tínhamos uma
tarefa hercúlea para a 2ª parte, em que o Rui Vitória sacrificou o Luisão logo
no reinício para colocar o Cervi e jogarmos só com três defesas. É tão fácil fazer
o mais óbvio na constituição da equipa... Foi precisamente sobre o Cervi que
foi feito o derrube que deu um penalty aos 52’ convertido pelo Jonas (das
poucas coisas que o genial brasileiro fez de bem no jogo). A Luz acreditava na
reviravolta total e a equipa também. O Guedes não estava nas melhores condições
físicas e entrou o Zivkovic aos 66’. E foi do sérvio, no minuto seguinte, o
centro para a igualdade num autogolo de cabeça do Fábio Espinho. A partir
daqui, não houve ninguém que não acreditasse que conseguiríamos uma recuperação
épica, até pelo tempo que ainda faltava até final, mas a equipa começou a
ressentir-se fisicamente e, sem mais substituições para fazer, deixámos de
criar tanto perigo: só tivemos um lance em que o Mitroglou rematou de primeira
ao lado, quando eventualmente poderia ter tentado dominar a bola. Ao invés,
podemos agradecer é ao Ederson o empate, porque teve duas magníficas
intervenções perante adversários que só o tinham pela frente.
Em termos
individuais, merecem destaque o Ederson, por ter mantido o empate na parte
final, o Samaris, grande espírito de sacrifício com as inúmeras alterações
tácticas durante a partida, e o Cervi, que foi decisivo quanto entrou na 2ª
parte (não percebo porque é que ele é dos primeiros a ser sacrificados quando
há mudanças na equipa. Para mim, é titular mais que absoluto). O resto da
equipa teve grande coração, mas as exibições estiveram longe de ser perfeitas.
Poderia ter
sido muito pior, mas falhámos no objectivo de ter os três pontos. Depois de uma
brilhante vitória em Guimarães, escorregámos quando nada o faria prever. Pode
ser que isto alerte os nossos jogadores de que nada é fácil nem garantido, e
que devem sempre manter a concentração em alta em todos os jogos. Reduzimos
margem de manobra e que este seja um jogo a não repetir no futuro.
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