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sexta-feira, março 21, 2014

Furioso

Empatámos com o Tottenham (2-2) e conseguimos a qualificação para os quartos-de-final de uma competição europeia pelo quinto ano consecutivo. Isso é o facto positivo a realçar deste jogo.

Como seria previsível, o Jesus fez a rotação da equipa e do meio-campo para a frente não alinhou um único habitual titular. O Tottenham também pareceu dar a eliminatória como perdida e fez várias alterações. Tal como se esperava, jogámos devagarinho e parados. A baliza contrária era um sítio muito distante e o plano de jogo era deixar correr o marfim durante os 90’. Aos 34’, o Salvio lá resolveu fazer uma jogada individual e centrou para o Garay fazer o 1-0 de cabeça. Passou pela cabeça de todos os jogadores que as coisas estavam definitivamente decididas.

A 2ª parte decorreu nas mesmas condições e nós andámos cada vez mais a passo de caracol. Até que aos 78’ os ingleses fizeram o empate com um forte remate rasteiro fora da área. E no minuto seguinte colocaram-se à frente do marcador com um remate na pequena área. Inacreditavelmente iríamos ter dez minutos de grande sofrimento numa eliminatória que já deveria estar mais do que resolvida. E tivemo-los, porque por três(!) vezes os Spurs estiveram perto de marcar, duas das quais salvas por grandes intervenções do Oblak. No último lance do jogo, tivemos a sorte de o Lima ser atropelado por um central e converter ele próprio o penalty, livrando-nos de uma derrota caseira inédita nesta época.

Não vou destacar ninguém, porque o que aconteceu foi inconcebível e todos os que estiveram em campo tiveram culpa. O Jesus bem pode vir dizer no final que nem a melhor equipa do mundo goleia o Tottenham (a “melhor” talvez não, mas este ano foram o Liverpool, Newcastle, Chelsea e Manchester City, este por duas vezes, que o golearam…), que isso não desculpa o facto de quase termos oferecido a eliminatória. Todos dentro do Benfica já deviam saber que as equipas inglesas são competitivas até ao fim e que, entre correr à maluca com 4-0 a nosso favor para marcar o quinto e jogar com calma sem sequer ver as balizas, há todo um meio-termo que convém explorar. E que estamos a demonstrar nas últimas partidas que não o sabemos fazer.

Se alguém está à espera de ler aqui loas sempre que ganhamos ou críticas ferozes sempre que perdemos, desengane-se. As coisas não são assim tão preto e branco. É que, parecendo que não, é a segunda vez no espaço de três dias em que íamos dando cabo de uma vitória quase certa. Na Choupana, valeu-nos a aselhice do jogador do Nacional, nesta partida valeu-nos S. Oblak. E esses lances foram tão, mas tão escusados que foi das poucas vezes que saí do estádio no final sem aplaudir a equipa. Estamos a desafiar a estrelinha de campeão recorrentemente demais para meu gosto. A continuar assim, é inevitável que as coisas nos corram mal um dia destes. E sem necessidade nenhuma disso.

P.S. – Não percebi o porquê da razão de ter sido o Fejsa a ficar fora dos 18, porque ainda por cima não jogou na Choupana. Nos dois últimos jogos sem ele, sofremos quatro golos. Coincidência…?

P.P.S. – Há outra coisa que também me custa a perceber: a não-provocação de um amarelo por parte do Gaitán e Enzo Pérez na primeira mão quando já estava 1-3 iria ter, como seria de esperar, o resultado previsível: o Pérez levou nesta partida, mesmo não tendo jogado os 90’, e agora será baixa nos quartos-de-final. Vamos ver se não nos fará falta… E o Gaitán nem sequer foi convocado. Esperava uma muito melhor gestão destas situações.

1 comentário:

Bakero disse...

Concordo em absoluto, há pequenos pormenores nestes últimos 2 jogos que me começam a assustar...espero que tenha servido de abre-olhos e a equipa responda da melhor maneira frente à Académica. Também me parece que a partir de agora convêm não rodar 6 ou 7 jogadores de uma só vez...