domingo, fevereiro 14, 2016
Perdulários
Perdemos na 6ª feira em casa com o CRAC (1-2) e atrasámo-nos três pontos na
luta pelo título, porque a lagartada
ganhou ontem na Choupana (0-4). Foi um autêntico balde de água fria o que se
passou, porque muito pouca gente (incluindo adeptos da agremiação assumidamente
corrupta) o esperava.
As duas equipas tiveram que alinhar com o seu quarto central (Lindelof,
nós, e Chidozie, eles), mas não foi por aí que a corda se partiu em ambos os
lados. Qualquer resultado que não a vitória colocaria o CRAC em maus lençóis,
pelo que se esperava um jogo aberto o que veio a acontecer. Aberto demais,
acrescento eu. Cerca do quarto de hora tivemos o primeiro lance de perigo, com
o Casillas a defender um remate do Pizzi, e marcámos pouco depois, aos 18’,
numa abertura fantástica do Renato Sanches para golo do Mitroglou. Foi o
delírio na Luz e sentiu-se que o CRAC abanou. Infelizmente, nós não
aproveitámos para exercer maior pressão com vista a dar o golpe de misericórdia
e, ao invés, deixámo-lo empatar aos 28’, no primeiro remate que fizeram à
baliza, pelo Herrera. Jogador a rematar à vontade à entrada da nossa área é
algo que temos visto com frequência esta época, mas nem todos tiveram a
pontaria do mexicano. NÃO SE pode permitir um remate daqueles sem oposição, não
é sr. Pizzi?! Até ao intervalo, o jogo esteve muito repartido, mas sobressaíram
o Casillas, com a defesa do campeonato a um remate do Jonas, o Mitroglou num
falhanço inacreditável na pequena-área (o falhanço do campeonato!) e o Samaris
que rematou por cima, já dentro da área e depois de uma boa jogada de
combinação da nossa parte. Quanto ao CRAC, houve remates do Brahimi e Herrera,
mas não criaram tanto perigo como os nossos. Ou seja, deveríamos ter chegado ao
intervalo com o jogo resolvido para nós.
Na 2ª parte, o desperdício inadmissível começou logo de início (53’), pelo
Gaitán, isolado pelo Pizzi e só com o Casillas pela frente, a permitir-lhe a
defesa e a nem sequer conseguir sacar um penalty e uma expulsão ao defesa que
estava por trás dele. Apesar deste lance, o CRAC tinha entrado melhor que nós e
conseguiu a reviravolta no marcador aos 65’ pelo Aboubakar: troca de bola na
esquerda e o camaronês a entrar na nossa área, com o Jardel a deixar que ele
rodasse e batesse o Júlio César. As coisas ficavam muito feias para nós e só
pioraram até final, porque deixámos praticamente de conseguir criar perigo. As
excepções foram um mau alívio do Martins Indi, que permitiu mais uma defesa
monstra do Casillas, e outro falhanço do Mitroglou, que também permitiu que o
guardião espanhol defendesse com os pés um remate seu praticamente na
pequena-área. As substituições do Rui Vitória não ajudaram nada, com a saída do
Pizzi, em vez do estoirado Gaitán, depois do Eliseu entrando o Salvio, que
estava há nove meses(!) sem jogar (é óbvio que o Gonçalo Guedes na bancada num
jogo destes foi um erro!), o que fez com que o Gaitán fosse para
defesa-esquerdo(!). Além disso, nem o Talisca, nem o Carcela trouxeram nada de
novo à equipa.
Em termos individuais, é difícil destacar alguém. Gostei do Lindelof, que
não tremeu, e pouco mais. O Samaris esteve muito mal e o Fejsa fez imensa
falta, porque o adversário conseguiu ter imenso espaço no nosso meio-campo. O
Renato Sanches fartou-se de lutar como habitualmente, mas as coisas também não
lhe saíram bem, especialmente na 2ª parte. O Mitroglou marcou um golo, mas
falhou outros dois de baliza (quase) aberta. O Jonas viu o Casillas negar-lhe
um golo, mas decaiu imenso depois do intervalo, assim como o Gaitán. O Pizzi
fez aquela magnífica abertura para o argentino, mas não esteve tão interventivo
como habitualmente. E o Jardel deveria ter feito melhor no 1-2.
Era um jogo que NÃO podíamos falhar! Nem acho que tenhamos jogado assim tão
mal, mas é inadmissível que tenhamos falhado tantos golos. Em termos
psicológicos, isto é terrível, porque averbámos a quinta derrota em cinco jogos
perante os outros dois. Aliás, eu não me lembro no meu tempo de vida de perder
os dois jogos em casa com eles na mesma época. Vamos ver como a equipa reage,
mas isto foi uma machadada muito dura na nossa moral.
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2 comentários:
quanto ao penúltimo parágrafo, lembro-me, assim de repente, de 2002/2003, apesar do jogo com o Sporting ter sido no Jamor.
Obrigado pela correcção. É verdade, perdemos os dois em casa nessa época, mas pelo facto de ter sido no Jamor não me lembrei logo à primeira.
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