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quarta-feira, abril 30, 2025

Goleada

Vencemos o AVS na Luz no passado domingo por 6-0, mas só recuperámos um golo para a lagartada, que também ganhou no Bessa ao Boavista por 5-0 uma horas depois. Alargámos foi a vantagem pontual para o Braga e CRAC (11 e 13 pontos), fruto do empate em Famalicão (1-1) e da derrota na Amadora frente ao Estrela. (0-2), respectivamente. A conclusão a tirar é que, na pior das hipóteses, ficaremos em 2º lugar no campeonato.
 
Este jogo era importante para tentarmos diminuir a desvantagem da diferença de golos para os rivais, que pode ser importante nas contas finais. Com a surpresa do Amdouni e Dahl no onze entrámos muito bem e metemos a bola na baliza logo aos 4’ pelo Aktürkoğlu, mas foi invalidado por causa daquela idiotice das linhas de fora-de-jogo por 8 cm...! Não percebo como é que não se faz um estudo para verificar a partir de que altura é que estar em fora-de-jogo se torna uma vantagem competitiva inequívoca. É que já se anularam grandes golos por causa de meia-dúzia de centímetros, que é impossível que tenham tido alguma influência. Como neste caso. Felizmente, não nos desconcentrámos e fizemos mesmo o 1-0 aos 8’ pelo Tomás Araújo numa recarga a um cabeceamento do António Silva num canto. O Amdouni teve duas chances para marcar, mas não conseguiu e foi o Pavlidis a fazer o 2-0 aos 23’ num canto estudado, com assistência do Dahl. Três minutos depois, o suíço lá marcou, em nova assistência do Dahl para o Amdouni rematar rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes Ochoa. Aos 40’ fizemos o quarto golo pelo Aktürkoğlu num desvio na pequena-área a cruzamento do Pavlidis. Até ao intervalo, só deu para reparar na arbitragem inacreditável do Sr. Carlos Macedo (um nome a fixar), que conseguiu complicar uma partida que estava já decidida, o que convenhamos não é fácil...
 
Na 2ª parte, eu esperava que não abrandássemos o ritmo, porque tínhamos igualado a diferença de golos dos lagartos, mas este ainda não tinham jogado. Infelizmente, sucedeu o contrário e andámos a gerir o jogo durante um bom período no segundo tempo. Foi só após as substituições que as coisas voltaram a mexer, com as entradas do Schjelderup e Belotti aos 67’. Foi o italiano a fazer o 5-0 num desvio subtil, depois de boa combinação com o Aktürkoğlu. Estávamos de novo com o ritmo aumentado, também por via da entrada do Prestianni pouco depois, que poderia ter igualmente molhado o bico, mas foi o Otamendi a fechar a contagem aos 82’ num cabeceamento a centro do António Silva, depois de um livre do Kökçü, que o guarda-redes não conseguiu segurar. O Sr. Carlos Macedo teimava em manter-se como uma das figuras do jogo e só deu dois minutos de compensação(!), apesar de todas as substituições que houve. Uma arbitragem para esquecer.
 
Em termos individuais, gostei do Pavlidis e do Dahl. O Aktürkoğlu mantém-se em forma e o Schjelderup e Belotti voltaram a assumir-se como dois jogadores que acrescentam algo à equipa quando entram. Assim como o Prestianni, que continuo a não entender a razão de ter tão poucos minutos. O Carreras conseguiu limpar os amarelos para o Estoril, numa decisão arriscada, mas que compreendo dado que as duas últimas jornadas serão com a lagartada e a ida a Braga.
 
Iremos à Amoreira no próximo sábado e naturalmente que só a vitória interessa, para chegarmos ao jogo decisivo na Luz frente à lagartada em igualdade pontual com eles.

sexta-feira, abril 25, 2025

Na final

Confirmámos na passada 4ª feira a passagem à final da Taça de Portugal com nova vitória frente ao Tirsense, desta feita por 4-0. Com a eliminatória decidida na 1ª mão, os habituais suplentes tiveram nova oportunidade de se mostrar, mas não a aproveitaram muito bem e o jogo foi menos conseguido do que o anterior.
 
Apesar de estar no quarto escalão do futebol português, o Tirsense apresentou-se bem organizado na defesa e quase conseguiu chegar ao intervalo com a baliza a zeros, o que seria um enorme feito. Para isso muito contribuiu o ritmo lento que imprimimos ao jogo, com as oportunidades a escassear: um cabeceamento do Barreiro ao segundo poste num canto com a bola a tocar ainda no ferro e remates do Arthur Cabral e Tiago Gouveia defendidos pelo guarda-redes Tiago Gonçalves foram as únicas ocasiões que tivemos antes do golo em cima do intervalo, num desvio do António Silva a um remate do Leandro Barreiro na sequência de um canto.
 
Esperava-se uma quebra física dos homens de Santo Tirso na 2ª parte, mas nós não a aproveitámos para melhorar o nível exibicional, apesar de termos aumentado um pouco o ritmo. Logo no reinício, o Schjelderup teve um falhanço quase na cara do guarda-redes depois de centro do Bruma e foi só novamente a entrada do Prestianni que voltou a mexer com a partida, tal como no jogo da 1ª mão. O argentino, da primeira vez que tocou na bola, colocou o também entrado Amdouni em boa posição, mas o remate deste saiu ao lado. O Belotti num desvio na pequena-área e o Dahl num livre voltaram a pôr o Tiago Gonçalves à prova, mas foi já perto do final (74’) que conseguimos aumentar a vantagem num desvio do Bajrami ao segundo poste num canto, fazendo assim o seu primeiro golo com a camisola do Benfica. Pouco depois, aos 78’ o Samuel Soares(!) fez uma abertura fantástica para o Tiago Gouveia e este assistiu o Belotti para o 3-0. Já depois dos 90’, fechámos o marcador num novo canto com um golo do Leandro Barreiro numa recarga ao segundo poste, depois de cabeceamento do António Silva defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, achei o Belotti muito comprometido com o jogo, apesar do adversário, e o Schjelderup na 1ª parte também foi dos melhores. A seguir ao intervalo, destaque para o Prestianni, que infelizmente deverá ter-se despedido dos adeptos, porque duvido que volte a jogar até final da época. Aliás, não só não se percebe esta (pouca) utilização do argentino, como mesmo neste jogo o Bruno Lage, que o tinha feito entrar aos 62’, empurra-o para lateral-direito a partir dos 80’, quando estreia o Hugo Félix na equipa principal. Incompreensível...! O Samuel Soares não teve muito trabalho defensivo, mas teve participação directa num dos golos.
 
Iremos defrontar a lagartada na final da Taça, depois de os defrontarmos também no campeonato. Vai ser um final de época muito quentinho, mas temos impreterivelmente de começar a mudar o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas nos últimos 28 anos...

terça-feira, abril 22, 2025

Eficácia

Vencemos no sábado em Guimarães por 3-0 e manteve-se tudo igual na frente, porque a lagartada ganhou em casa ao Moreirense (3-1), o CRAC ao Famalicão (2-1) e o Braga no Estoril (2-0). Portanto, continuamos com os mesmos pontos dos primeiros e com 10 e nove de vantagem dos outros, respectivamente. Era uma saída tremendamente complicada, mais ainda depois do inesperado empate em casa frente ao Arouca, mas saímo-nos bem, embora o resultado tenha sido melhor que a exibição.
 
Num terreno difícil por causa da chuva antes do encontro e perante um adversário que vinha numa sequência de bons resultados, não entrámos nada bem e poderíamos ter sofrido um golo logo no primeiro minuto, mas o Telmo Arcanjo, que surgiu nas costas do Carreras, atirou de primeira ao lado, quando só tinha o Trubin pela frente. O V. Guimarães dominava e tinha mais posse de bola, mas a nossa resposta foi cirúrgica, com um lance iniciado e finalizado pelo Pavlidis, que abriu brilhantemente na esquerda no Aktürkoğlu, que correu para a baliza e isolou o Kökçü na cara do Bruno Varela, que defendeu o remate, tendo a bola sobrado para o Pavlidis, que fez aquilo que o Di María não fez na semana passada perante o Arouca, num lance exactamente igual. 1-0 a nosso favor e uma estocada importante no V. Guimarães. Pouco depois, uma boa jogada novamente pela esquerda e um centro do Carreras para o Pavlidis só ter de encostar, mas infelizmente o grego estava fora-de-jogo. Até ao intervalo, foi o Trubin a revelar-se decisivo com uma defesa impossível num cabeceamento quase à queima-roupa num livre e num remate do Nélson Oliveira de fora da área, ambos defendidos para canto.
 
A 2ª parte foi muito bastante melhor, dado que conseguimos controlar com mais sucesso as iniciativas atacantes do V. Guimarães. Apesar de o Sr. Gustavo Correia ter tentado inclinar um pouco o campo, nomeadamente com livres encomendados para o Tiago Silva, dominámos na maior parte do tempo, facto para o qual contribuiu a saída por lesão do Di María e a entrada do Schjelderup. Depois de, na semana passada, ter feito quiçá a pior exibição desde que voltou ao Benfica, não se justificava a permanência em campo do argentino durante tanto tempo, para mais num terreno como aquele. Infelizmente, o Bruno Lage não tem coragem de o tirar mais cedo, teve de ser uma lesão a tratar do assunto. O norueguês entrou bem e teve uma soberana ocasião num contra-ataque, mas o Bruno Varela defendeu para canto. Entretanto, também já tinha entrado o Leandro Barreiro para a habitual saída do Tomás Araújo, com o Aursnes a ir para a lateral-direita. Aos 78’, alargámos a vantagem numa óptima iniciativa individual do Carreras pela esquerda, culminada com um remate inesperado já de ângulo difícil. No entanto, as coisas poder-se-iam ter complicado logo a seguir, não fosse outra magnífica intervenção do Trubin a negar o golo ao Chucho Ramírez. Aos 84’, falta sobre o Schjelderup ainda a uma certa distância da baliza, remate forte do Kökçü que o Bruno Varela não segurou (Varela a ser Varela...) e a bola a sobrar para o Pavlidis que, muito oportuno, fez o bis e acabou com as dúvidas.
 
Em termos individuais, destaque para o Pavlidis pelo bis, mas principalmente para o Trubin por ter mantido a baliza a zeros em alturas fulcrais. O Aktürkoğlu confirmou o seu regresso à forma do início da temporada. O futebol é um desporto maravilhoso, porque permite que alguém que estava a ter uma exibição bem sofrível se possa converter num elemento decisivo: o Carreras passou por dificuldades com o Arcanjo que quase nunca teve no campeonato e depois fez um golo daqueles! O Schjelderup voltou a entrar bem na equipa e espero que, com a lesão do Di María, possa avançar para a titularidade em detrimento do Bruma. O resto da equipa esteve a um nível bastante razoável.
 
Iremos jogar amanhã a 2ª mão da meia-final da Taça de Portugal na Luz que, com 5-0 a nosso favor, será uma mera formalidade e oportunidade para os menos utilizados e teremos no domingo a recepção ao AVS num jogo em que deveríamos aproveitar para equilibrar a diferença de golos com os lagartos. Nem quero pensar noutra hipótese que não uma vitória tranquila, porque será o jogo teoricamente mais fácil das últimas quatro jornadas do campeonato.

quarta-feira, abril 16, 2025

Desilusão e roubo

Empatámos no domingo frente ao Arouca (2-2) na Luz e deixámos fugir a vantagem em relação à lagartada (que ganhou no Santa Clara 1-0 no dia anterior), estando agora novamente com os mesmos pontos deles, mas, por enquanto, em desvantagem no confronto directo. Ainda estou a recuperar de domingo, porque foi um jogo de adrenalina máxima muito por nossa culpa e em que o Sr. António Nobre também acabou por ser protagonista pelas piores razões.
 
Não entrámos com a intensidade que se esperava, especialmente pelo facto de quase todos os jogadores não terem alinhado a meio da semana frente ao Tirsense, porém mesmo assim tivemos oportunidades na 1ª parte para chegar ao intervalo em vantagem. Um cabeceamento do Pavlidis num canto foi salvo quase sobre a linha por um defesa e foi do grego a melhor chance num grande trabalho individual na área culminado com um remate rasteiro ao poste. O Arouca também teve um bom remate de fora da área pelo Sylla, que o Trubin defendeu para canto.
 
Se não entrámos com a intensidade esperada na 1ª parte, na 2ª foi muito pior. O Arouca tomou conta do jogo e as primeiras duas defesas foram do Trubin. Aos 60’, inaugurámos finalmente o marcador num golão do Kökçü de fora da área, depois de assistência do Aursnes, na sequência de uma iniciativa na esquerda do Carreras. Estava feito o mais difícil e, logo a seguir, poderíamos ter fechado a partida, mas o Di María falhou inacreditavelmente a recarga com a baliza aberta, depois de um remate do Aktürkoğlu defendido pelo guarda-redes Mantl. Aos 67’, o Sr. António Nobre resolveu ser parte decisiva na partida ao assinalar um penalty inexistente por pretensa falta do Otamendi sobre o Jason. Alertado pelo VAR Luís Godinho para o óbvio mergulho do avançado sobre o corpo deslizante do Otamendi, que estava a fazer um carrinho, decidiu inacreditavelmente manter a decisão e marcar penalty, e o Yalçin fez o 1-1. O Bruno Lage, que tinha congelado as entradas do Belotti e Schjelderup aquando do nosso primeiro golo, fê-los entrar logo a seguir para os lugares do Florentino e do apagadíssimo Di María (que, mesmo assim, para não variar, não gostou nada de ser substituído...). Aos 80’, recolocámo-nos em vantagem num cabeceamento do Pavlidis sem tirar os pés do chão, depois de um cruzamento teleguiado do Kökçü num canto curto. Ainda colocámos a bola na baliza uma terceira vez, pelo Schjelderup, mas o VAR assinalou fora-de-jogo. Era impensável estarmos duas vezes na frente e deixarmos escapar a vantagem, mas o inacreditável aconteceu mesmo aos 95’, num ataque rápido do Arouca pela direita, com um centro atrasado concretizado pelo defesa-esquerdo Weverson, que apareceu isolado na área, porque o Schjelderup não acompanhou a sua progressão. O Bruno Lage teve uma quota parte de culpa nisto, porque tinha colocado o Bruma uns minutos antes, em vez do Dahl, que teria sido muito melhor para fechar os caminhos da nossa baliza, dado que já se sabe que o Bruma não é propriamente o jogador mais inteligente para gerir os timings de um jogo com estas características...
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o Kökçü com um golão e uma assistência para o Pavlidis. O grego também esteve bem e só não fez um bis, porque o poste não deixou. O Trubin foi importante para não termos sofrido (ainda) mais golos e o Aktürkoğlu confirmou igualmente o seu bom momento de forma, assim como o Aursnes, mas este já não é novidade nenhuma. Ao invés, o Di María terá feito dos piores jogos pelo Benfica e, quando assim é, não se justifica estar tanto tempo em campo. Deveria ter saído logo ao intervalo, como é evidente. Melhorámos com o Schjelderup em termos ofensivos, mas o norueguês acabou por ficar ligado ao golo do empate pela falha de marcação.
 
Quando se marca um penalty destes e não se marca um evidente no Santa Clara – lagartada (Sr. Cláudio Pereira como árbitro e o Hélder Malheiro no VAR, só para memória futura), está tudo dito sobre como serão estas jornadas finais. Deixámos fugir pontos num dos jogos teoricamente menos complicados até terminar o campeonato. Veremos como será a reacção já em Guimarães no próximo sábado, sendo certo que nova escorregadela nos colocará em muitos maus lençóis.

sábado, abril 12, 2025

Regresso ao Jamor

Goleámos na passada 4ª feira o Tirsense (5-0) em Barcelos na 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e, sejamos sinceros, só o maior escândalo da história do futebol mundial (uma equipa da 4ª divisão eliminar o 1º classificado da 1ª divisão numa eliminatória a duas mãos) nos tiraria de voltarmos a disputar uma final da Taça de Portugal. Com uma equipa em que só dois jogadores alinharam em Mordor, fizemos um jogo muito sério e a vitória é incontestável.
 
No entanto, a primeira oportunidade foi para o Tirsense, mas felizmente dois jogadores desentenderam-se na altura de rematar à baliza na sequência de um ressalto num livre e a bola acabou tranquilamente nas mãos do Samuel Soares. Inaugurámos o marcador aos 16’ num autogolo de um defesa, depois de um cruzamento do Dahl para a área. O 0-2 surgiu aos 26’ num excelente cruzamento de primeira do Schjelderup para o João Rêgo atirar, também de primeira, sem hipóteses para o guarda-redes.
 
Na 2ª parte, o Tirsense passou mais vezes do meio-campo, mas sem nunca criar verdadeiro perigo, enquanto nós aumentámos o ritmo especialmente depois das substituições, aos 65’, com as entradas do Arthur Cabral, do Tiago Gouveia (regressado após demorada lesão) e, especialmente, do Prestianni, que partiu tudo em apenas 25’ em campo. Logo aos 68’, o jovem argentino marcou um golão, depois de uma assistência fantástica do Schjelderup, que o descobriu isolado na área, quando estava perto da linha lateral. Aos 72’, foi a vez de o Arthur Cabral regressar aos golos, num remate de primeira a bom cruzamento do Tiago Gouveia. E, aos 84’, fechámos a contagem noutra excelente iniciativa do Prestianni, que assistiu o Schjelderup para um remate rasteiro colocado já dentro da área.
 
Em termos individuais, o Schjelderup com duas assistências e um golo foi o homem do jogo. Não percebo a razão de o Lage não gostar muito dele, dado que, pelo que produz em campo, merecia muito mais tempo em campo. Quando foi titular, era invariavelmente o primeiro a sair à passagem da hora de jogo. Incompreensível... Também em relação ao Prestianni, é evidente que o Lage não morre de amores por ele, já que o argentino não jogava na equipa principal desde... Setembro! Espero que, com esta exibição em tão pouco tempo de jogo, as coisas mudem rapidamente. O resto da equipa esteve q.b., com o Samuel Soares a parecer mais seguro do que quando apareceu na equipa.
 
A 2ª mão daqui a duas semanas será uma mera formalidade, mas servirá novamente como uma oportunidade para toda esta gente justificar envergar o manto sagrado. À semelhança deste jogo, espero que isso seja aproveitado da melhor maneira.

terça-feira, abril 08, 2025

PAVLIDIS!

Vencemos o CRAC em Mordor por maravilhosos 4-1 no passado domingo e, com o empate ontem da lagartada frente ao Braga (1-1), estamos isolados na frente do campeonato com dois pontos de vantagem a seis jornadas do fim. E colocámos o CRAC a 12(!) de diferença. É o que se chama uma jornada perfeita! Como perfeita foi a actuação do Pavlidis, autor de um inédito hat-trick naquela casa, e por isso as maiúsculas do título do post não são gralha.
 
Perante indiscutivelmente o CRAC mais fraco das últimas décadas, estava curioso para ver como seria a nossa reacção a isso. Se entraríamos como de costume naquele antro (borrados), ou se assumiríamos a nossa superioridade. Um golo aos 40 segundos acho que foi uma bela resposta a isso! Centro do Aktürkoğlu na esquerda e desvio de primeira do Pavlidis sem deixar a bola cair no chão. Grande golo! O fiscal-de-linha ainda o anulou, mas o grego estava em jogo por mais de meio metro! No entanto, a resposta do CRAC foi quase imediata e fomos remetidos ao nosso meio-campo durante cerca de meia-hora. Apanhámos alguns sustos, mas o Trubin não chegou a ser verdadeiramente colocado à prova, o que é bem demonstrativo da falta de qualidade do adversário. Ao invés, quando nós respondemos, atirámos duas bolas ao poste! A primeira pelo Aktürkoğlu numa jogada pela esquerda e a segunda pelo Pavlidis, depois de assistência do turco. No entanto, aos 43’ fizemos mesmo o 0-2 novamente pelo Pavlidis, que trabalhou muito bem na área, depois de um remate tortíssimo do Florentino na sequência de um canto, que se converteu numa assistência para o nosso ponta-de-lança. Este partiu os rins ao Nehuén Pérez e atirou sem hipóteses para o Diogo Costa.
 
Se, na 1ª parte, ainda sofremos um pouco, a 2ª foi quase um passeio dado que o CRAC raramente se aproximou da nossa baliza. Pelo contrário, nós fomos em busca do terceiro, com o Di María, num remate de primeira, ainda  a dar a sensação de golo, mas a bola foi às malhas laterais, e o Aktürkoğlu a permitir a mancha ao Diogo Costa pouco depois. Porém, aos 70’ acabámos de vez com a dúvidas com o hat-trick do Pavlidis, de cabeça, depois de centro perfeito do Di María. Alguns adeptos do CRAC começaram a sair do estádio e eu já estava a salivar por uma goleada vingativa de outras que sofremos no passado. O Bruno Lage, que já tinha feito entrar o Dahl para a substituição habitual do Tomás Araújo, fez igualmente entrar o Belotti e Schjelderup para os lugares do Pavlidis e Di María. E foi o norueguês a estar perto do quarto golo, mas o remate enrolado depois de ressaltar num defesa saiu a rasar o poste. Contra a corrente do jogo, o CRAC reduziu para 1-3 aos 82’ pelo Samu numa recarga a uma defesa do Trubin depois de remate do Fábio Vieira. Ainda cheguei a temer uma reacção deles nos últimos minutos, mas nada disso aconteceu e fomos nós a fazer o 1-4 aos 95’ numa cabeçada do Otamendi na sequência de um livre do Kökçü. A diferença de golos ficou mais justa assim, mas peca por defeito dada a nossa inegável superioridade (e duas bolas nos postes). No entanto, 8-2 em dois jogos contra eles para o campeonato é algo que eu nunca tinha visto.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis. Três golos naquele sítio tornam-no imediatamente imortal aos nossos olhos. Estou à vontade para dizer isto, porque desde sempre que gostei dele, mas também serve de lição para que todos tenhamos um pouco mais de paciência para com jogadores que chegam, demonstrem alguma qualidade (fartou-se de marcar na pré-temporada), mas que tenham um abaixamento de forma depois. Outro em grande nível foi o Di María, que nunca se esconde em jogos deste nível. O Aursnes também esteve em todo o lado no meio-campo, com o Florentino, depois de uma perda de bola muito comprometedora na 1ª parte, a conseguir restabelecer-se e elevar o nível a partir daí. Outro jogador a subir indiscutivelmente de forma depois de um período de ocaso é o Aktürkoğlu, que teve participação directa nos nossos lances mais perigosos da 1ª parte. O Otamendi foi imperial na defesa e, no geral, toda a equipa esteve a um nível muito bom.
 
Temos um calendário bastante complicado até final do campeonato (saídas a Guimarães, Estoril e Braga, para além da recepção à lagartada) pelo que há que manter os pés bem assentes no chão e não embandeirar em arco com esta saborosíssima vitória. No entanto, temos tudo a nosso favor para conseguirmos o 39.

sexta-feira, abril 04, 2025

Tremido

Vencemos o Farense na Luz por 3-2 na passada 4ª feira e voltámos a igualar a lagartada no 1º lugar. Perante o adversário teoricamente mais fraco até final do campeonato (sendo o penúltimo classificado, a classificação assim o dita), esperava-se uma noite tranquila, mas aconteceu tudo menos isso. Muito por culpa própria nossa, obviamente.

Com o Renato Sanches a titular no lugar do Florentino (no limite dos amarelos) e o regresso do Di María, o Bruno Lage também voltou a dar a titularidade ao Aktürkoğlu, que acabou por se assumir como a figura do jogo. A partida não poderia ter começado melhor com o 1-0 logo aos 7’ pelo turco, que só teve de encostar depois de uma assistência do Aursnes, desmarcado na direita pelo Di María. Quando aos 23’, fizemos o 2-0 num pontapé do Trubin para o Aktürkoğlu, que assistiu o Pavlidis para um bom trabalho deste na área, concretizado com um remate por entre as pernas do guarda-redes, todos julgámos que iríamos ter uma vitória fácil e quiçá folgada. Que até era necessária, porque a diferença de golos pode revelar-se importante nas contas finais e estamos atrás dos lagartos nesse aspecto. No entanto, o Farense nunca deixou de lutar e, já depois de ter colocado o Trubin à prova com um remate de fora da área, reduziu para 2-1 em cima do intervalo (43’) numa recarga de cabeça do Tomás Ribeiro a uma bola (também de cabeça) à barra na sequência de um canto.
 
Para a 2ª parte, veio o Leandro Barreiro para o lugar do Renato Sanches. Veio a saber-se no final do jogo que tem nova lesão muscular... Incrível! Aos 54’, nova sensação de que as coisas estavam resolvidas com o 3-1 num bis do Aktürkoğlu, assistido pelo Pavlidis, depois de uma bola para a área do Aursnes. Porém, mais uma vez, deixámos o Farense aproximar-se e reduzir para 3-2 aos 63’ pelo Rony Lopes. O pior ataque do campeonato marcava dois golos à melhor defesa do campeonato! Inacreditável! Com a vantagem mínima, a incerteza prolongou-se até final e não tivemos engenho para dar a machadada definitiva no marcador. Claro que isso poderia ter acontecido com um pisão ao António Silva na área, que a VAR Catarina Campos não quis ver... Ainda passámos por um susto, mas o Trubin defendeu uma cabeçada do Tomané e é bem elucidativo do desconforto em que estávamos o facto de o nosso guarda-redes ter visto um amarelo por... demora na reposição da bola em jogo...!
 
Em termos individuais, o Aktürkoğlu foi obviamente o melhor em campo, com dois golos e uma assistência, bem secundado pelo Pavlidis com uma de cada. O Aursnes também fez um bom jogo e terminou a defesa-direito, porque o Dahl estava a ter dificuldades com os ataques do Farense por aquele sector. O Renato Sanches terminou a época, sem nunca a ter verdadeiramente começado e acho que deveria ser um caso de estudo aprofundado a nível mundial. Como é que se pode ter tantas lesões musculares...?! O Di María regressou, mas completamente fora de forma e espero que não seja titular na próxima jornada. Gostei de ver o regresso do Schjelderup ainda que na condição de suplente. O Trubin também foi importante em determinados momentos do jogo.
 
Iremos a Mordor no fim-de-semana, num encontro que irá definir bastante do que será o nosso final de época. Será uma boa oportunidade para ver se temos estofo de campeão ou não, porque este é indiscutivelmente um dos CRACs mais fracos dos últimos anos.

terça-feira, abril 01, 2025

Calmo

Vencemos o Gil Vicente em Barcelos na passada 6ª feira (3-0), em jogo em atraso desde o confronto com o Barcelona para a Liga dos Campeões. Depois da pausa para as selecções, ter uma partida fora é sempre problemático, mas demos uma boa resposta e impusemo-nos de forma categórica.
 
Com o Belotti na frente e o Amdouni a manter-se no onze, só permitimos ao Gil Vicente uma oportunidade, logo nos minutos iniciais, com uma cabeçada na área que o Trubin defendeu bem. De resto, fomos só nós em campo, com o Aursnes a falhar uma clara chance ainda antes da do Gil Vicente, mas a redimir-se aos 22’ com um remate já na área, depois de boa assistência do Bruma na esquerda. Apesar da nossa supremacia, o intervalo chegou apenas com um golo de vantagem no marcador.
 
No entanto, a 2ª parte não foi muito diferença da 1ª e mantivemo-nos sempre por cima do jogo. Claro que, fazer o 2-0 logo aos 51’ numa recarga do Belotti a uma cabeçada dele próprio, depois de assistência do António Silva de cabeça na sequência de um livre para a área, ajudou bastante a tranquilizar-nos ainda mais. O Tomás Araújo saiu por lesão ainda antes da hora de jogo, entrando o Dahl para a lateral-direita, mas o Gil Vicente não deu mostras de conseguir criar-nos problemas, excepção feita a um remate de fora da área do Félix Correia que o Trubin encaixou bem. Nós fazíamos a gestão da partida, o Di María voltou aos relvados depois da lesão no Mónaco e sofreu um penalty já na compensação, que o próprio concretizou muito bem, fazendo o 3-0 final a nosso favor.
 
Em termos individuais, o Aursnes terá sido o melhor e não só pelo golo que marcou. O Belotti é esforçado, marcou (e ainda bem), mas o Pavlidis é melhor. O Amdouni não esteve nada mal na direita, mas com o regresso do Di María vai certamente perder a titularidade, porque o Bruno Lage tem os seus favoritos, entre os quais se inclui o Bruma, que, infelizmente, quer jogue bem ou mal, vai relegar o Schjelderup para um papel imerecidamente secundário (nem convocado foi nesta partida). Há coisas que nunca irei entender, mas enfim...
 
Amanhã defrontaremos o Farense na Luz para tentar voltar a igualar a lagartada no 1º lugar e aumentar a distância para nove pontos para CRAC e Braga, dado que todos eles ganharam nesta jornada (a lagartadacom dois penalties e duas expulsões na Amadora...). Esta recepção ao Farense antecede a ida a Mordor, que será importante para aferir do nosso estofo de campeão.