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quarta-feira, agosto 16, 2023

Frango, azar e roubo

Perdemos na 2ª feira frente ao Boavista no Bessa (2-3) e entrámos da pior maneira no campeonato de 2023/24. Foi uma derrota em que tivemos culpa própria, bastante azar e um penalty descarado a nosso favor por braço na bola com 1-1 no marcador, que não foi assinalado pelo VAR André Narciso (este, recordam-se?).

Com o Musa no lugar do João Mário, alinhámos com a equipa expectável também com o Jurásek em vez do Ristic. O Boavista mostrou a agressividade habitual que caracteriza as equipas do Petit e viu três amarelos nos minutos iniciais. Mesmo assim, conseguiram equilibrar as coisas no início, mas sem criarem grandes oportunidades, até nós começarmos a pegar no jogo por volta dos 15’. Pouco antes disso, já tínhamos tido uma chance de golo, mas o remate do Aursnes foi defendido pelo guarda-redes João Gonçalves. Aos 22’ inaugurámos o marcador através do Di María, que só teve de encostar depois de ser assistido pelo Rafa, que iniciou a jogada ao ganhar em antecipação a um defesa e a isolar-se. Pouco depois, o mesmo Di María falhou um chapéu que seria um golão. O Boavista não criou nenhuma oportunidade de golo, mas claro que a vantagem mínima é sempre perigosa, razão pela qual cheguei ao intervalo um pouco chateado por não termos aproveitado para a aumentar. Parecia que estava a adivinhar o que viria a seguir...

Aos 50’, o Musa abordou pessimamente um lance e, em vez de rematar a bola, pisou-a, o pé resvalou para o lado e pisou também a canela do adversário. O Sr. António Nobre foi peremptório em mandá-lo para a rua. O Roger Schmidt substituiu logo o Di María pelo Morato e reeditou a táctica em Braga para a Taça de Portugal no ano passado, com os três centrais. Só que nem deu para aferir da justeza da decisão, porque o Boavista empatou logo a seguir, na sequência do livre: bola centrada para a área, passou pela defesa quase toda, o Jurásek teve uma péssima abordagem e a bola ficou à mercê do Bozenik, que rematou em esforço um pouco à figura do Vlachodimos, que deveria ter feito muito melhor, apesar de o remate ter sido relativamente à queima. Apesar de estarmos com dez, tivemos uma excelente reacção e conseguimos empurrar o Boavista para o seu meio-campo e começar a pressioná-los grandemente. O João Neves pegou na batuta, o Jurásek esteve bem na esquerda e o Rafa conseguiu encontrar o seu espaço sozinho na frente. Num desses lances, há um braço claríssimo de um defesa antes de o Rafa atirar à barra, que não percebo porque é que o VAR André Narciso não assinalou. Ou melhor, até percebo... Aos 75’, conseguimos o muito merecido 2-1 numa jogada de insistência, com um centro atrasado do Jurásek para um remate do Kökçü bem defendido pelo João Gonçalves, que voltou a defender igualmente a recarga de cabeça do João Neves para a barra, até o Rafa também de cabeça conseguir finalmente colocar a bola na baliza. O Boavista não conseguia fazer grande coisa apesar de estar com mais um em campo e o Roger Schmidt refrescou o nosso meio-campo aos 85’ com o Florentino, Chiquinho e também colocou o David Neres nos lugares do João Neves, Kökçü e Rafa, respectivamente. Vi muita gente a criticar estas substituições, mas não me pareceram nada mal, porque estávamos a jogar com menos um e havia que dar sangue novo à equipa. O que não estava no programa era mais um disparate enorme do Vlachodimos, que hesitou em sair à bola num alívio de cabeça do António Silva, permitiu um cruzamento de um avançado para a pequena-área e o mesmo António Silva, na ânsia de cortar a bola, acabou por atingir um adversário e dar ao Boavista um penalty no último minuto! Na marcação do mesmo, o Bruno Lourenço foi a andar para a bola e o nosso guarda-redes em vez de só se atirar quando ele rematasse (porque a andar nunca poderia rematar com muita força), não(!), resolveu escolher um lado e foi o errado. O Sr. António Nobre deu 10’ de compensação e nesse tempo fizemos tudo para chegar novamente à vantagem. O Jurásek não conseguiu fintar um adversário num lance que o deixaria isolado, mas a grande oportunidade veio num remate fabuloso do David Neres de primeira, depois de um alívio num canto, que fez a bola embater com estrondo na trave! O marcador do golo deles, Bruno Lourenço, ainda foi para a rua, mas no último minuto de compensação, com a nossa equipa toda balanceada para a frente, aconteceu o mesmo que em Chaves no ano passado e um avançado (neste caso, outra vez o Bozenik) isolou-se e desfeiteou o Vlachodimos... Perdíamos de maneira inglória um jogo que claramente deveríamos ter ganho.

Em termos individuais, o João Neves voltou a ser dos melhores e toda a equipa esteve em relativo bom plano enquanto estivemos com 11. Depois disso, o Rafa foi gigante pela maneira como conseguiu colocar a cabeça dos adversário em água. Também o Aursnes subiu muito de produção depois do intervalo, porque até então estava a fazer dos piores jogos pelo Benfica de que me lembro. Já o Vlachodimos pareceu, e de que maneira, acusar a pressão de finalmente ter concorrência e teve culpas em dois dos golos. A outra má notícia é que o Jurásek se lesionou para quatro semanas, num lance em que o adversário nem amarelo levou...!

Como os outros dois ganharam (o CRAC 2-1 em Moreira de Cónegos e a lagartada 3-2 em cima do apito final em casa frente ao Vizela), começamos o campeonato já com três pontos de desvantagem. Teremos no próximo sábado a recepção ao E. Amadora para começarmos a dar a volta a este mau começo.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Amtonio Silva mao gez penalty, podes ir rever a repetição, p avançado é que fez a falta, o ladrão devia ter revisto lance no monitor. O Kocsu, o Aursenes e o Vlachodimes, fizeram um péssimo jogo, mas também o batatal do bessa só servia para tourada e não para o futebol.

joão carlos disse...

A equipa este ano defende mal como um todo como reflexo disso é que num único jogo este ano sofremos o máximo de golos num só jogo igualando o máximo de todo o ano passado sendo que o ano passado foi com um adversário com uma qualidade totalmente diferente e em que nunca tivermos em vantagem, como neste, alias onde nem sequer marcamos.
Não é admissível estarmos por duas vezes em vantagem e não só por duas vezes a deixar escapar como ainda por cima permitir que dessem a volta e para além dos erros individuais na defesa, que foram muitos, também tem a ver com o facto de não controlarmos o meio campo e por esse motivo expor a defesa muito mais e os erros por isso serem mais é que no meio do meio campo não temos quem recupere bolas e andamos a jogar com uma dupla de gémeos idênticos, com os mesmos defeitos e virtudes, em vez de ter uma dupla de jogadores que se complementem.
O nosso guarda redes podia ter feito melhor no primeiro, podia, tem um erro tremendo no segundo, tem, no entanto de referir que no primeiro o erro maior é do defesa esquerdo que não cortou a bola quando tinha tudo para o fazer e no segundo em que o defesa central que em vez de cortar a bola de cabeça, e não foi um alivio, fez uma assistência que isolou o adversário mas pelos vistos a maioria acha que o único culpado foi o guarda redes.