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segunda-feira, dezembro 12, 2016

Importantíssimo

Vencemos a lagartada por 2-1 e voltámos a aumentar a vantagem sobre eles para cinco pontos, mantendo o CRAC os quatro de distância. Depois de duas derrotas seguidas, era fundamental dar uma boa resposta e principalmente não deixar que se visse o mesmo filme da época passada ao contrário: uma equipa com sete pontos de vantagem que os vai perdendo e é ultrapassada quando recebe o 2º classificado. Era isto que mais me importava neste jogo, porque estava plenamente convencido que, se isso acontecesse, o momentum passava todo para o lado deles. Mas voltando a estar a cinco pontos e ainda por cima fora da Europa (grande Legia!), a pressão aumenta muito para aqueles lados (então se o V. Setúbal fizer uma gracinha na 4ª feira…!).

O Rui Vitória apostou no Rafa em vez do Cervi e devo dizer que me pareceu um grande disparate: o Cervi estava a ser dos nossos melhores jogadores, ajudava imenso o André Almeida a defender e, ainda para mais, o Gelson iria atacar por aquele lado. Temi o pior, mas felizmente nada disso se confirmou, com o Rafa a ser dos melhores em campo (mas, para mim, não o man of the match). A lagartada entrou muito pressionante e a não nos deixar jogar. Aparentemente o descalabro da Polónia (onde perderam com uma equipa que não ganhava um jogo na Champions há 21 anos! Há coisas que só eles conseguem e, por isso, há que ter a hombridade de lhes agradecer por tornarem a nossa vida bem mais divertida!) não se fazia sentir em campo e, durante os minutos iniciais, eles conseguiram ligar mais o jogo do que nós. Num contra-ataque perigoso nosso, vi uma coisa que nunca tinha visto num campo de futebol: o árbitro interromper essa jogada de perigo, porque estavam cartolinas amachucadas dentro de campo! Pontos para o sr. Jorge Sousa pela inovação… Que roubo inacreditável! A lagartada ia incomodando, teve um ou outro remate que o Ederson parou, mas fomos nós a abrir o marcador aos 24’: contra-ataque conduzido pelo Gonçalo Guedes, passe para o Rafa na esquerda e centro deste de trivela para o Salvio fazer um grande golo do lado contrário! Foi o delírio na Luz! Até ao intervalo, a grande oportunidade foi nossa, com o Jiménez a ficar isolado num ressalto, mas a permitir que o Rui Patrício tocasse na bola com a mão quando a tentou levantar.

A 2ª parte começou frenética, com o Gonçalo Guedes quase a chegar à bola num mau atraso e do outro lado uma bola ao poste do Bas Dost, depois de um centro em esforço do Campbell que entrou para o lugar do Bruno César (que, para mim, até nem estava a jogar mal) ao intervalo. No entanto, na jogada seguinte, o Jiménez redimiu-se do falhanço e fez o 2-0 aos 47’ numa cabeçada em voo depois de um centro do Nélson Semedo. Grande golo! Aos 55’, o Salvio, que tinha ficado tocado no ombro na 1ª parte, não aguentou mais e entrou o Danilo. Achei outro tremendo disparate, mas aqui tive razão: com o Samaris no banco, não se compreende que o Rui Vitória coloque num jogo destes, com 35’ (mais descontos) para jogar, alguém que só fez 90’ esta temporada (e já foi há dois meses!). Perdemos (ainda mais) o meio-campo e a lagartada começou a criar ocasiões em catadupa. Aí sobressaiu (e de que maneira) o Ederson: defendeu remates do William e Bas Dost. No entanto, já não pode fazer nada aos 69’, quando o Campbell meteu o turbo na esquerda e centrou para o Bas Dost só ter que encostar. Com o tempo que ainda faltava até final, confesso que achei que não iríamos conseguir segurar a vantagem, porque estávamos completamente encostados às cordas. Pouco antes do golo da lagartada, tinha entrado o Cervi para o lugar do Guedes e finalmente voltávamos a ter bola na frente. O Rafa rematou mal de primeira uma bola centrada pelo argentino na esquerda e pouco depois fez uma grande jogada, mas falhou na assistência ao mesmo Cervi com um passe com muita força, quando o Rui Patrício já não estava na baliza. Foi pena…! A dez minutos do fim, o Jesus fez-nos um grande favor ao tirar o Bas Dost para pôr o André. Deixaram de conseguir ganhar lances de cabeça na nossa área, o que nos facilitou imenso a vida. Como se disse numa pergunta ao Rui Vitória na conferência de imprensa, acabámos por defender melhor o 2-1 do que o 2-0. Mantivemos a lagartada longe da nossa área até final e alcançámos um triunfo preciosíssimo.

O melhor em campo foi o Ederson, essencial naquela fase a seguir ao 2-0, com várias defesas que foram mantendo a vantagem. Se não fosse o Ederson, votaria no Jiménez, porque, para além do golo, fartou-se de batalhar e esteve muito bem nas tabelinhas com os colegas (algo que não costuma ser habitual nele). O André Almeida, que teve que enfrentar o melhor jogador deles, manteve-se muito concentrado, ganhou e perdeu lances, mas, volto a dizer, é dos jogadores mais úteis do nosso plantel. Os centrais melhoraram imenso em relação aos jogos anteriores, mas o Nélson Semedo passou um mau bocado depois do intervalo, com o Campbell muito activo. O Rafa teve pormenores de grande classe, contabilizou uma assistência, mas precisa de melhorar (e muito) o capítulo do remate à baliza. O Salvio marcou um golão e esteve melhor do que em partidas anteriores, já o Pizzi não está a atravessar a melhor fase da época. O Guedes também trabalhou e lutou muito, assim como o Fejsa que teve que enfrentar o meio-campo deles muitas vezes sozinho. O Cervi entrou muito bem e cada vez me convence mais.

Por todas as razões, era uma partida transcendental e estivemos muito bem, tendo em conta todas as condicionantes. Estamos longe de estar a actuar na máxima força, mas vemos os rivais a quatro e a cinco pontos. Com a recuperação progressiva dos lesionados, as coisas só podem ter tendência a melhorar. Não estamos a fazer exibições deslumbrantes (com tanta gente importante de fora, convenhamos que também seria difícil), mas para esse peditório da nota artística eu já dei! Volto a repetir: já perdemos mais do que um campeonato nos últimos anos em que fomos de longe a melhor equipa. Jogando bem ou mal, eu quero é o tetra!

P.S. – A lagartada já está a vir com a ladainha do costume em relação a dois pretensos penalties ambos na 1ª parte: no primeiro, o Pizzi nem sequer está a olhar para a bola, que é cabeceada muito à queima pelo Lindelof para o seu braço; no segundo, o Nélson Semedo está com o braço inclinado para trás e nem sequer o mexe quando a bola lhe toca. Tenham juízo!

1 comentário:

Nau disse...

Mais: se o lance do Semedo é penálti, o do Coates ainda o é mais! Mas os calimeros falam em 2 penáltis a favor deles, esquecendo o lance com o Coates.
Estão a 5 pontos e ainda os hei de ver pior.