quinta-feira, fevereiro 16, 2012
Cão imundo
Perdemos ingloriamente em São Petersburgo com o Zenit por 3-2 e estamos em desvantagem nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Foi uma derrota muito amarga, já que empatámos o jogo aos 87’ e um erro incrível do Maxi Pereira, que estava a ser o melhor em campo, um minuto(!) depois deu novo golo ao adversário. Saio desta partida com uma sensação de frustração enorme e algo apreensivo (já explico melhor porquê) quanto ao desfecho da eliminatória, apesar de obviamente tudo continuar em aberto.
O título deste post deve-se ao momento do jogo: aos 17’, esse animal hediondo que eu me recuso a nomear agrediu o Rodrigo, num lance parecido com este. Felizmente não partiu a perna ao nosso jogador, mas provocou-lhe uma lesão que certamente o vai impedir de jogar nos próximos jogos. É o que se chama uma entrada “para memória futura”, já que se avizinha o jogo com os assumidamente corruptos (e a 2ª mão) e nada melhor do que pôr fora de jogo o jogador do Benfica em melhor forma. Começava mal a partida jogada nuns inacreditáveis -13ºC(!) e com o relvado naturalmente em péssimo estado. A jogar momentaneamente com 10, marcámos um golo pouco depois. Aos 20’, o Cardozo bate um livre, o guarda-redes defende para a frente e o Maxi Pereira recarga para o 0-1. O Rodrigo ainda voltou a entrar, mas apenas para dar tempo ao Aimar para aquecer e a substituição deu-se aos 27’. A partir do nosso golo, o Zenit acordou e passou a jogar à bola. Aumentou o ritmo e conseguiu empatar aos 27’, já depois de o Artur ter feito uma boa defesa, por parte do Shirokov, num lance em que se sentiu a falta do Javi García, já que o adversário apareceu sem marcação à entrada da área, com o Matic (que até fez um jogo razoável) nas covas. Até ao intervalo, poderia ter havido mais golos quer numa quer noutra baliza, mas a falta de pontaria imperou. Para além disso, alguns passes mal feitos impediram-nos de dar a melhor sequência a contra-ataques que poderiam ter sido perigosos.
A 2ª parte iniciou-se do mesmo modo que a 1ª,com as equipas num ritmo baixo e sem querer arriscar muito. O Gaitán de ângulo quase impossível e principalmente o Cardozo, numa boa jogada do Emerson, poderiam ter marcado, embora os russos também tenham tido uma boa oportunidade num remate por cima. Mas uma desatenção do Emerson, que não acompanhou o jogador que subiu no seu flanco depois de um toque de calcanhar do Kerzhakov, provocou o 2-1 marcado com outro toque de calcanhar(!) pelo Semak aos 71’. Ao contrário da 1ª parte, o Zenit não estava a justificar estar em vantagem no marcador, facto que aconteceu nos 10’ seguintes em que passámos um mau bocado. Cheguei a desejar que a partida terminasse aos 80’, porque estava mesmo a ver um terceiro golo. Mas nos últimos 10’ recompusemo-nos e acabámos por fazer o empate aos 87’ pelo Cardozo, depois de um remate atabalhoado do Gaitán que o guarda-redes defendeu para a frente, o que permitiu ao Tacuara marcar em 10 dos últimos 11 jogos em que participou (não fossem aqueles 5’ frente ao Marítimo na Taça da Liga e onde já ia o recorde do Eusébio…). Gritei o golo como há algum tempo não o fazia, mas o balde de água gélida veio logo no minuto seguinte quando o Maxi Pereira assistiu o Shirokov para o 3-2. Até final, o Nolito ainda teve um bom remate, mas o resultado manteve-se.
Em termos individuais, o Maxi Pereira e o Emerson (sim, o Emerson!) estavam os nossos melhores jogadores, mas cada um deles borrou a pintura ao estar ligado a um golo do Zenit. Assim como o Matic, que fez uma exibição muito personalizada, com excepção do esquecimento do 1-1. O Artur acabou por só fazer uma defesa e sofrer três golos sem culpa nenhuma. Os centrais não estiveram mal e o Garay livrou-se do amarelo que o impediria de jogar na 2ª mão, algo que INFELIZMENTE não aconteceu com o Aimar, que foi vítima de um critério incrível do Sr. Jonas Eriksson, árbitro sueco, que o admoestou num lance de disputa de bola (depois de só ter mostrado amarelo ao cão imundo no lance com o Rodrigo!). O Gaitán e o Witsel ganhariam muito se libertassem mais a bola e não se pusessem a fintar à saída(!) da nossa área, e não estiveram tão bem como em partidas anteriores (em especial, o belga). O Bruno César, que jogou em vez do Nolito, cumpriu, mas o espanhol mexeu com as coisas quando entrou. O Cardozo lá somou mais um golo e participou activamente no outro, mas teve mais ocasiões em que poderia ter rematado melhor do que fez. O Rodrigo poderia ter sido decisivo, mas o animal assassino não o permitiu.
Fiquei apreensivo para o jogo da 2ª mão, quando vi na flash interview a expressão do Jesus quando lamentou o facto de o Aimar não poder jogar. Iria ser muito importante para descobrir espaços na presumível muralha russa. Por outro lado, vamos ver como evolui o Rodrigo, porque sem nenhum deles o panorama torna-se mais negro. Além disso, estamos em desvantagem e eu bem vi como os russos se defenderam na pocilga, com o catenaccio do Spalletti a funcionar na perfeição. A juntar a isto, estarão com mais três semanas de treinos e, se já neste jogo não se notou a diferença de ritmo entre as equipas, ainda será pior na 2ª mão. Era bom que o Malafeev, o guarda-redes titular, continuasse de fora. Conforta-me saber que estamos há não-sei-quantos jogos a marcar consecutivamente e basta 1-0 para passarmos, mas todo o cuidado será pouco numa semana terrível, pois será apenas quatro dias depois de termos recebido os assumidamente corruptos.
P.S. – Espero bem que isto se verifique.
O título deste post deve-se ao momento do jogo: aos 17’, esse animal hediondo que eu me recuso a nomear agrediu o Rodrigo, num lance parecido com este. Felizmente não partiu a perna ao nosso jogador, mas provocou-lhe uma lesão que certamente o vai impedir de jogar nos próximos jogos. É o que se chama uma entrada “para memória futura”, já que se avizinha o jogo com os assumidamente corruptos (e a 2ª mão) e nada melhor do que pôr fora de jogo o jogador do Benfica em melhor forma. Começava mal a partida jogada nuns inacreditáveis -13ºC(!) e com o relvado naturalmente em péssimo estado. A jogar momentaneamente com 10, marcámos um golo pouco depois. Aos 20’, o Cardozo bate um livre, o guarda-redes defende para a frente e o Maxi Pereira recarga para o 0-1. O Rodrigo ainda voltou a entrar, mas apenas para dar tempo ao Aimar para aquecer e a substituição deu-se aos 27’. A partir do nosso golo, o Zenit acordou e passou a jogar à bola. Aumentou o ritmo e conseguiu empatar aos 27’, já depois de o Artur ter feito uma boa defesa, por parte do Shirokov, num lance em que se sentiu a falta do Javi García, já que o adversário apareceu sem marcação à entrada da área, com o Matic (que até fez um jogo razoável) nas covas. Até ao intervalo, poderia ter havido mais golos quer numa quer noutra baliza, mas a falta de pontaria imperou. Para além disso, alguns passes mal feitos impediram-nos de dar a melhor sequência a contra-ataques que poderiam ter sido perigosos.
A 2ª parte iniciou-se do mesmo modo que a 1ª,com as equipas num ritmo baixo e sem querer arriscar muito. O Gaitán de ângulo quase impossível e principalmente o Cardozo, numa boa jogada do Emerson, poderiam ter marcado, embora os russos também tenham tido uma boa oportunidade num remate por cima. Mas uma desatenção do Emerson, que não acompanhou o jogador que subiu no seu flanco depois de um toque de calcanhar do Kerzhakov, provocou o 2-1 marcado com outro toque de calcanhar(!) pelo Semak aos 71’. Ao contrário da 1ª parte, o Zenit não estava a justificar estar em vantagem no marcador, facto que aconteceu nos 10’ seguintes em que passámos um mau bocado. Cheguei a desejar que a partida terminasse aos 80’, porque estava mesmo a ver um terceiro golo. Mas nos últimos 10’ recompusemo-nos e acabámos por fazer o empate aos 87’ pelo Cardozo, depois de um remate atabalhoado do Gaitán que o guarda-redes defendeu para a frente, o que permitiu ao Tacuara marcar em 10 dos últimos 11 jogos em que participou (não fossem aqueles 5’ frente ao Marítimo na Taça da Liga e onde já ia o recorde do Eusébio…). Gritei o golo como há algum tempo não o fazia, mas o balde de água gélida veio logo no minuto seguinte quando o Maxi Pereira assistiu o Shirokov para o 3-2. Até final, o Nolito ainda teve um bom remate, mas o resultado manteve-se.
Em termos individuais, o Maxi Pereira e o Emerson (sim, o Emerson!) estavam os nossos melhores jogadores, mas cada um deles borrou a pintura ao estar ligado a um golo do Zenit. Assim como o Matic, que fez uma exibição muito personalizada, com excepção do esquecimento do 1-1. O Artur acabou por só fazer uma defesa e sofrer três golos sem culpa nenhuma. Os centrais não estiveram mal e o Garay livrou-se do amarelo que o impediria de jogar na 2ª mão, algo que INFELIZMENTE não aconteceu com o Aimar, que foi vítima de um critério incrível do Sr. Jonas Eriksson, árbitro sueco, que o admoestou num lance de disputa de bola (depois de só ter mostrado amarelo ao cão imundo no lance com o Rodrigo!). O Gaitán e o Witsel ganhariam muito se libertassem mais a bola e não se pusessem a fintar à saída(!) da nossa área, e não estiveram tão bem como em partidas anteriores (em especial, o belga). O Bruno César, que jogou em vez do Nolito, cumpriu, mas o espanhol mexeu com as coisas quando entrou. O Cardozo lá somou mais um golo e participou activamente no outro, mas teve mais ocasiões em que poderia ter rematado melhor do que fez. O Rodrigo poderia ter sido decisivo, mas o animal assassino não o permitiu.
Fiquei apreensivo para o jogo da 2ª mão, quando vi na flash interview a expressão do Jesus quando lamentou o facto de o Aimar não poder jogar. Iria ser muito importante para descobrir espaços na presumível muralha russa. Por outro lado, vamos ver como evolui o Rodrigo, porque sem nenhum deles o panorama torna-se mais negro. Além disso, estamos em desvantagem e eu bem vi como os russos se defenderam na pocilga, com o catenaccio do Spalletti a funcionar na perfeição. A juntar a isto, estarão com mais três semanas de treinos e, se já neste jogo não se notou a diferença de ritmo entre as equipas, ainda será pior na 2ª mão. Era bom que o Malafeev, o guarda-redes titular, continuasse de fora. Conforta-me saber que estamos há não-sei-quantos jogos a marcar consecutivamente e basta 1-0 para passarmos, mas todo o cuidado será pouco numa semana terrível, pois será apenas quatro dias depois de termos recebido os assumidamente corruptos.
P.S. – Espero bem que isto se verifique.
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5 comentários:
Não partilho da tua opinião em 2 coisas.
A entrada é dura mas não tem nada a ver com essa, eu odeio (sim é o termo correcto) o animaloide em questão mas é apenas um ponto de vista.
Se viste o jogo com os assumidamente corruptos, viste que o catennacio deles é muito fraquinho, não sairam da pocilga com 5 ou 6 no lombo por pura incapacidade de finalizarem uma das muitas oportunidades que tiveram.
Quanto ao resto do teu post, partilho da tua opinião, a análise está correcta apenas fazendo uma adenda, Maxi deu tanto um golo como o GR deles nos deu o empate, o resultado do jogo não é inglório, é justo.
Abraço e saudações gloriosas.
Revê o lance, LC. Só não é (felizmente) igual ao do Maradona, porque o Rodrigo não está com os pés no chão quando leva a agressão. Caso contrário, muito provavelmente estaríamos hoje aqui a lamentar uma perna partida. A intenção do animal era dar cabo dele para o resto da época e só não o conseguiu por um mero acaso.
S.L.B.
Assino por baixo tudo o que disseste!! Puta que pariu o porco!!!
Desculpa, já vi o lance mais de 100x em vários ângulos, acho que é uma entrada dura mas não é agressão nem premeditado, aquilo é o animal, é o instinto dele, a lesão do Rodrigo não tem a ver com a pancada que leva no pé/tornozelo, tem a ver com a queda num terreno gelado que podia estar até vidrado (anca)
LC: vou citar o meu amigo João Bizarro: "segundo o pai do Bruno Alves se eu empurrar um tipo, ele cair de um arranha céus e esmigalhar os cornos no cimento não posso ser responsabilizado porque lhe toquei no braço e não na cabeça. É isso?" Temos opiniões diferentes, mas numa coisa concordo contigo: foi provocado pelo "instinto animal" que um animal como ele obviamente tem.
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