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domingo, dezembro 04, 2016

Afogamento

Perdemos na 6ª feira nos Barreiros com o Marítimo por 1-2 e, com as vitórias da lagartada em casa frente ao V. Setúbal (2-0) e do CRAC em Mordor perante o Braga (1-0 aos 95’!), ficámos agora com dois e quatro pontos de vantagem respectivamente. As derrotas nunca vêm em boa altura, mas a primeira da época em provas nacionais na véspera do derby ainda é pior. Ainda por cima, uma derrota que aconteceu por exclusiva culpa nossa, com erros defensivos de principiante e inabitual ineficácia atacante.

Com o Eliseu e o Grimaldo lesionados, o Rui Vitória apostou previsivelmente no André Almeida para a lateral-esquerda e voltou a dar a titularidade do Mitroglou em detrimento do Jiménez. Por norma, eu não gosto nada de jogar contra a mesma equipa em pouco tempo. Porque se correu bem da primeira vez, tendo sempre a pensar que eles estão melhor preparados para nos defrontar na segunda. As idas a Moreira de Cónegos na época passada foram uma excepção, mas estava com bastante receio deste jogo frente ao Marítimo. Infelizmente, não foi infundado. Começámos pessimamente e sofremos logo um golo a frio, aos 5’ pelo arménio Ghazaryan num lance em que, para além de o Luisão ter escorregado na pior altura, se a bola não tem ressaltado no Nélson Semedo, iria ligeiramente para fora. Sentimos muito o golo e o Marítimo só não fez o segundo à passagem dos 20’, numa perda de bola inacreditável do Pizzi a meio-campo que deixou um adversário isolado, porque o Ederson fez duas magníficas defesas (na recarga, a defesa ainda é melhor do que a mancha). Depois de um remate do Mitroglou que deveria ter tido melhor direcção, igualámos a partida aos 27’ num golo inadvertido do Gonçalo Guedes, porque a bola rematada pelo Nélson Semedo iria muito para fora se não tivesse ressaltado no seu pé. Logo a seguir, o Mitroglou tem um excelente movimento, em que na meia-lua recebe com o pé esquerdo e remata de primeira com o direito, mas a bola saiu muito perto do poste. Até ao intervalo, foi o Salvio com um remate em boa posição que deveria ter tido muito melhor direcção.

A 2ª parte começou praticamente com a nossa melhor oportunidade: lance do Almeida pela esquerda e centro para a cabeça do Salvio que já na pequena-área atira ao poste! (Não foi tão escandaloso como na Turquia, mas andou lá perto…) Tive um mau pressentimento logo ali, porque teria sido fundamental colocarmo-nos em vantagem cedo no reinício. O Marítimo continuava a dar pancada de meia-noite com a complacência do Sr. Vasco Santos e a partida prometia sofrimento até ao fim. Entretanto, entrou o Rafa para o lugar do apagadíssimo Salvio e teve uma excelente oportunidade de cabeça que eu ainda estou para saber como o Gottardi foi buscar. Pouco depois, aos 69’ aconteceu um balde de água fria: canto para o Marítimo, o Ederson foi estorvado por um adversário (à semelhança de um lance na 1ª parte que só não deu golo, porque a cabeçada foi ao lado; não percebo como é que nenhum jogador do Benfica chamou a atenção para o árbitro logo nessa altura!), o Lindelof salta mas não chega à bola e o André Almeida deixa o Maurício meter-se à frente dele e cabecear na pequena-área! Entretanto, o Ederson fez-se tarde à bola, porque tinha acabado de empurrar o adversário que lhe estava a fazer obstrução. Ou seja, uma série de erros incríveis na mesma jogada! Logo a seguir, só não igualámos, porque o Rafa continua a não acertar na baliza com os pés, depois de uma excelente jogada do Cervi na esquerda. Cervi que também assistiu pouco depois o Jiménez para uma cabeçada que saiu a rasar o poste, mas que tinha obrigação de ter ido lá para dentro. Incompreensivelmente o Rui Vitória achou que para os últimos oito minutos era melhor tirar o argentino para colocar a nulidade Carrillo! Há coisas que definitivamente não percebo…! O Marítimo lá começou a ver amarelos por causa das sucessivas faltas e fez dos antijogos mais nojentos que me lembro de ter visto. Houve seis minutos de compensação (deveria ter havido mais), mas curiosamente (ou talvez não…) não conseguimos criar grandes situações desde a saída do Cervi.

Em termos individuais, talvez o Cervi seja mesmo o grande destaque. Raramente faz os 90’, mas é algo que o Rui Vitória tem que rever, já que também na Turquia foi a sua saída que deu início à nossa inoperância atacante e consequente descalabro posterior. Eu até estava a gostar do André Almeida, mas a forma infantil como foi batido no segundo golo deitou tudo por terra. O Ederson tem que resolver de outra forma os bloqueios de que é alvo nas bolas paradas e que não lhe permitem chegar a tempo à bola. O resto da equipa esteve longe do nível habitual.

Este resultado não estava nada nas previsões e reduzimos a nossa margem de manobra a zero. Temos dois jogos importantíssimos na Luz nesta semana que poderão decidir muito do que vai ser esta época. Não só pelos resultados, mas principalmente pelo acréscimo (ou decréscimo) de motivação que lhes está inerente. Se a qualificação para os oitavos na Champions, será um tónico muito importante para domingo, há que não esquecer que no ano passado também uma equipa teve sete pontos de vantagem e perdeu a liderança em casa quando defrontou o segundo classificado. E nenhum de nós quer ver essa situação repetida ao contrário este ano.

6 comentários:

Vingador disse...

Com que então perdemos só por culpa nossa..e se fosses mas é para aquele sitio ..

GRÃO VASCO disse...

"Ainda por cima, uma derrota que aconteceu por exclusiva culpa nossa, com erros defensivos de principiante e inabitual ineficácia atacante."

Vai para o caralho, pá!
Não vos serviu de emenda o Apito Dourado durante trinta anos?
Um post que é igual àquilo que o autor solicita no título deste blogue - um excremento!
Que cambada de bestas que o Benfica alberga!
Foda-se!

Unknown disse...

Este excremento cada vez cheira pior..

S.L.B. disse...

Dado que os golos do Marítimo foram legais, não houve nenhum golo mal anulado nem nenhum penalty não assinalado a nosso favor (o lance sobre o Nélson Semedo na 1ª parte é discutível), e falhámos três golos feitos, sim, perdemos só por culpa nossa. Abraço tricampeão a todos.

P.S. - O Sr. Vasco Santos é uma bela peça da qual me lembro desde aqui e o seu critério disciplinar foi muito sui generis (para dizer o mínimo) neste jogo, mas comparar esta arbitragem com os 'saudosos' tempos do Apito Dourado é comparar a Estrada da Beira com a beira da estrada.

António Dias disse...

Mas mesmo assim tem que se considerar que o Benfica foi prejudicado pela arbitragem!!!! Só porque tivemos culpa nos falhanços, uma verdade não anula a outra!!! Saudações!!!

Anónimo disse...

Apito dourado? Agora estamos é no apito dos vouchers, mas como o Benfiquinha é o clube do regime tudo é escondido debaixo do tapete.