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quinta-feira, outubro 04, 2007

Triste

Perdemos em casa com o Shakhtar Donetsk (0-1) e tornámos bastante difíceis, para não dizer que hipotecámos de vez, as nossas hipóteses de seguir para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Ainda por cima, o Celtic venceu o Milan (2-1) em casa, pelo que neste momento estamos a três pontos da Taça Uefa. Duas derrotas em dois jogos é muito mau e se isto me deixa muito triste, mais ainda fico com a atitude aqueles que se dizem adeptos do Benfica, mas que fariam melhor ao clube se ficassem em casa (desenvolvimento na Tertúlia).

Entrámos bastante mal, com excepção de um bom remate do C. Rodríguez defendido pelo guarda-redes, mas a partir dos 20’ conseguimos equilibrar o jogo e dispusemos de algumas boas situações, nomeadamente um remate do Di Maria e outro do Katsouranis às malhas laterais. Os ucranianos mostraram que são uma boa equipa (a léguas do Dínamo de Kiev e a diferença pontual no campeonato percebe-se perfeitamente), o que não é de espantar dado o investimento todo que fizeram no plantel. Não é normal uma equipa daquela zona do globo contratar um dos melhores marcadores do campeonato italiano (Lucarelli) e uma série de brasileiros muito bons (gostei do nº 7, Fernandinho, e do 9, Ilsinho), de tal forma que só actuaram três(!) ucranianos a titular. Numa perda de bola a meio-campo, nessa altura contra a corrente do jogo e num lance em que o Nélson se lesionou, surgiu o golo deles aos 42’. Já tinham tido oportunidades anteriormente, mas conseguiram marcar numa altura péssima para nós, à beira do intervalo e quando estávamos a conseguir finalmente criar ocasiões. O Nuno Gomes substitui o Nélson e pudemos jogar novamente com os dois pontas-de-lança.

Na 2ª parte voltámos a não entrar bem. Com o recuo do Maxi Pereira para defesa-direito e o Rui Costa ao lado do Katsouranis, começámos a dar muito espaço ao adversário para contra-atacar, o que eles fizeram com bastante perigo. Não conseguíamos recuperar a bola, porque também não tínhamos ninguém para correr atrás dela. Como consequência disso não chegava jogo aos avançados. O Camacho viu isso muito bem e lançou o Binya aos 61’ tirando o Di Maria (que, apesar da bola ao poste, voltou a apresentar-se abaixo do que deveria, mesmo considerando o facto de ter actuado no lado direito onde é menos perigoso do que à esquerda; precisa de melhorar bastante o último passe e parece-me cansado). A maior parte dos treinadores de bancada, quais Rui Santos, assobiou esta substituição como seria de prever. Quantos mais avançados é que é bom! Recuperar bolas e ter o controlo do meio-campo é para maricas! Enfim... Claro que a nossa produção melhorou bastante a partir daqui (o tal treinador que é “limitado tacticamente” afinal parece que percebe um pouco disto...). Começámos a empurrar o Shakhtar para o seu meio-campo de tal forma que eles só tiveram mais uma grande ocasião em que nos apanharam em contrapé com três avançados frente ao Léo. Felizmente não deu em golo e nós tivemos uma série de ocasiões para marcar: Cardozo, Katsouranis e Edcarlos (esta foi incrível!) de cabeça e remate do Nuno Gomes para defesa do guarda-redes. Infelizmente não conseguimos e acabámos por perder.

Não fizemos um bom jogo, longe disso, mas também não estivemos abaixo de cão, como a maioria do comentadores quer fazer crer. Os ucranianos têm uma boa equipa e acho que o resultado mais justo seria o empate. Individualmente, o Quim voltou a estar brilhante e o C. Rodríguez foi outra vez dos que mais correram. O maestro precisa de descanso, o Katsouranis esteve um pouco perdido e o Cardozo, apesar de infeliz na concretização, precisa de adquirir ritmo de jogo e não se consegue isso no banco. Tem remate fácil e é importante para ganhar bolas de cabeça na área, como se viu no chuveirinho final e nos lançamentos laterais para a gránde-área do Binya, que a propósito entrou muitíssimo bem na equipa.


Estamos numa fase muito negativa e espero sinceramente que consigamos dar a volta por cima já em Leiria. Nota-se que precisamos de uma vitória para as coisas acalmarem. O potencial está lá, mas “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. Não é a criar esta instabilidade permanente, a fazer pressão para resultados imediatos e a assobiar as más intervenções dos nossos jogadores que vamos conseguir qualquer coisa. Os bons adeptos vêem-se nestas alturas, os maus é melhor que fiquem em casa que não fazem falta nenhuma.

P.S. – Este senhor alemão chamado Wolfgang Stark fez das piores actuações que eu vi a um árbitro nas competições europeias. Pactuou com o anti-jogo dos ucranianos, não deixou a maca entrar em campo uma única vez(!) e pelo menos por três vezes houve jogadores assistidos em pleno relvado, as equipas fizeram quatro substituições na 2ª parte e ele só deu quatro(!) minutos de desconto. Inacreditável!

6 comentários:

Pedro disse...

Estamos de facto muito mal qd precisamos de comparar o Shaktar com o Dinamo para nos reconfortar.

É a chamada sportinguização do Benfica. Não podemos ceder por esse lado. Não nos leva a lado nenhum.

Eles foram melhores q nós. Acontece. Resta levantar a cabeça, corrigir o q está mal e partir para a vitória já contra o Leiria.

Falta entrar um golo. Mas tb é notória a incapacidade de Camacho conseguir inverter o rumo de um jogo. Binya entrou bem mas não era Di Maria q devia ter saído...

E Cardozo tem q jogar sempre.

Anónimo disse...

Mas esta é a mesma equipa que o Vieira dizia ser a melhor de sempre!?!?!?!

Obrigado Vieira!

Vieira SEMPRE !!!!!!

He he he he he he

el niño rosso disse...

Eu quero ver o Camacho a barafustar no banco...
Eu quero ver os jogadores a dar o litro...
E alguém conhece um bruxo?

Fumas disse...

Nao creio que um empate tenha sido justo, esta' bem que o Benfica criou uma mao cheia de opportunidades, mas o Shakhtar esteve bem melhor, a defender e atacar, e no anti-jogo. O que Benfica precisa e' que toda a pressao que foi posta em cima da equipa pelo LFV no principio da epoca, citando que era o melhor plantel dos ultimos 25 anos, seja sacudida. Deixem o Camacho trabalhar, precisamos de actuacoes discretas e golos.. depois em janeiro logo se ve as lacunas que possam ser preenchidas.

Anónimo disse...

Também não sei se deveria ter sido o Di Maria a sair. Era notório que o meio campo precisava de ser reforçado, estávamos a perder os confrontos todos, mas tirar um dos dois únicos jogadores explosivos que estavam em campo não sei se seria a minha opção. Mas admito que não seria fácil encontrar uma alternativa..

O único reparo que eu faço ao Camacho é mesmo o discurso: nós não precisamos de um treinador que se queixe da pressão e das dificuldades que tem. Isso é coisa de Fernando Santos e essa é a diferença para o Camacho: a coragem!! Nós precisamos dele tal como ele é, sem medo de nada e sem ligar a ninguém!!
O discurso do "estamos a trabalhar, vamos esperar que as coisas aconteçam" dá a sensação que ele não vai mudar nada, quando isso também não pode ser assim. A equipa está a tentar, mas não está a ganhar. É preciso agitar as coisas..

O Binya entrou muito bem!!
O Petit faz muita falta...

Anónimo disse...

O LFVieira só engana quem quer...quando diz que este é o melhor plantel dos últimos 25 anos, só pode sofrer de amnésia...acho que nenhum dos actuais jogadores teria lugar no melhor 11 dos últimos 25 anos...isso é que seria mais ajuizado de se dizer...o que o LFV diz não se escreve obviamente e além disso é preciso dar tempo ao tempo porque a equipa é nova e já se sabe que com plantel novo é dificil obter logo os resultados...

PS: o melhor plantel dos últimos 25 anos para mim está sem dúvida entre 1982 e 1984...2 campeonatos nacionais...final da taça UEFA, uma equipa que deslumbrava pelo bom futebol...compara-la com este Benfica é uma ofensa com os jogadores da altura...