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domingo, dezembro 18, 2005

Dois autocarros

A nossa vitória por 1-0 frente ao Nacional foi bastante difícil, mas mais do que merecida. Fomos a única equipa a querer ganhar o jogo durante os 90 minutos e tivemos que lutar contra não um, mas dois autocarros, como disse (e bem) o Koeman. Não percebi a estratégia do Nacional que, estando confortavelmente instalado no 2º lugar com 30 pontos, veio defender o resultado (especialmente na 1ª parte) como se disso dependesse a sua manutenção na Liga. Verificou-se na 2ª parte que até são uma equipa que sabe jogar e criar perigo, pelo que não se compreende bem a estratégia dos dois autocarros.

Começámos muito bem a partida e tivemos dez minutos iniciais excelentes, em que a poderíamos ter logo resolvido. Duas oportunidades do Miccoli e uma do Petit poder-nos-iam ter dado uma vantagem segura, mas depois desse período o(s) autocarro(s) estacionaram definitivamente e foi muito difícil arranjar espaços para jogar. Em relação ao jogo da semana passada, o Luisão reentrou na equipa e o Miccoli também, tendo saído o Ricardo Rocha e o Nuno Assis. Todavia, verificou-se que estando os lesionados recuperados não se justifica a manutenção do Alcides como defesa-direito (no banco estavam o Nuno Assis, Karyaka e Karagounis). Como já aqui escrevi algumas vezes, o Nélson perde bastante da sua eficácia jogando a extremo e nesse sentido a presença do Alcides é redundante (como foi expulso neste jogo, em Setúbal o Nelson deverá voltar à defesa). Com a entrada do Miccoli, o Geovanni deixou de ser o homem mais avançado, mas mesmo assim demonstrou que continua em boa forma, sendo um dos mais participativos no jogo. Curiosamente na 2ª parte não estivemos tão bem e aqui o mérito deverá ser dado ao Nacional que finalmente se lembrou que existia uma baliza do outro lado do campo. Teve inclusive uma grande oportunidade quando enviou uma bola à trave, no seguimento de um contra-ataque perfeito. Todavia a pouco mais de 15 minutos do fim, surgiu o golo salvador. Na sequência de um livre, o Luisão salta com o guarda-redes, a bola sobra para o Nuno Gomes que sela a nossa vitória. O lance do Luisão é polémico e não me custa nada admitir que é falta sobre o guarda-redes, mas também na 1ª parte há um penalty sobre o Luisão (o Ávalos apoia-se completamente nele, não o deixando saltar) que não foi assinalado. Enfim, o Sr. Jorge Sousa tem muito pouca classe e a prova disso são os inúmeros cartões amarelos que mostrou (quem vê a ficha do jogo, pode achar que houve wrestling na Luz). Até ao final controlámos completamente o jogo e o Nacional não teve uma única oportunidade de golo. Globalmente a nossa exibição foi mais fraca do que nos últimos dois jogos, mas mesmo assim o Geovanni foi (novamente) dos melhores, bem secundado pela dupla de meio-campo (Petit e Beto), que se fartaram de recuperar bolas e pelo Anderson, que voltou a destacar-se na hora de defender, mas desta vez não criou perigo no ataque.

Três ideias finais em jeito de conclusão: 1) como não foi contra o clube regional, o treinador do Nacional (Manuel Machado) já se pode queixar que foi prejudicado pelo árbitro. Isso até pode ter sido verdade na lance do golo, mas há o tal lance do Luisão na 1ª parte e no livre que dá origem ao golo parece-me que, que já dentro da grande-área, há mão de um jogador na barreira. Além disso, como se pode ver aqui ainda temos uns quantos pontos que nos são devidos graças a erros de arbitragem; 2) outro aspecto que importa reter é que estamos há quatro jogos para o campeonato sem sofrer golos; 3) por outro lado, com o Natal por perto, a direcção do Benfica teve a excelente ideia de convidar uma série de crianças e tivemos ainda mais gente (52.089) no estádio do que contra o Boavista. Esta cortesia para com as crianças é deveras importante, pois há que implantar o benfiquismo desde cedo, já que são elas os futuros adeptos do clube (quantos de nós não começaram a ir à bola ainda pequenos?!)

Na próxima 4ª feira temos um encontro complicadíssimo em Setúbal que espero que se realize mesmo (como estão com os salários em atraso, os jogadores do V. Setúbal ameaçaram fazer greve), pois ganhar na secretaria não é algo que me agrade de todo.

5 comentários:

Anónimo disse...

Post excelente!!! Concordo em tudo.

*Sou do BENFICA e isso me envaidece*

D'Arcy disse...

Olha que não controlámos assim tão bem o jogo depois do golo... o Nacional até teve uma grande oportunidade de golo, defendida pelo Quim com os pés ;)

CORTO MALTESE disse...

Também acho que há uma mão na área, no livre que dá origem ao golo...

S.L.B. disse...

D'Arcy: tirando essa oportunidade (é uma boa defesa do Quim, mas o remate é quase sem ângulo), o Nacional não conseguiu fazer mais nada a seguir ao nosso golo. Acho que estamos cada vez melhor em segurar vantagens mínimas, já que os adversários quase não criam perigo (repara que tanto o Manchester como o Boavista e Nacional só tiveram uma oportunidade de golo depois do nosso e o Marítimo não teve nenhuma).

T-Rex disse...

Com a mão é que era!