segunda-feira, novembro 12, 2007
Melhor seria difícil
Vencemos o Boavista por 6-1 e conseguimos uma inédita 4ª vitória seguida no campeonato. Com o inacreditável empate do clube regional (a ganhar 2-0 aos 85’!) na Amadora, estamos agora a quatro pontos do 1º e com a derrota dos lagartos em Braga ficámos com quatro pontos de vantagem em relação a eles. O fim-de-semana esteve próximo da perfeição! Mas deve dizer-se que, apesar de a vitória ser indiscutível, a sorte do jogo não nos foi madrasta. Na 1ª parte, o Boavista teve três boas ocasiões para igualar já depois de estar 1-0 e na 2ª, mesmo antes do 4-1, há um jogador axadrezado que isolado atira ao poste. Isto já para não falar da expulsão (justa), por 2º amarelo, do Zé Kalanga logo aos 55’. Os números talvez sejam exagerados, mas a justeza da vitória é inquestionável.
Por outro lado, gostaria de salientar estas coincidências que acontecem sempre com o Camacho. Desde o 6-2 em Setúbal em 2002/03 que não marcávamos seis golos no campeonato e é mesmo a primeira vez que os marcamos em jogos oficiais na nova Luz. Este nunca baixar de braços, mesmo com o resultado mais que favorável, juntamente com a quantidade de golos que marcamos nos últimos minutos (e hoje foram mais dois) são coisas que (olha que curioso!) só acontecem a ele. A equipa apresentou-se de início com o Nuno Gomes, sem o Edcarlos e portanto com o respectivo recuo do Katsouranis para a defesa. Todavia, não fizemos uma boa 1ª parte. Tivemos o mérito de marcar relativamente cedo, 18’ pelo Cardozo, mas depois deixámos o Boavista manobrar à vontade no nosso meio-campo, o que nos poderia ter causado dissabores, porque eles tiveram algumas boas ocasiões para empatar, se bem que o Cardozo e o Luisão também estivessem próximos do 2-0.
A 2ª parte foi melhor. É óbvio que a expulsão aos 55’ nos facilitou a vida, porque passámos a ter muito mais espaço, embora o Boavista, estranhamente ao que é habitual nas equipas do Jaime Pacheco, tenha sido sempre muito permissivo na hora de defender. No entanto, através de um contra-ataque que o Luís Filipe deveria ter morto logo à nascença com uma falta na linha lateral, o Boavista conseguiu empatar pelo Jorge Ribeiro apenas 3’ depois da expulsão. Felizmente nós reagimos bem e 4’ volvidos chegámos de novo à vantagem com a estreia do Maxi Pereira a marcar na sequência de uma óptima jogada do Léo. Desta vez não deixámos correr o marfim como na 1ª parte e aos 66’ o C. Rodríguez fez o 3-1 num inteligente golpe de cabeça, depois de uma entrada do Rui Costa na área, e o vencedor ficou encontrado. O Boavista teve a tal bola ao poste e nos últimos 11 minutos marcámos mais três golos, dois dos quais do Nuno Gomes. Como ouvi a um adepto à saída do estádio, desforrámo-nos do incrível jogo do ano passado e do empate com as quatro bolas aos ferros. E só não fizemos o 7-1, porque o Bergessio marcou um penalty sem concentração nenhuma (parecia o Butt na Amadora) e permitiu a defesa ao guarda-redes, o que me fez sair um pouco chateado do campo, porque foi a última jogada da partida.
A equipa fez um jogo muito interessante, especialmente na 2ª parte. Houve bastante jogadores com exibições acima da média, mas não acho que tivesse havido algum que se tenha destacado muito dos demais. Com o espaço todo que teve, o Rui Costa foi dos melhores, se bem que a pontaria tenha que ser revista. O C. Rodríguez abusou um pouco do individualismo na 1ª parte, mas depois soltou-se mais uma vez e confirmou ser o nosso melhor reforço este ano. O Cardozo marcou um golo muito oportuno e espero que a lesão que teve (num lance bárbaro que nem falta foi!) não seja grave. O Nuno Gomes fez mais um bis e mostrou que temos que jogar com dois avançados na maioria dos jogos. O Binya esteve muitíssimo mais retraído do que é habitual, a que não será de todo alheio o lance de Glasgow. Não percebo é porque é que o Camacho não dá uma oportunidade ao Adu em jogos destes com o resultado já feito. Até porque o Di María já esteve em melhor forma do que agora.
Uma última palavra para a arbitragem ENORMEMENTE habilidosa do Sr. Paulo Paraty. Enquanto o resultado esteve na vantagem mínima foi tentando provocar os nossos jogadores, não assinalando faltas a nosso favor e inventado outras para o adversário. O cartão amarelo ao Léo é ridículo e teve azar porque o jogador do Boavista que fez a falta a seguir foi um que tinha já amarelo e quando o Paraty puxou do cartão não se apercebeu quem era e depois teve que o expulsar. O lance foi mesmo à minha frente e fiquei com a nítida sensação que se o árbitro tivesse reparado que era um jogador já amarelado não tinha mostrado nada. Assim que a diferença no marcador foi subindo, e como já lhe era impossível inverter o rumo do jogo, a arbitragem modificou-se para melhor, de tal maneira que até assinalou dois penalties a nosso favor (ambos indiscutíveis, claro).
P.S. – Como comentei ao intervalo com os meus colegas de bancada e não foi a 1ª vez que o fiz, a minha grande esperança no Jesualdo Ferreira começa a dar os seus frutos. Em apenas duas jornadas, a vantagem reduziu-se a metade. E este jogo teve laivos de hilaridade. Eu nem o estava a ver, porque com 2-0 a favor deles jamais me passou pela cabeça que não ganhassem e só um sms do D’Arcy é que me alertou para o que se passou! A saída do Helton no 1-2 é magnífica e depois há um inédito penalty contra eles aos 91’! Ainda estamos muito longe de o polvo estar morto, mas nos bons velhos tempos do Apito Dourado esta situação era impensável...
Por outro lado, gostaria de salientar estas coincidências que acontecem sempre com o Camacho. Desde o 6-2 em Setúbal em 2002/03 que não marcávamos seis golos no campeonato e é mesmo a primeira vez que os marcamos em jogos oficiais na nova Luz. Este nunca baixar de braços, mesmo com o resultado mais que favorável, juntamente com a quantidade de golos que marcamos nos últimos minutos (e hoje foram mais dois) são coisas que (olha que curioso!) só acontecem a ele. A equipa apresentou-se de início com o Nuno Gomes, sem o Edcarlos e portanto com o respectivo recuo do Katsouranis para a defesa. Todavia, não fizemos uma boa 1ª parte. Tivemos o mérito de marcar relativamente cedo, 18’ pelo Cardozo, mas depois deixámos o Boavista manobrar à vontade no nosso meio-campo, o que nos poderia ter causado dissabores, porque eles tiveram algumas boas ocasiões para empatar, se bem que o Cardozo e o Luisão também estivessem próximos do 2-0.
A 2ª parte foi melhor. É óbvio que a expulsão aos 55’ nos facilitou a vida, porque passámos a ter muito mais espaço, embora o Boavista, estranhamente ao que é habitual nas equipas do Jaime Pacheco, tenha sido sempre muito permissivo na hora de defender. No entanto, através de um contra-ataque que o Luís Filipe deveria ter morto logo à nascença com uma falta na linha lateral, o Boavista conseguiu empatar pelo Jorge Ribeiro apenas 3’ depois da expulsão. Felizmente nós reagimos bem e 4’ volvidos chegámos de novo à vantagem com a estreia do Maxi Pereira a marcar na sequência de uma óptima jogada do Léo. Desta vez não deixámos correr o marfim como na 1ª parte e aos 66’ o C. Rodríguez fez o 3-1 num inteligente golpe de cabeça, depois de uma entrada do Rui Costa na área, e o vencedor ficou encontrado. O Boavista teve a tal bola ao poste e nos últimos 11 minutos marcámos mais três golos, dois dos quais do Nuno Gomes. Como ouvi a um adepto à saída do estádio, desforrámo-nos do incrível jogo do ano passado e do empate com as quatro bolas aos ferros. E só não fizemos o 7-1, porque o Bergessio marcou um penalty sem concentração nenhuma (parecia o Butt na Amadora) e permitiu a defesa ao guarda-redes, o que me fez sair um pouco chateado do campo, porque foi a última jogada da partida.
A equipa fez um jogo muito interessante, especialmente na 2ª parte. Houve bastante jogadores com exibições acima da média, mas não acho que tivesse havido algum que se tenha destacado muito dos demais. Com o espaço todo que teve, o Rui Costa foi dos melhores, se bem que a pontaria tenha que ser revista. O C. Rodríguez abusou um pouco do individualismo na 1ª parte, mas depois soltou-se mais uma vez e confirmou ser o nosso melhor reforço este ano. O Cardozo marcou um golo muito oportuno e espero que a lesão que teve (num lance bárbaro que nem falta foi!) não seja grave. O Nuno Gomes fez mais um bis e mostrou que temos que jogar com dois avançados na maioria dos jogos. O Binya esteve muitíssimo mais retraído do que é habitual, a que não será de todo alheio o lance de Glasgow. Não percebo é porque é que o Camacho não dá uma oportunidade ao Adu em jogos destes com o resultado já feito. Até porque o Di María já esteve em melhor forma do que agora.
Uma última palavra para a arbitragem ENORMEMENTE habilidosa do Sr. Paulo Paraty. Enquanto o resultado esteve na vantagem mínima foi tentando provocar os nossos jogadores, não assinalando faltas a nosso favor e inventado outras para o adversário. O cartão amarelo ao Léo é ridículo e teve azar porque o jogador do Boavista que fez a falta a seguir foi um que tinha já amarelo e quando o Paraty puxou do cartão não se apercebeu quem era e depois teve que o expulsar. O lance foi mesmo à minha frente e fiquei com a nítida sensação que se o árbitro tivesse reparado que era um jogador já amarelado não tinha mostrado nada. Assim que a diferença no marcador foi subindo, e como já lhe era impossível inverter o rumo do jogo, a arbitragem modificou-se para melhor, de tal maneira que até assinalou dois penalties a nosso favor (ambos indiscutíveis, claro).
P.S. – Como comentei ao intervalo com os meus colegas de bancada e não foi a 1ª vez que o fiz, a minha grande esperança no Jesualdo Ferreira começa a dar os seus frutos. Em apenas duas jornadas, a vantagem reduziu-se a metade. E este jogo teve laivos de hilaridade. Eu nem o estava a ver, porque com 2-0 a favor deles jamais me passou pela cabeça que não ganhassem e só um sms do D’Arcy é que me alertou para o que se passou! A saída do Helton no 1-2 é magnífica e depois há um inédito penalty contra eles aos 91’! Ainda estamos muito longe de o polvo estar morto, mas nos bons velhos tempos do Apito Dourado esta situação era impensável...
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6 comentários:
Também fiquei chateado com aquele último penalti. Percebo que tenham deixado o Bergessio marcar, para ganhar confiança (continua a não me convencer), mas o Rodríguez merecia aquele golo: com 6-1 no marcador e quase 90 minutos nas pernas, foi a insistência dele numa bola aparentemente inofensiva que originou uma jogada de onde ele próprio arranca um penalti. O homem é fabuloso!! E não falhava aquele penalti...
A insistência não foi só do Rodríguez. Foi dele e do Bergessio, e é um passe do Bergessio que deixa o Rodríguez na cara do guarda-redes. Quanto ao penalti falhado, não me parece que tenha havido displicência por parte do Bergessio. O guarda-redes adivinhou o lado, azar. Conforme disse ontem, o penalti do Nuno Gomes foi muito mais mal marcado e deu golo.
Sinceramente, entristece-me um pouco que mesmo depois de ganharmos por 6-1 tenha ouvido vários adeptos que pareciam estar mais preocupados em bater no Bergessio por ter falhado um penalti, ou no Luís Filipe por ter jogado mal, do que alegrarem-se pelo resultado.
Só acho que o Rodríguez merecia o golo, não só pelo que fez ontem mas pelo que tem feito nos jogos todos!
Se o Bergessio tivesse marcado eu diria a mesma coisa, como falhou permito-me acrescentar que fiquei ligeiramente chateado.
E a insistência foi só do Rodríguez, o Bergessio acompanha (e bem) o lance e está no sítio certo à hora certa para fazer a (muito boa) tabela que "deixa o Rodríguez na cara do guarda-redes".
Concordo nessa questão dos adeptos, mas quanto a isso não há nada a fazer. Irrita-me ouvir assobios para um jogador do Glorioso na Luz, mas também me irrita a falta de qualidade do Luís Filipe.
E quanto o Bergessio, é inegável que falhar um penalti não ajuda nada um jogador que ainda não mostrou nada que me entusiasmasse, mas dou-lhe o benefício da dúvida...
Parece que a lesão do Cardozo vai fazer com que ele não tenha de viajar para os jogos da selecção!! Boa notícia, desde que esteja apto para os nossos próximos compromissos!!
Caro D'Arcy:
Normalmente até concordo consigo nas análises que costuma fazer na Tertúlia. Mas não deixo de reparar que - na maior parte das vezes - é "acrítico" demais. Não preciso, com certezam, de lhe explicar que somos o Benfica. Mediocridades é do outro lado da estrada. Aí, qualquer jogador de leste é superior ao Rodriguez; qualquer Djaló é muito melhor que o Nuno Gomes; qualquer Purovic ou Derlei vai marcar mais golos que o Cardozo; qualquer Ricardo é melhor que o Quim, etc. E quando perdem vêem com a choradeira do costume.
Isto para dizer que temos de ser exigentes com o nosso clube. Não acho que se deva assobiar (principalmente nos jogos ao vivo - a não ser que haja uma catástrofe, tipo Fernando Santos como nosso treinador) mas também não acho que devamos ficar contentes por ter um Luís Filipe como titular (quanto tempo mais para o Nélson estar recuperado?) ou para termos um cepo de nome Bergessio lá na frente. Muito sinceramente, será que teve a mesma esperança/ protecção/ "glorificação" de tipos como o Pringle, o Marcel, o Kikin, o Saunders, etc, etc?
Não prestam, ponto final. E não é uma questão de adaptação: adaptação precisam o Di Maria ou o Adu...
Em tempo total de jogo o Bergessio nem sequer chegou ainda aos quatro jogos completos. Isto é suficiente para se dizer que um jogador de créditos firmados na Argentina, que foi um investimento importante do Benfica, é um flop? Sinceramente, parece-me um manifesto exagero.
Há sempre jogadores de quem eu gosto menos, mas é para mim uma sensação demasiado desagradável criticar violentamente um jogador com a camisola do Benfica. E assobiá-lo durante um jogo, nunca o fiz. É preciso que um jogador me faça perder a cabeça (normalmente por falta de empenho ou burrice extrema) para que eu consiga desancá-lo (o último que conseguiu levar-me a esse estado foi o Alcides). Agora quando eu vejo que os jogadores se esforçam, e simplesmente as coisas lhes correm mal, tenho tendência a ser compreensivo. E de certeza se há algo de que o Bergessio não pode ser acusado é de falta de empenho. Eu também não fico conformado ou mesmo satisfeito por ter que ter o Luís Filipe a titular. Mas é o que neste momento temos, e não vejo qualquer vantagem em estar a deitá-lo ainda mais abaixo.
É para mim particularmente interessante ver a quantidade dos nossos adeptos que agora 'suspiram' pelo regresso do Nélson. Quem me conhece sabe bem da forma como eu 'protejo/tenho esperança/glorifico' o Nélson, mesmo sendo este por vezes impiedosamente atacado pelos benfiquistas. Sempre me pareceu que ao Nélson não dão qualquer espaço de manobra, qualquer falha mínima é logo empolada e usada como arma de arremesso contra ele.
O Freddy Adu, por exemplo, se calhar teve tanto ou ainda menos "tempo total de jogo o (inferior) a quatro jogos completos". E tem mais não-sei-quantos golos e, de um modo geral, é-lhe dado, por todos os benfiquistas, um futuro muito mais certo, se quiser. Não consigo perceber por que é que o Camacho não aposta mais sistematicamente nele: contra o Boavista, fiquei curioso de saber quantos golos marcaria mais (sim, porque o penalty~decerto que não falharia).; contra o Celtic também não percebi porque é que o nosso "talismã dos últimos minutos" não entrou, sendo preterido precisamente pelo Bergessio (que, salvo erro, não chegou sequer a tocar na bola).
Naturalmente penso que, por isso mesmo, o que já vi do Bergessio, chega. Como chegou aquilo que vi do Marcel (ainda teve menos tempo do que o Bergessio), do Derlei ou do Kikin. Se foi um investimento importante - 2,5 milhões por 50% do passe - isso é um problema do Benfica (e, consequentemente, nosso) e que demonstra bem a estupidez dalgumas das nossas contratações (Andrés Diaz, Stretenovic, Zoro, Butt, Miguelito, Luís Filipe, etc.)
Volto a referir que discordo da assobiadela que, jogo sim, jogo sim, os adeptos brindam alguns jogadores. Mas, se porventura estes forem substituidos, isso também não quererá dizer que os vá aplaudir. E o Bergessio, pegando nas suas palavras, "já me fez perder a cabeça": os domínios de bola são ridículos, os falhanços ainda mais e a maneira como marcou o penalty foi a gota de água. Restava-lhe o esforço que, de facto, reconheço que tem. Mas isso não chega, naturalmente, para ser jogador do Benfica. Eu, por exemplo, não tenho jeito nenhum para jogar futebol mas se me pusessem com aquela camisola, corria até cair para o lado.
Eu - mais do que "glorificar" - tenho "esperança no Nélson. E é por isso mesmo que me irrita alguns falhanços que, fruto de falhas de concentração, ele tem. E isso já nos custou vários golos sofridos no passado. Agora volto a repetir que o Nélson é de longe titular (quando comparado com o Luís Filipe...).
De resto, permita-me também discordar de quando diz que o Luís Filipe "é o que temos". Não é "só" ele. Temos, por exemplo, o Pereira que é um bom jogador mas cuja posição dele, para mim, é precisamente a de defesa-direito(parece-me demasiado lento e com pouca capacidade de ir à linha cruzar para ser nosso extremo). Ai poderíamos jogar com o Di Maria, por exemplo, nos jogos mais fáceis ou com o Nuno Assis ou Katsouranis nos jogos menos fáceis.
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