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quinta-feira, dezembro 08, 2022

Portugal – 6 – Suíça – 1

Trucidámos a Suíça na passada 3ª feira e qualificámo-nos pela terceira vez para os quartos-de-final de um Mundial de futebol (1966 e 2006 foram as outras duas). Finalmente, e passado muito tempo, jogámos qualquer coisa que se assemelhasse a futebol, facto a que não será alheio termos jogado com 11 jogadores, dado que a estátua de ouro ficou no banco.
 
A partida até começou equilibrada, mas só até o Gonçalo Ramos justificar a titularidade em detrimento do Cristiano Ronaldo. Aos 17’, aproveitando uma assistência do João Félix rodou e fuzilou o guarda-redes com o pé esquerdo. Este golo soltou a equipa, que fez o 2-0 numa cabeçada fabulosa do Pepe num canto aos 33’. O Ramos tinha nas suas costas o tridente Bruno Fernandes, Bernardo Silva e João Félix, que apresentaram uma leveza que ainda não se tinha visto neste Mundial. Coincidência ou talvez não, o facto de não se ter de terminar as jogadas sempre no mesmo jogador, caso contrário, ele faz birra, fez com que se jogasse muito melhor em termos colectivos e os suíços não soubessem bem quem marcar.
 
Se a 1ª parte não tinha sido nada má, a 2ª foi demolidora: marcámos mais quatro golos(!), com o Gonçalo Ramos a fazer uma exibição de sonho, concretizando um hat-trick na sua estreia a titular e logo num Mundial (aos 51’ e 67’), e fazendo a assistência para o Raphael Guerreiro também marcar (55’). A seguir ao 4-0, a Suíça ainda reduziu um canto pelo Akanji, mas nós voltámos a marcar por mais duas vezes, no tal terceiro golo do Gonçalo Ramos e num golaço do entretanto entrado Rafael Leão, já em período de descontos.
 
Destaque absoluto para a exibição de sonho do Gonçalo Ramos, que assim dissipou as dúvidas sobre quem deve ser titular na frente. Não está em causa o que o C. Ronaldo já fez na sua carreira, está o facto de ele não estar a conseguir lidar com a sua idade e o seu actual estado de forma, tomando atitudes inacreditáveis (foi agradecer sozinho aos adeptos no final e voltou logo para o balneário, enquanto os colegas agradeciam em conjunto a seguir). Quem olhasse para a cara dele nunca diria que tínhamos goleado um adversário nos oitavos-de-final de um Mundial. Já era altura de ele perceber que o futebol é um jogo colectivo e não um jogo só para ele brilhar.
 
Iremos defrontar Marrocos, que eliminou sensacionalmente a Espanha nos penalties. É preciso ter atenção com a selecção africana, porque não só ainda não perdeu, como só sofreu um golo (que, ainda por cima, foi autogolo). No entanto, é óbvio que somos mais do que favoritos e, se apresentarmos esta qualidade de jogo, temos mais do que condições para chegarmos às meias-finais.

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