quinta-feira, dezembro 08, 2005
GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA!
Sou dum clube lutador
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal
in “Ser Benfiquista”
É por momentos como este que nós fazemos parte de um clube único. De um clube que nasceu pobre, sem campo próprio durante várias décadas, mas que se tornou grande graças a vários homens que fizeram jus a estas palavras que estão em epígrafe: “clube lutador” que “luta com fervor”. A vitória de ontem por 2-1 sobre o Manchester United, um dos clubes mais ricos do mundo, entra directamente para as páginas mais brilhantes da nossa história e os jogadores que nela participaram honraram a memória de todos aqueles que ajudaram a construir o GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA. O jogo de ontem restitui-nos a magia das grandes noites europeias que já não sentíamos há 11 anos (desde o jogo de Leverkusen em 1994 que não conseguíamos uma grande vitória em termos europeus). Este triunfo permitiu-nos alcançar o desiderato que parecia impossível há não muito tempo atrás: estarmos no lote restrito dos 16 melhores clubes europeus, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
A maneira como conseguimos ganhar o jogo mesmo apesar de alinharmos de início muito desfalcados, o modo inexcedível como todos os jogadores batalharam durante 90 minutos, superaram as suas próprias limitações e honraram a gloriosa camisola que vestiam é o que torna o Benfica um clube que “nunca encontrou rival neste nosso Portugal”. Eu próprio, muito irracional no amor ao Glorioso, mas demasiado racional na análise das probabilidades de vitória (como se pode ler no post abaixo), fiquei completamente surpreendido pela forma como a equipa se comportou ontem. Empurrados por 62.000 adeptos que fizeram renascer o “Inferno da Luz”, os jogadores reincarnaram o espírito dos seus antecessores dos anos 60 e tivemos uma reedição das gloriosas noites europeias que nos tornaram um dos clubes mais respeitados do mundo.
O grande vencedor da noite foi o nosso treinador, Ronald Koeman. A forma como preparou o jogo foi brilhante, desde a não-convocação do Geovanni para a Madeira (para o preparar psicologicamente para este jogo), à inovação táctica que confundiu toda a gente (Geovanni a ponta-de-lança, Nuno Assis na extrema-esquerda e Nuno Gomes como “nº 10”), passando pela grande mentalização que permitiu a uma equipa muito desfalcada conseguir superar um golo adversário aos seis (!) minutos e embalar para uma recuperação inolvidável ainda na 1ª parte. O futebol não é, felizmente, uma ciência exacta e portanto os milagres acontecem. E o milagre de ontem teve o sabor especial de ser tornado realidade por dois dos jogadores mais mal-amados da Luz: Geovanni e Beto. O malandro do Geovanni é de facto um jogador que vive para os grandes jogos e ontem terá feito provavelmente a melhor exibição desde que chegou ao Benfica. Para além do grande golo que marcou (fantástico mergulho de cabeça na sequência de um óptimo cruzamento do Nelson), pôs em água a cabeça dos defesas do Manchester. O Beto fica desde já na história do Benfica (pode ser um novo Mostovoi que na sua meteórica passagem pelo Glorioso foi essencial para a conquista de uma Taça de Portugal ao empatar um jogo nas Antas perto do fim quando já estávamos a jogar com 10 e fazendo com que a eliminatória se decidisse em Lisboa, onde ganhámos por 2-0). Ontem jogou razoavelmente em termos defensivos, com algumas recuperações de bola, mas continua com a pecha muito grande de não saber colocar uma bola na frente em condições. Mas os benfiquistas dever-lhe-ão estar para sempre gratos pelo golo que marcou (um golo “à Deco”, com ressalto num jogador adversário antes de entrar na baliza). A equipa esteve toda bem, principalmente em termos de entrega ao jogo. O Quim fez uma grande defesa a um remate do Scholes, mas não teve muito mais trabalho; o Alcides apoiou bem o ataque quando foi preciso e raramente foi batido na defesa; o Luisão e o Anderson não deram nenhuma veleidade ao van Nistelrooy; o Léo secou o Cristiano Ronaldo (ainda tem muito que crescer, aquele gesto para os adeptos não se faz); o Petit fartou-se de cortar bolas a meio-campo e ainda teve tempo para ir lançando o contra-ataque; o Nélson esteve melhor ofensivamente na 1ª do que na 2ª parte, mas não deixou que os laterais do Manchester subissem e ainda fez a assistência do costume para um golo; o Nuno Assis fez também uma grande 1ª parte e mostrou mais uma vez ser um jogador que mexe com a produção atacante da equipa; o Nuno Gomes esteve fabuloso a reter a bola, desmarcar companheiros e ser o capitão que comanda as tropas; o João Pereira poderia ter acabado com o jogo se tivesse feito golo em vez de rematar ao lado e o Mantorras ainda colocou em respeito a defesa do Manchester nos últimos minutos (mas continua muito trapalhão, aquele bola era para soltar para o Nuno Gomes...).
Depois desta noite épica, espero que não percamos concentração no campeonato, que deverá continuar a ser o nosso principal objectivo. O Karagounis e o Miccoli parece que estão quase recuperados, mas a má notícia, a fazer fé nos jornais, é que o Simão só voltará em Janeiro. Temos a moral em alta neste momento, mas não convém nada facilitar. Afinal de contas, ainda estamos a seis pontos do nosso lugar. Quanto à Liga dos Campeões, lá teremos de ser nós a puxar pela classificação de Portugal! Em Fevereiro cá estaremos à espera de um tubarão europeu, que todavia terá de atravessar o “Inferno da Luz”.
Que na luta com fervor
Nunca encontrou rival
Neste nosso Portugal
in “Ser Benfiquista”
É por momentos como este que nós fazemos parte de um clube único. De um clube que nasceu pobre, sem campo próprio durante várias décadas, mas que se tornou grande graças a vários homens que fizeram jus a estas palavras que estão em epígrafe: “clube lutador” que “luta com fervor”. A vitória de ontem por 2-1 sobre o Manchester United, um dos clubes mais ricos do mundo, entra directamente para as páginas mais brilhantes da nossa história e os jogadores que nela participaram honraram a memória de todos aqueles que ajudaram a construir o GLORIOSO SPORT LISBOA E BENFICA. O jogo de ontem restitui-nos a magia das grandes noites europeias que já não sentíamos há 11 anos (desde o jogo de Leverkusen em 1994 que não conseguíamos uma grande vitória em termos europeus). Este triunfo permitiu-nos alcançar o desiderato que parecia impossível há não muito tempo atrás: estarmos no lote restrito dos 16 melhores clubes europeus, nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.
A maneira como conseguimos ganhar o jogo mesmo apesar de alinharmos de início muito desfalcados, o modo inexcedível como todos os jogadores batalharam durante 90 minutos, superaram as suas próprias limitações e honraram a gloriosa camisola que vestiam é o que torna o Benfica um clube que “nunca encontrou rival neste nosso Portugal”. Eu próprio, muito irracional no amor ao Glorioso, mas demasiado racional na análise das probabilidades de vitória (como se pode ler no post abaixo), fiquei completamente surpreendido pela forma como a equipa se comportou ontem. Empurrados por 62.000 adeptos que fizeram renascer o “Inferno da Luz”, os jogadores reincarnaram o espírito dos seus antecessores dos anos 60 e tivemos uma reedição das gloriosas noites europeias que nos tornaram um dos clubes mais respeitados do mundo.
O grande vencedor da noite foi o nosso treinador, Ronald Koeman. A forma como preparou o jogo foi brilhante, desde a não-convocação do Geovanni para a Madeira (para o preparar psicologicamente para este jogo), à inovação táctica que confundiu toda a gente (Geovanni a ponta-de-lança, Nuno Assis na extrema-esquerda e Nuno Gomes como “nº 10”), passando pela grande mentalização que permitiu a uma equipa muito desfalcada conseguir superar um golo adversário aos seis (!) minutos e embalar para uma recuperação inolvidável ainda na 1ª parte. O futebol não é, felizmente, uma ciência exacta e portanto os milagres acontecem. E o milagre de ontem teve o sabor especial de ser tornado realidade por dois dos jogadores mais mal-amados da Luz: Geovanni e Beto. O malandro do Geovanni é de facto um jogador que vive para os grandes jogos e ontem terá feito provavelmente a melhor exibição desde que chegou ao Benfica. Para além do grande golo que marcou (fantástico mergulho de cabeça na sequência de um óptimo cruzamento do Nelson), pôs em água a cabeça dos defesas do Manchester. O Beto fica desde já na história do Benfica (pode ser um novo Mostovoi que na sua meteórica passagem pelo Glorioso foi essencial para a conquista de uma Taça de Portugal ao empatar um jogo nas Antas perto do fim quando já estávamos a jogar com 10 e fazendo com que a eliminatória se decidisse em Lisboa, onde ganhámos por 2-0). Ontem jogou razoavelmente em termos defensivos, com algumas recuperações de bola, mas continua com a pecha muito grande de não saber colocar uma bola na frente em condições. Mas os benfiquistas dever-lhe-ão estar para sempre gratos pelo golo que marcou (um golo “à Deco”, com ressalto num jogador adversário antes de entrar na baliza). A equipa esteve toda bem, principalmente em termos de entrega ao jogo. O Quim fez uma grande defesa a um remate do Scholes, mas não teve muito mais trabalho; o Alcides apoiou bem o ataque quando foi preciso e raramente foi batido na defesa; o Luisão e o Anderson não deram nenhuma veleidade ao van Nistelrooy; o Léo secou o Cristiano Ronaldo (ainda tem muito que crescer, aquele gesto para os adeptos não se faz); o Petit fartou-se de cortar bolas a meio-campo e ainda teve tempo para ir lançando o contra-ataque; o Nélson esteve melhor ofensivamente na 1ª do que na 2ª parte, mas não deixou que os laterais do Manchester subissem e ainda fez a assistência do costume para um golo; o Nuno Assis fez também uma grande 1ª parte e mostrou mais uma vez ser um jogador que mexe com a produção atacante da equipa; o Nuno Gomes esteve fabuloso a reter a bola, desmarcar companheiros e ser o capitão que comanda as tropas; o João Pereira poderia ter acabado com o jogo se tivesse feito golo em vez de rematar ao lado e o Mantorras ainda colocou em respeito a defesa do Manchester nos últimos minutos (mas continua muito trapalhão, aquele bola era para soltar para o Nuno Gomes...).
Depois desta noite épica, espero que não percamos concentração no campeonato, que deverá continuar a ser o nosso principal objectivo. O Karagounis e o Miccoli parece que estão quase recuperados, mas a má notícia, a fazer fé nos jornais, é que o Simão só voltará em Janeiro. Temos a moral em alta neste momento, mas não convém nada facilitar. Afinal de contas, ainda estamos a seis pontos do nosso lugar. Quanto à Liga dos Campeões, lá teremos de ser nós a puxar pela classificação de Portugal! Em Fevereiro cá estaremos à espera de um tubarão europeu, que todavia terá de atravessar o “Inferno da Luz”.
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12 comentários:
"Tubarão assado" no "Inferno da Luz", é o que se pede para fevereiro!!
É exacto o que escreve no 1º paragrafo.
É isso que faz de nos um clube impar e acompanha a nossa mistica que transportamos para os jogadores.
Esta equipa ou outra não são nada , se não formos nos a puxar por eles. A mistica somos nós
A atitude demonstrada pelos jogadores neste jogo revelou-se fundamental. Se esta continuar, estaremos imparáveis. Por isso, vamos saborear a vitória mas nada de embalar em euforias.
Como seria bom ver aquele estádio sempre cheio, a assobiar o adversário (que o diga o Ronaldo, que gesto irreflectido) e a aplaudir os nossos jogadores.
VIVA O BENFICA!!!
Que grande alegria nos deu e que grande recordação vamos ter para o resto da vida.
Sem dúvida, este foi o jogo para aplaudir os que mais têm sido contestados: Koeman, Geovanni e Beto. Se o Koeman esteve muito bem na forma como preparou a equipa e o Geovanni (que reclama que a posição em que jogou é que é a sua posição de raíz, aquela que ocupava no Brasil, qdo jogava no Cruzeiro) foi uma revelação, o Beto, efectivamente, continua a não saber o que fazer à bola quando a recupera. Felizmente, soube rematar naquele ressalto, e isso fez toda a diferença!
De resto, é quase injusto destacar um jogador, quanto todos jogaram o melhor que sabiam e podiam: a equipa, como um todo, fez com que todos parececem super-jogadores.
Pensado bem, e partilhando a opinião já por muitos manifestada, talvez o jogador que mais se destacou foi o famoso "12º jogador": o público! Tal como a equipa, fez o que melhor sabia e podia, que foi apoiar o Benfica de princípio ao fim, mesmo apesar do mau começo, e "infernizar" a vida do ManUtd - que o diga o C. Ronaldo (quero ver se o PdaC vai denunciá-lo à UEFA...).
Quanto a Fevereiro, uma coisa boa é o facto de o 1º jogo ser na Luz: é que assim é garantido que o estádio estará novamente cheio, pronto a "infernizar" a vida do adversário, pois se a 1ª mão fosse fora, um mau resultado poderia afastar o público do jogo da Luz...
Quanto aos potenciais adversários, são todos muito bons, pelo que não vale a pena estarmos sequer preocupados com isso.
Para já, no Domingo, há um adversário que terá de ser encarado da mesma maneira que foi ontem encarado o ManUtd: o Boavista - para o Benfica, este terá de ser visto como o próximo "gigante" a abater...
Caro SLB,
Uma vez mais, parabéns pela excelente análise do jogo.
Foi uma vitória sofrida e muito, mas muito merecida. E isto não só porque jogámos contra uma grande equipa europeia mas, também, porque isto de jogar contra os "grandes" da Europa tem que se lhe diga... O CR e o Rio Ferdinand deviam ter sido expulsos (o CR na primeira parte quando, já com um amarelo, solta os maiores impropérios ao árbitro e esbraceja irritado com uma decisão e o Ferdinand já no final do jogo depois de ter "atropelado" um defesa do Glorioso).
Muito peso tem o ManU na Europa!
De qualquer das formas, fomos claramente superiores e demos uma lição de futebol, humildade e determinação aos ingleses.
O público foi fantástico e os jogadores agradeceram.
Vamos ver o quem nos irá calhar em sorte e, quem sabe, se enfrentarmos os 1/8 de final com a mesma determinação, não poderemos ir mais longe.
Saudações de Glória,
B.
Eheheh...só não gostei do "golo à deco". Poderias ter optado por um "golo à lampard" assim doi mais ao Bife Ronaldo!
saudações
O povo português agradece que ao fim de 11 anos o benfica faça, finalmente, alguma coisa pela classificação portuguesa na Europa. Mais vale tarde do que nunca!
Parabéns, a seguir é que vão ser elas!
Foi pena é o senão da sentença Vale Azevedo.
Apre, se estivesses devidamente informado, saberias que essa história da sentença (dos €7M) não é verdadeira (de acordo com o próprio advogado do JVA...)
O apre é mais um pobre coitado que sofre de estupidez por etapas :
1-XIIIII liga dos campeões é que vai ser rir....
2- apuramento?fiquem contentes em conseguir pontos...
3- agora é que eu quero ver...com o ManU...
4- Quero ver é contra o ManU completo...sem lesões
E o Benfica foi acompanhando as etapas deles...com sucesso...aliás at+e jogou contra o tal ManU sem algumas (poucas) baixas...eheheh
E agora apre? sobes o próximo degrau ou ficas assim imbecil para sempre?
Tens visto o Antchouet?
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