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terça-feira, fevereiro 21, 2012

Livres e cantos

Depois de vários meses em que só fomos derrotados na Taça de Portugal, eis que em apenas cinco dias averbamos duas derrotas consecutivas. Perdemos em Guimarães por 0-1 e interrompemos igualmente uma fantástica série de jogos consecutivos a marcar (desde a malfadada meia-final da Liga Europa em Braga em Maio que marcávamos em todos os jogos e, para o campeonato, desde a derrota por 0-5 na casa do CRAC em Novembro de 2010 que não ficávamos a zeros). Foi uma exibição muito desinspirada perante um adversário que deve ter feito o melhor jogo da época.

Confesso que estranhei a constituição inicial da equipa, porque sem o Javi García lesionado, o Jesus ainda deixou o Witsel no banco, fazendo alinhar o Aimar e os dois pontas-de-lança. Era uma formação muito atacante e o que é facto é que tivemos sempre muita dificuldade em impor o nosso jogo. O V. Guimarães marcava muito bem o Aimar e nós não conseguíamos construir tantas oportunidades de golo como é habitual. Mesmo assim houve uns quantos lances em que poderíamos ter marcado, mas o Nolito falhou um canto à Camacho quando estava em óptima posição, o Gaitán rematou ao lado numa boa jogada individual e o Matic atirou com a nuca, não aproveitando uma saída em falso do Nilson. Na defesa, o Luisão e o Artur mostravam-se invulgarmente pouco seguros. O jogo arrastava-se para o intervalo, quando o auxiliar do Sr. Carlos Xistra, o Sr. José Cardinal, inventou uma falta perto da linha lateral a favor do V. Guimarães de que resultou o único golo da partida. O Cardozo não saltou como devia e o Matic, em vez de se preocupar com os pés do adversário e a bola, só se preocupou em agarrar o Toscano, que assim conseguiu rematar à meia-volta, acabando por marcar.

Na 2ª parte, a partida teve só um sentido, mas como disse o Jesus no final tivemos menos oportunidades do que na 1ª. O Nolito isolado sobre a esquerda permitiu a defesa do Nilson e o Cardozo num canto aproveitou um ressalto, mas rematou por cima quando se rematasse em direcção ao relvado teria provavelmente marcado. Aos 58’, o Jesus tirou o Matic para colocar o Witsel, mas só voltou a mexer na equipa aos 85’! E foi pena, porque o Nolito desceu muito de produção na 2ª parte e talvez o Bruno César devesse ter entrado mais cedo. Nunca demos a sensação que poderíamos dar a volta ao resultado, mas pelo que fizemos também não merecíamos sair derrotados.

Em termos individuais, é difícil destacar alguém numa partida tão pouco conseguida da nossa parte. Talvez o Garay tenha sido o menos mau, o Nolito fez uma boa 1ª parte, mas caiu muito na 2ª e Aimar também nunca se escondeu, embora as coisas nem sempre tenham corrido pelo melhor. Ao invés, o Cardozo passou completamente ao lado do jogo, o Rodrigo não esteve tão bem como em jogos anteriores (provavelmente resquícios ainda da patada do animal na Rússia), o Matic não é decididamente o Javi García e será um milagre se conseguirmos ganhar algo com um lateral-esquerdo como o Emerson…

Claro está que, mesmo com um jogo menos conseguido, se soubéssemos marcar convenientemente livres e cantos (devemos ter tido entre 15 e 20 no total!), teríamos ganho. É inadmissível que uma equipa como a nossa não aproveite melhor estes lances e marque os cantos todos para a cabeça do primeiro defesa, e os livres todos directos para o guarda-redes. Apesar desta derrota, mantemo-nos na liderança do campeonato, mas agora apenas com dois pontos de vantagem sobre os corruptos. O que faz com que tenhamos que lhes ganhar quando os recebermos na Luz daqui a duas jornadas, porque o empate deixou de ser um bom resultado. Mas antes, claro está, é imprescindível uma vitória em Coimbra no próximo fim-de-semana. Espero que esta semana negativa não tenha repercussões nos próximos jogos.

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