origem

sexta-feira, agosto 11, 2023

Nona Supertaça

Vencemos o CRAC (2-0) em Aveiro na passada 4ª feira e conquistámos a 9ª Supertaça do nosso historial. O que em 23 presenças não deixa de ser um balanço negativo, apenas superado por esta ser apenas a segunda vitória perante as forças do Mal em 13 confrontos directos para esta competição (a única tinha sido na época 1984/85)! Claro que há aqui um pequeno pormenor que é o facto de as maiores roubalheiras no futebol português terem acontecido em Supertaças passadas (aqui está o exemplo supremo).


Com a saída do Gonçalo Ramos para o PSG no dia anterior, o Roger Schmidt resolveu inventar e entrar em campo sem ponta-de-lança. Bem sei que o Musa está longe de ser um génio, mas ao menos é ponta-de-lança e tudo indicava que fosse ele o titular. Mas não, o nosso treinador achou que era com o Rafa e Aursnes na frente que conseguiríamos fazer algo. O resultado foi o esperado: não criámos um único lance de perigo na 1ª parte! Aliás, como de costume, não entrámos nada bem contra o CRAC e poderíamos ter sofrido um golo logo aos 7 segundos(!), mas felizmente beneficiámos da má pontaria do Galeno. Pouco depois, foi novamente o Galeno a colocar a cabeça do Bah em água e a ter um remate desviado, que passou a rasar o poste com o Vlachodimos batido. O terceiro susto ocorreu com o Taremi, que apareceu sob a direita e rematou cruzado muito ao lado, quando só tinha o Vlachodimos pela frente. Tudo isto aconteceu dentro dos primeiros 15’ de jogo! Conseguimos reequilibrar a partida, especialmente a partir da meia-hora, mas sem nunca conseguirmos criar situações de perigo. O Ristic na esquerda está longe de ser um Grimaldo, o Kökçü não apresentava a pedalada que se exige em jogos frente ao CRAC, o Aursnes parecia perdido sem saber bem a sua posição no terreno, o João Mário andava a gasóleo como de costume, o Rafa estava engolido pelos centrais e o Di María não tinha espaço. Só o João Neves se mostrou à altura, com elevada rotação desde o início da partida. Para piorar as coisas, o Sr. Luís Godinho encheu-nos de amarelos (Ristica, Bah, Kökçü e João Mário).

Na 2ª parte, o Roger Schmidt assumiu o erro e substituiu logo ao intervalo o Ristic pelo Jurasek e o João Mário pelo Musa. Voltámos à fórmula que sempre tivemos com o alemão e a diferença foi abissal! Os segundos 45’ foram todos nossos. O Musa começou a dar a luta que o Pepe e o Marcano nunca tiveram, o Jurásek foi muito mais incisivo pela esquerda do que o Ristic, subimos as linhas com o Kökçü a melhorar imenso de rendimento e foi o turco que desmarcou o Di María na direita aos 61’ para o 1-0 num remate em que o Diogo Costa não fez tudo o que estava ao seu alcance para defender. Felizmente! Foi o delírio na nossa bancada, que prosseguiu sete minutos depois com o 2-0 através do Musa, depois de uma bola recuperada no meio-campo adversário e assistência do Rafa. Sufocávamos o CRAC e a minha única preocupação eram os amarelos, ainda por cima, porque o João Neves também levou um logo no início da 2ª parte. Portanto, ficámos com o meio-campo amarelado, mas o Roger Schmidt é sempre sagaz nestas ocasiões e fez entrar o Florentino logo aos 70’ para o lugar do Kökçü e aos 75’ o Chiquinho para o do João Neves. O nosso terceiro golo estava mais perto do que o deles e um remate do Rafa teve um ligeiro desvio, caso contrário teria entrado. Em cima dos 90’, aconteceu o costume: o ANIMAL do Pepe deu uma joelhada nas costas do Jurásek, mas teve de ser o VAR a avisar o árbitro para o mandar para a rua. Foi o nosso terceiro grande festejo da noite, a assinalar condignamente o facto de aquele atentado ao futebol ser finalmente expulso! No segundo minuto de compensação, apanhámos um susto com um golão do Galeno, mas felizmente tinha havido mão antes do entretanto entrado Gonçalo Borges e o VAR anulou. Até final, ainda tivemos direito à 24ª expulsão(!) da carreira do Sérgio Conceição, com a benesse de se ter recusado a sair do campo! Há uma coisa pela qual temos de dar crédito ao CRAC: está sempre na vanguarda da nojeira! Faltavam 3’ para o final e só não percebi porque é que o árbitro não acabou logo o jogo. Era a penalização devida para aquele comportamento inominável, que é o traço distintivo de um clube que envergonha o desporto. Proponho um novo slogan para eles, bem mais preciso: “A ser orgulhosamente um nojo há 40 anos!”

Em termos individuais, destaque para a magia do Di María, que continua um jogador superlativo aos 35 anos, e para o jogão do João Neves, que neste momento é titular absoluto do Benfica. O miúdo luta, corre, joga e faz jogar os outros, é um regalo vê-lo em campo. O António Silva também esteve muito bem na defesa, assim como o Otamendi, cuja experiência ajudou a disfarçar alguma eventual falta de ritmo. O Jurásek terá ganho o lugar ao Ristic e o Kökçü percebeu em 45’ o ritmo com que tem de jogar estas partidas. O Rafa melhorou imenso quando o Musa entrou (como é óbvio!) e o croata foi decisivo na mudança que houve no jogo. Espero que a titularidade do João Mário seja finalmente posta em causa, porque neste momento ele é o elo mais fraco do meio-campo para a frente e felizmente este ano não nos faltam soluções para tal.

Foi uma vitória muito saborosa que torna sempre muito aprazível a viagem de 500 km num só dia. Esperemos que seja um bom princípio de uma temporada em que é fundamental conseguirmos o bicampeonato.

VIVA O BENFICA!

2 comentários:

Anónimo disse...

"Diogo Costa não fez tudo o que estava ao seu alcance para defender"
Sim estou de acordo foi mesmo um FRANGO, afinal o maior da galáxia e arredores também os dá!!!...

joão carlos disse...

Penso que a alteração na posição de defesa esquerdo terá sido mais por o jogador estar condicionado do que por outra coisa até porque quem entrou nem sequer jogou melhor e veio demonstrar as mesmas virtudes e os mesmos defeitos de quem saiu é verdade que defensivamente não foi por essa lado tão permissivos, mas a ajuda também foi outra já que na primeira parte não existiu e quando existiu foi péssima além de que o perigo que eles criaram foi do nosso lado direito, e ofensivamente fomos melhor mas ofensivamente toda a equipa foi melhor na segunda parte.
A outra substituição essa sim foi o emendar a mão até porque foi uma alteração tática que fez mudar um terço da equipa de lugar no campo isto para não falar de que quem saiu esse sim estava a fazer uma exibição péssima alias igual às que fez desde o inicio da época já que desde que esta começou ainda não fez uma exibição boa que tem sido a continuação das péssimas exibições que fez no final da época passada, mas ai tinha a desculpa do desgaste por jogar sempre e o tempo todo.
Para além da mudança tática e se calhar até mais importante do que essa mudança foi a excelente capacidade física que a equipa demonstrou permitindo manter o mesmo nível de intensidade durante o jogo todo ao contrário do adversário que só aguentou uma parte.