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quarta-feira, novembro 22, 2006

45 minutos

Tal como se previa vão ser os dois pontos oferecidos em Copenhaga que muito provavelmente nos vão atirar para fora da Liga dos Campeões. Ganhámos por 3-1 frente aos dinamarqueses, mas com a vitória do Celtic frente ao Manchester United somos obrigados a ganhar em Old Trafford, o que a acontecer atiraria os ingleses para fora da Champions pela segunda vez consecutiva aos nossos pés. Ou seja, missão (quase) impossível. O Celtic já está apurado e gostaria agora de ouvir aqueles que defenderam que “o empate fora é sempre bom resultado” quando NÃO JOGÁMOS para ganhar na Dinamarca...

O jogo de ontem teve pouca história. Os dinamarqueses são muito fracos e não me venham falar outra vez da vitória deles sobre o Man Utd. Os ingleses jogaram com uma equipa de suplentes e falharam uma série de oportunidades de golo, ao passo que o Copenhaga marcou no único lance de golo de que dispôs. Ontem fizemos uma primeira parte razoável e acabámos com o jogo ao fazer os três golos neste período. Entrámos um pouco inseguros e não conseguimos fazer nada de relevante nos primeiros 13’, tirando um remate de cabeça do Miccoli à figura. Mais uma vez marcámos na primeira grande ocasião que tivemos, tal como em Braga. Foi aos 14’ que o Léo finalmente se estreou a marcar com a Gloriosa camisola, depois de uma boa jogada do Simão, que cruzou para o Katsouranis amortecer para o brasileiro. Dois minutos depois, a vitória ficou quase decidida, quando, na sequência de uma recuperação do Simão, o Nélson centrou para o Nuno Gomes assistir o Miccoli, que rematou rasteiro com o pé esquerdo e viu a bola entrar no canto da baliza depois de bater ligeiramente no poste. Os dinamarqueses mostravam-se inofensivos e nós entrámos em economode a partir do segundo golo. Mesmo assim, até final da primeira parte ainda mostrámos alguma vontade de aumentar o resultado e, a pouco mais de cinco minutos do intervalo, um bom remate rasteiro do Nuno Gomes fez com que o guarda-redes defendesse para a frente, permitindo ao Miccoli bisar na partida. O vencedor estava definitivamente encontrado.

No segundo tempo esperava que jogássemos da mesma maneira para irmos marcando mais golos, mas nada disto aconteceu. Só tivemos uma verdadeira oportunidade, quando uma boa tabelinha do Nuno Gomes isolou o Simão, que permitiu a defesa ao guarda-redes. De resto, limitámo-nos a controlar o jogo, atitude que exasperou alguns adeptos. Confesso que preferia que tivéssemos sido mais acutilantes, mas daí até aos assobios (a GANHAR o jogo!) vai uma grande diferença. As substituições também não resultaram, porque saiu o Miccoli (tinha visto um amarelo) que estava a ser o nosso melhor jogador e desta vez o Karyaka não entrou tão bem como em jogos anteriores. As outras duas substituições (Karagounis e Mantorras) foram feitas já muito tarde e os jogadores não tiveram tempo para fazer nada de relevante. Não percebi porque é que o Fernando Santos não lançou o Fonseca, já que era um bom jogo para ele se mostrar e o Nuno Gomes precisa de descanso. Muito perto do fim, sofremos o golito da ordem, num cruzamento da esquerda em que o Allbäck se antecipou ao Ricardo Rocha.

Individualmente há que destacar o Miccoli. A continuar assim, sem lesões, acho que o Luís Filipe Vieira não tem outra hipótese senão exercer o direito de opção, porque seria incompreensível que gastássemos três milhões de euros com o Marcel e outros três com o Fonseca, e não houvesse cinco milhões para o italiano. O Simão também esteve bem, mas não deveria ter falhado aquele golo de baliza aberta. O Nuno Gomes continua na sua senda de desperdício que vem desde o jogo da selecção, mas acaba por ficar ligado a dois golos. O Nuno Assis voltou às boas exibições, continuando a mostrar muita generosidade defensiva. Quando aos dois trincos, voltei a ficar com a ideia que em jogos perante adversários mais fracos não deveriam jogar os dois. O Petit não atravessa um grande momento de forma e o Katsouranis tem a vantagem de ser mais participativo no ataque. A defesa não esteve mal e o Nelson voltou a ser muito participativo no ataque.

Um último reparo para o público. Estiveram pouco mais de 30.000 pessoas e talvez devessem estar menos, porque há gente que não faz lá falta nenhuma. Que sentido tem gastar-se 20€, ver a equipa ganhar e ainda assobiar no fim do jogo?! Porque é que não ficam em casa a verberar contra a televisão? Ao menos não gastam dinheiro e deixam o estádio para quem vai lá apoiar a equipa. Claro que a nossa exibição na segunda parte deixou um pouco a desejar, mas assobiar o Benfica depois de nós ganharmos por 3-1 é uma atitude absolutamente CRETINA! O que seria se tivéssemos empatado ou perdido? Rasgariam o cartão de sócio?!

11 comentários:

Anónimo disse...

Concordo totalmente com o que dizes em relação aos assobios, é uma vergonha!

Queria só fazer um reparo no teu comentário: o primeiro golo dizes que foi "depois de uma boa jogada do Simão". Deixa-me acrescentar que a boa jogada do Simão aconteceu depois de uma grande jogada do Léo, que o desmarcou. Aliás o piquinino foi, para mim, a principal diferença entre este jogo e o jogo de Braga. Entrámos muito inseguros, muita troca de bola entre os defesas, pouco espaço no meio campo e poucas desmarcações no ataque para poder passar a bola. E quando em Braga tivémos quase sempre de despachar a bola para a frente, ontem era o Léo que pegava nela, fintava um, dois ou mais, e isso abriu os espaços necessários para efectuar a tal transição defesa-ataque que parece ser o nosso problema.

O piquinino tem qualidade, tem classe e muita experiência. É um dos nosso principais jogadores e faz muita falta à equipa quando não joga.
Para acabar, queria sublinhar a importância da insistência do Simão no segundo golo, quando conseguiu recuperar a bola e permitiu ao Nélson (que estava, e muito bem, a acompanhar o lance) arrancar em velocidade.

Soube a pouco, é verdade, e saí do estádio frustrado com a exibição da segunda parte (e com aquele golo no final), mas ganhámos. E agora só nos resta ir a Old Trafford ganhar...

GR1904 disse...

Também não gosto de ouvir os assobios, mas não é por estar a ganhar que eles têm menos razão de ser. É pela atitude da equipa e do treinador. E provavelmente os assobios eram mais em relação ao treinador. Repare-se numa coisa: o Benfica deixou jogar o Copenhaga duma forma que não pode ser, não pq eles tenham tido mais posse de bola, mas sim pq durante quase toda a 2ª parte esqueceram-se que existiam como equipa e não havia nng a guardar a bola e a circulá-la pelos jogadores. Pelo contrário andaram a correr atras da bola, cansando-se ainda mais. Tiveram aí uma atitude de jogo equivalente à de Braga, então nos últimos 15 mn chegou a ser lamentável a forma displicente como o lance de golo dos dinamarqueses é construído. O treinador, por sua vez, queixou-se do desgaste de jogos e só aos 72mn, 80mn e 85mn é que efectua as substituições que já devia ter feito desde o inicio da 2ª parte. Manter Katsouranis em risco de levar amarelo e falhar a "final" de old Traford, é incompetência por força da importância que o grego (passe o xenofobismo) assume na táctica da equipa. Tenho a impressão que os assobios se fizeram sentir mais pela apatia e falta de visão de jogo do treinador, que depois na conferencia de imprensa se contradisse pela história do cansaço da equipa. Aliás qd ele fez a primeira substituição foi visivel os adeptos a manifestarem-se pela acção tardia.

CORTO MALTESE disse...

Inteiramente de acordo.
Eu pelo menos só "insulto" jogadores quando vejo o jogo em casa. No estádio só mesmo o Beto, mas esse nem tem jogado...

antitripa disse...

Não se faz....não se faz. Mas uma coisa é certa: em 3 dias tivemos um esforço de 45 minutos....

Pedro disse...

O problema é q segundo parece não há o tal direito de opção...Ter Miccoli fisicamente apto durante uma época e depois ele não ficar é o mesmo que me acenarem com uma bela pratada de caracois, sentir aquele cheiro maravilhoso e depois dizerem para ir comer à tasca do lado uma porcaria qqr...

AvôBabado disse...

Inteiramente de acordo com o GR1904.

MBA disse...

100% para o GR1904. Os assobios são para o treinador, que cada vez mais não me convence. Mas eu não me manifesto em função do resultado, mas sim da exibição. O resultado vem por acréscimo. Ou tu não aplaudes no final quando perdemos injustamente?

Anónimo disse...

É simples: um Benfiquista aplaude quando a equipa merece e... não aplaude quando a equipa não merece.
Agora assobiar não. Quando alguém me conseguir explicar de uma maneira inteligente o que é que consegue de positivo ao assobiar eu calo-me. Até agora ninguém conseguiu.

E essa dos assobios serem para o treinador, é bonito dizer isso mas ele não é o único que lá está, e infelizmente não é o único que os ouve... Curiosamente até deve ser a pessoa no relvado a quem os assobios menos perturbam, por uma questão de idade e experiência.

Quando não estamos a gostar do espectáculo isso faz-se notar pela falta de alegria nas bancadas e pela falta de aplausos. Hostilizar a nossa equipa na nossa própria Casa é que não leva de certeza a lado nenhum!

S.L.B. disse...

Completamente de acordo com o HLA. Eu aplaudo quando jogamos bem e ganhamos, aplaudo quando ganhamos e jogamos menos bem, aplaudo quando não ganhamos e jogamos bem e calo-me quando não ganhamos e jogamos mal. Vou transcrever um comentário que deixei no blog do D'Arcy sobre este assunto:

Imaginemos o seguinte: uma pessoa de que quem gostem muito comete um erro e é penalizada por isso, por exemplo atravessa a estrada a correr, é atropelada e fica seis meses no hospital. Também lhe vão dar nas orelhas porque a culpa foi dela? Vão sentir menos pena do que aconteceu porque a causadora do acidente foi ela? Também vão assobiá-la pela burrice que cometeu?

Ou imaginem que vão ver a peça encenada por um amigo vosso e é uma bela bosta. Também vão apupar no fim, porque gastaram dinheiro e aquilo não prestava?

E isto para mim é que é a diferença entre o Benfica e o cinema, teatro ou um jogo de futebol entre duas outras equipas. De certeza que não tenho a proximidade com estes três últimos que tenho com o Benfica. Vou aos jogos não para ver um bom espectáculo, mas para apioar o Benfica. Quer ganhe ou perca. Se ganhar com uma boa exibição, é um bónus, mas não é por isso que eu vou ao estádio.
.

Muitas vezes, quando há assobios no fim do jogo não se percebe se é para os jogadores ou se é para o treinador e daí que seja preferível não se assobiar porque objectivamente isso não leva a lado nenhum.

Anónimo disse...

Parece que o pessoal se focou nos assobios mas eu tenho um reparo a fazer ao ínicio da crónica. Não concordo com a ideia que os 2 pontos deixados em Copenhaga nos tenham posto na situação em que estamos. Não é preciso ser grande matemático para saber que ganhar os jogos TODOS em casa e não perder um ou dois fora é suficiente para passar à fase seguinte da Champions. Basta ver que mesmo que tivessemos ganho esse jogo com o Copenhaga por 20 a zero ainda assim teríamos de ganhar em Old Trafford porque neste momento teríamos os mesmos 9 pontos que eles e em igualdade pontual eles levam vantagem precisamente por terem ganho cá. Se em vez disso tivessemos ganho ao United cá em Lisboa (como provámos no ano passado que é possível) neste momento teríamos 10 pontos contra 6 dos ingleses e agora iríamos apenas passear a Inglaterra.
Conclusão: empates fora na Champions são óptimos resultados DESDE QUE se ganhem todos os jogos em casa.

S.L.B. disse...

Unknown: como já se disse, o pior do empate em Copenhaga não foi o resultado em si, mas a atitude que (não) demonstrámos. Poderíamos e deveríamos ter feito mais. Mesmo que ainda assim precisássemos de ganhar em Old Trafford (como precisamos), perdemos 300 mil euros e esses ninguém nos devolve. Além de que, com uma hipotética vitória nesse jogo, nada nos garantia que tivéssemos feito os mesmos resultados depois.