segunda-feira, abril 11, 2016
Coração
Vencemos no sábado a Académica em Coimbra por 2-1 e a distância para a lagartada manteve-se nos dois pontos, já
que eles derrotaram o Marítimo (3-1). Foi mais do mesmo em relação ao jogo do
Bessa: uma equipa com dois autocarros
à frente da baliza e nós a conseguirmos o golo da vitória muito perto do fim
(85’). Nesta fase da época, os jogadores do Benfica revelam grande coração e
ainda bem, porque o meu não conseguirá sobreviver a muitos jogos destes… (e já
vamos no segundo seguido!)
Em relação a Munique, só ficou o Fejsa no banco e entrou o Samaris. A Champions é muito bonita e tal, é óptima
para o prestígio e para os cofres, mas depois é isto: basta comparar a nossa
velocidade de execução do jogo frente ao Braga para este. Estou absolutamente
convencido de que teríamos goleado em Coimbra, caso não tivéssemos jogado em
Munique quatro dias antes. Entrámos muito a passo e, para agravar as coisas,
aos 17’ o Eliseu resolveu fazer uma assistência
através de um corte defeituoso para o Pedro Nuno fazer o golo. Logo ali sentia-se
que as coisas seriam muito difíceis, porque, se eles já estavam com uma postura
hiperdefensiva, ainda mais iriam ficar depois de se verem em vantagem. Verdade
seja dita que antes deste golo, nós só tínhamos tido uma oportunidade, mas o
Gaitán em vez de atirar de cabeça para a baliza, preferiu assistir o Mitroglou,
que rematou por cima. Não era preciso ser-se vidente para perceber que era
fundamental empatarmos ainda antes do intervalo, até porque pelo histórico
desta época, as nossas segundas partes a seguir a jogos da Champions são muito menos intensas do que as primeiras. E esta já
não estava a ser nada famosa! Felizmente, conseguimo-lo aos 39’ num excelente
cruzamento do Pizzi (a única coisa de jeito que fez enquanto esteve em campo) e
cabeçada exemplar do Mitroglou. Mesmo antes do intervalo, na nossa melhor
jogada de toda a partida, o Jonas isolou o Pizzi, que contornou muito bem o
guarda-redes Trigueira, mas depois atrapalhou-se a dominar a bola, perdeu tempo
de remate e, quando o fez, já tinha um adversário na baliza, que desviou para
canto (até me pareceu que o remate foi tão mal feito que a bola iria para fora
de qualquer maneira). Perdíamos uma oportunidade soberana de resolver logo ali
o jogo, o que era essencial por tudo o que já disse atrás.
Como se esperava, a 2ª parte ainda foi mais difícil que a primeira, porque
os onze da Académica estavam todos nos últimos 30 metros do campo e nós não
tínhamos a velocidade suficiente para desposicioná-los. Tivemos uma boa
oportunidade logo a abrir num livre do Gaitán, em que a barreira abriu, mas o
guarda-redes defendeu para canto. No entanto, só a partir dos 65’ conseguimos
pressionar mais e criar chances, mas o Trigueira defendeu bem uma cabeçada do
Jonas e um remate do Gaitán (que não acertou bem na bola). O Rui Vitória ia
fazendo as alterações que se impunham, com as entradas do Carcela, Talisca e
Jiménez, e foi o mexicano a ser essencial (à semelhança de São Petersburgo) na
vitória, porém desta vez como protagonista: centro do André Almeida para a
área, toque dele em habilidade a dominar a bola e fuzilamento do guarda-redes.
Foi o delírio em Coimbra e também cá em casa! Faltavam cinco minutos para os
90’ e finalmente conseguíamos colocar-nos na frente! Até final, continuei a
perder vários anos de vida, porque estávamos a jogar com os três
pontas-de-lança e sem lateral-esquerdo, e a atitude nojenta da Académica (há
muito tempo que não via um antijogo destes, só o guarda-redes deve ter recebido
assistência umas três vezes!) acabou por ser compensada com os seis minutos de
desconto, que passaram a correr a favor dela. Acho que as regras deveriam ser
revistas e, nestes casos, quem provoca deliberadamente as paragens não pode ser
beneficiado no fim com o prolongamento da partida se entretanto ficar em
situação de desvantagem. Felizmente não houve nenhuma injustiça e uma equipa
que fez um remate(!) à baliza não empatou o jogo.
Em termos individuais, não acho que tenha havido nenhum jogador a
destacar-se por ali além. A equipa pareceu nitidamente cansada do jogo europeu
e a espaços algo desconcentrada (por exemplo, o Lindelof e o Jardel,
especialmente na 1ª parte, e claro o Eliseu no golo adversário). Menção honrosa
para o Mitroglou e para o Jiménez pelos golos. Aliás, o mexicano limpou a honra do Pizzi, cujo falhanço
se poderia arriscar a ser o duplo amarelo ao Carlos Martins desta época…
Este cansaço do Benfica não é de espantar: o Bayern (que é o Bayern…!) fez
descansar vários titulares para o jogo da próxima 4ª feira (mercê obviamente
dos pontos de avanço que tem) e mesmo o Barça foi derrotado. A Champions deixa marcas em todas as
equipas. Eu gostaria de ter o melhor dos dois mundos, como isso não é possível
quero mesmo é o 35!
P.S. – O CRAC perdeu pela segunda jornada consecutiva, desta feita em Paços
de Ferreira (1-2), e está agora a 12 pontos de nós. É uma pena que raramente possamos usufruir das coisas boas
da vida na sua plenitude…! Uma pessoa estava à espera disto há 30 anos, logo
esta época, que não convém nada que eles percam na antepenúltima jornada, é que
isto acontece… Por isso, é que não consigo celebrar já agora este facto com a
pompa e circunstância que isto merecia! Raios!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário