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quinta-feira, dezembro 06, 2012

Oportunidade histórica desperdiçada

Pela primeira vez não saímos derrotados de Barcelona, mas o empate (0-0) não serviu para nos qualificarmos, porque o Celtic venceu o Spartak Moscovo por 2-1. Perante a equipa B do Barça, falhámos inúmeras ocasiões claras de golo. Dizer que merecíamos ter ganho é um pouco relativo, porque a este nível quem falha desta maneira e nesta quantidade acaba por ser fortemente penalizado.

Se na equipa que o Barça apresentou, só o Puyol é titular de caras (o Villa e o Tello são muito utilizados, mas não são indiscutíveis), nós também tivemos baixas de vulto, nomeadamente o Salvio e o Enzo Pérez (para além dos crónicos Carlos Martins e Aimar). Entrámos muito pressionantes e o Rodrigo teve um desperdício clamoroso logo aos 12’, quando ficou isolado, com o Nolito ao lado, e rematou para fora. Como disse o Carlos Manuel na Sport TV no final, no tempo dele, um jogador isolado que não passasse para um colega em melhor posição e não fizesse golo era trucidado pelos companheiros. Outros tempos…! Se eu fosse presidente do Benfica, o Rodrigo não receberia ordenado este mês. E poderia ficar muito contente para não nos ter que pagar do bolso dele os 3,5M€ que nos custou a eliminação por causa do seu egoísmo. Até ao intervalo, foi um fartote de desperdício, com o Lima num cabeceamento ao lado e um remate defendido pelo Pinto para o poste, e o Ola John também isolado a permitir igualmente a defesa do guarda-redes habitualmente suplente do Barça.

A 2ª parte começou com outra grande oportunidade do Nolito, que rematou a rasar o poste, mas depois o Barça foi crescendo e, com a entrada do Messi aos 58’, veio para cima de nós. O Jesus demorava a mexer na equipa e esta parecia muito fatigada, não conseguindo chegar à frente com o mesmo perigo do 1º tempo. Depois do Artur ter feito duas magníficas intervenções no mesmo lance que tiraram ao Messi a oportunidade de este igualar o recorde do Gerd Muller de 85 golos num ano civil, o argentino lesionou-se e jogámos em superioridade numéricas os últimos 5’ (mais 5’ de compensação). E foi quase no final que o Maxi Pereira em óptima posição rematou para as nuvens, impedindo-nos de conseguir uma qualificação que esteve perfeitamente ao nosso alcance.

Em termos individuais, gostei muito do Matic e do Ola John: enormes exibições! O miúdo André Gomes não engana ninguém e, especialmente, na 1ª parte fez um jogo soberbo e cheio de personalidade. Outro que também o fez foi o Garay, absolutamente intransponível. O Artur também merece referência pelas intervenções frente ao Messi e por outra na 1ª parte, cuja rápida saída resolveu uma fífia do Luisão, que esteve longe do seu nível habitual, assim como o Maxi Pereira, que apesar de várias tentativas conseguiu sair do jogo sem um amarelo. O Nolito manteve o pouco rendimento que vem apresentando e o Melgarejo esteve também uns furos abaixo do habitual, talvez resquícios da lesão que teve no treino da véspera. O Lima fez uma partida esforçada e teve azar na bola ao poste. Finalmente, o Rodrigo, cuja presença em campo nos fez jogar com 10 até ao momento da sua substituição e cujo falhanço eu nunca lhe irei perdoar (todos nos lembramos do do Simão naquele mesmo estádio, certo? Não teve 1/10 da gravidade deste). O Bruno César não fez melhor, antes pelo contrário, e continuámos a jogar com 10. (O Gaitán deve estar mesmo muito mal para ter ficado no banco o tempo todo…)

Sinceramente, eu estaria menos chateado se tivéssemos levado três. Perder (no fundo, foi o que aconteceu) desta maneira deixa-me sempre um amargo de boca. E, principalmente, desperdiçar uma óptima oportunidade de fazer história ao ganhar em casa da melhor equipa de futebol de todos os tempos (sim, desfalcadíssima, mas as camisolas eram as mesmas e a derrota seria sempre contabilizada a este Barcelona). Resta-nos recuperar fisicamente (os jogadores acabaram de rastos!) para 2ª feira. Esse, sim, é um jogo importantíssimo para nós e convém não esquecermos que, do outro lado, estarão a jogar a final da Champions.

P.S. – O golo da vitória do Celtic surgiu num penalty muitíssimo duvidoso aos 81’. Penalty esse em que a bola bate na barra, cai sobre a linha de golo e quando volta para cima bate na parte interior da rede. Falando de sorte…

3 comentários:

Baresi disse...

Não contando com Puyol, Messi e Pique, há muitos jogadores que parece que são suplentes mas não é tanto assim.
O Barcelona tem um plantel que lhe permite ter politica de rotatividade de jogadores bastante grandes, sem alterar a qualidade e fio de jogo.
Tem um nucleo duro de jogadores (Xavi,Iniesta,Messi,Pique,Puyol,Busquets) mas até esses passam muito tempo no banco (lembro-me que Iniesta foi suplente na Luz, por exemplo).

Dos que entraram ontem em campo, há jogadores com uma grande rotatividade esta época:

Montoya 13 jogos (669 min)
Adriano 15 (961 min)
Tello 15 (644 min)
Villa 17 (578 min)
Song 16 (920 min)

Como comparação, esta época Iniesta tem 1100 minutos feitos, Fabregas 1200, Puyol 500, Dani Alves 1000, Pique 990, Alexis 800.


Song e Villa custaram 60M€, os 14 jogadores do Benfica que jogaram hoje foram adquiridos por sensivelmente 50 milhões...

S.L.B. disse...

Tudo bem, mas, se ambos os plantéis tivessem todos os jogadores disponíveis e em forma, a nós faltavam-nos três (Salvio, Pérez e Aimar) e a eles... dez! Independentemente da rotatividade.

António Pista disse...

E podemos conquistar um troféu europeu já esta época, e aí quem se lembrará do jogo de Barcelona?

Vamos a isso Benfica!

http://amesaredonda.blogspot.pt/