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terça-feira, dezembro 11, 2012

Inquestionável


Ganhámos no WC por 3-1 e voltámos a ter vantagem nos golos perante o CRAC, regressando assim ao 1º lugar da Liga. Foi um jogo que complicámos desnecessariamente, porque a nossa superioridade perante o 9º classificado é evidente, mas inexplicavelmente entrámos em campo com medo e ao intervalo estávamos a perder. Na 2ª parte, esmagámos como é habitual quando defrontamos uma equipa da segunda metade da tabela classificativa.
O Jesus veio dizer no final que a equipa entrou com respeito a mais pela lagartada. Não foi respeito, foi mesmo medo, o que lhes permitiu galvanizarem-se e fazerem certamente os melhores 40’ da época (30’ na 1ª + 10’ do início da 2ª). Perante a nossa apatia, o 9º classificado foi avançando no terreno e viu-se em vantagem aos 30’ num bom golo do Volkswagen, aproveitando uma bola nossa perdida a meio-campo. Só a partir daqui é que nós entrámos em campo e, até ao intervalo, o Lima e o Cardozo (2x) tiveram boas chances para igualar, mas a bola foi ao lado em duas ocasiões e o Rui Patrício defendeu a outra.

Depois da nossa superioridade nos últimos 15’ da 1ª parte, os primeiros 10’ da 2ª deram origem a novo equilíbrio no domínio do jogo, altura que nos valeu São Artur que defendeu um remate do Elias, isolado perante ele. No entanto, eu já tinha comentado com o D’Arcy ainda na 1ª parte que achava muito difícil que uma equipa da segunda metade da tabela conseguisse manter a intensidade de jogo dos 30’ iniciais. E assim foi, a partir dos 55’ o jogo foi todo nosso e com o regresso do rolo compressor empurrámos a lagartada para o seu meio-campo. Aos 59’ igualámos a partida, quando o Cardozo abriu bem para o Ola John na esquerda, este fez um óptimo centro, o Rojo vindo de trás empurrou o Cardozo, não o permitindo cabecear em condições (penalty evidente!), mas fê-lo com tal impetuosidade que acabou ele por meter a bola na baliza. Sentia-se em todo o estádio que a partida estava virada de vez. Nos minutos seguintes, a lagartada fez jus à cor e tremeu como varas verdes a cada novo ataque nosso. Tivemos algumas oportunidades, uma bola ao poste do Garay, mas o Insúa também respondeu na mesma moeda na terceira e última oportunidade de golo do 9º classificado. Até que os 80’, o Boulahrouz resolveu armar-se em Alex Sandro do CRAC e defendeu com a mão um remate do Salvio que ia para golo. O árbitro, o Sr. Marco Ferreira, fez a sinalética para canto, o que me ia provocando um AVC nas bancadas, mas certamente por indicação do fiscal-de-linha lá apontou para a marca de penalty e expulsou o holandês (que não teve a sorte que o Alex Sandro já teve por duas vezes – Braga e Moreirense -, tornando-o assim um feroz concorrente do Helton). O Cardozo não tremeu e atirou para o lado direito do guarda-redes em jeito, enganando o Rui Patrício. O Jesus fez a primeira alteração logo a seguir e colocou o Gaitán no lugar do Ola John. E o argentino partiu o que restava da lagartada. Arrancou amarelos e faltas e numa delas, aos 86’, depois de um centro do Salvio, o Tacuara voltou a atacar e de cabeça fez o 1-3, numa bola que ainda tabelou na cabeça do Insúa antes de entrar. Pouco depois, o jogo terminava depois de somente 2’ de compensação, a prenda natalícia do árbitro aos lagartos.

O destaque da partida vai obviamente para o Cardozo: esteve nos três golos (isto dá para tudo: o site da Liga dá-lhe a autoria dos três, A Bola atribui-lhe dois – a minha opinião - e o Record dá um, porque considera o 3º também autogolo! Ou seja, azia lagarta, claramente) e, considerando os dois de ontem, já tem nove contra a lagartada. O Lima também foi muito importante, já que, como era o avançado que recuava no terreno, grande parte do nosso jogo passou por ele. Depois de uma primeira parte muito sofrível, o Salvio explodiu na 2ª e esteve em dois dos golos. Essa melhoria entre as duas partes também tiveram o Maxi e o Jardel, que beneficiaram igualmente do pouco ataque produzido pelo 9º classificado no 2º tempo. O Garay é um senhor, assim como o Artur, fundamental na vitória com aquela defesa perante o Elias. O André Gomes vai ser craque, tem uma enorme personalidade, mas acaba por estar ligado às três oportunidades dos lagartos: é ele quem perde a bola a meio-campo no golo, e não acompanhou quer o Elias, quer o Insúa nos dois lances da 2ª parte. O Matic voltou a fazer uma óptima exibição e o Melgarejo esteve regular. O Ola John é que me pareceu cansado e não esteve tão bem como nos últimos tempos, mas mesmo assim contabilizou mais uma assistência para golo. O Gaitán mostrou que foi um erro tremendo não ter entrado em Barcelona…

Diz-se que um lagartos - Glorioso é sempre um lagartos - Glorioso e é verdade, porque celebrar golos e vitórias em casa deles tem um sabor especial. Por isso mesmo, espero que aquela agremiação não acabe, porque perderia este gozo e eu sou hedonista. Mesmo apesar do nível de ridicularidade da lagartada ter atingindo um novo patamar com a rábula do possível adiamento do jogo, de estarem a 18 pontos de nós à 11ª jornada e a apenas dois da linha de água… Desde 2006/07 que não perco lá um jogo (quando se começa com uma vitória, é difícil deixar de lá ir…) e este foi o 9º em todas as competições: voltei novamente a ter saldo positivo (4V, 2E e 3D).

P.S. – O Sr. Marco Ferreira fez a melhor arbitragem que me lembro de ver o WC. Deixou jogar, não assinalou faltas por tudo e por nada, e é verdade que poderia ter mostrado mais um ou outro amarelo aos lagartos, mas pelo que vimos no passado não nos podemos queixar. Parece impossível como é que não marcou logo o penalty, que foi mais que visível até no 2º anel do estádio, mas, como comentou o TMA, perante o conjunto da exibição vamos acreditar que não teria sido de propósito (mas lá que seria um erro monumental, lá isso seria…).

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