segunda-feira, abril 24, 2023
Ansiedade
Depois de quatro jogo sem vencer, derrotámos ontem o Estoril na Luz (1-0) e mantivemos os quatro pontos de vantagem perante o CRAC (2-0 em Paços de Ferreira) e os seis perante o Braga (1-0 no Casa Pia). Teoricamente, a par da recepção ao Santa Clara na última jornada, esta seria a partida menos difícil destas últimas seis, mas não me deixou nada confiante para o que aí vem.
O Roger Schmidt inovou ao colocar o Aursnes a defesa-direito e o João Neves no meio, para além do expectável regresso à titularidade do David Neres, saindo o Florentino e o Gilberto em relação ao Inter. E, de facto, o Neres e o Neves foram os dois melhores em campo. Nada a dizer da atitude da equipa durante praticamente o jogo todo, mas estamos realmente a atravessar uma fase de muita descrença nas nossas próprias capacidades. O que não deixa de espantar, dado a época que fizemos até há quatro jogos. A equipa mostra-se muito nervosa e com muita ânsia de fazer tudo bem e rápido, o que é manifestamente impossível. Perante um adversário que está a lutar para fugir ao play-off de descida, tivemos naturalmente o domínio da partida e foi do João Neves a primeira grande oportunidade, numa cabeçada num canto que saiu por cima, quando tinha só o guarda-redes pela frente. O Rafa também não esteve melhor ao não aproveitar um ressalto que lhe foi parar os pés na pequena-área, com o remate também a sair por cima. Aos 35’, tivemos a melhor oportunidade até então, com um penalty assinalado pelo VAR a castigar falta sobre o João Mário, mas este rematou à figura do guarda-redes Dani Figueira, que defendeu com os pés, e na recarga o Rafa não conseguiu desviar para a baliza, permitindo o corte da defesa para canto. Logo a seguir, o Estoril criou a sua única situação de algum perigo no jogo todo, com uma cabeçada do Cassiano ao lado. Um calcanhar do Rafa depois de brilhante jogada do Neres na esquerda também saiu ao lado, mas já em cima do intervalo deu-se a explosão na Luz com o merecido golo. Foi na sequência de um canto aos 44’ que o Neres fez outra boa jogada na direita, passando por dois adversários e centrando de pé direito para o Otamendi meter a bola na gaveta numa óptima cabeçada. O estádio suspirou de alívio, porque sentiu que era importantíssimo chegarmos ao intervalo a ganhar.
Na 2ª parte, esperava-se que, estando na frente do marcador e mais tranquilos, conseguíssemos aumentar a vantagem para fechar a partida. No entanto, fruto da conjunctura actual não tivemos discernimento para criar tantas oportunidades como no primeiro tempo. Aos 65’, o Schmidt colocar o Florentino e o Musa nos lugares do Chiquinho e Gonçalo Ramos. A presença do Florentino permitiu-nos equilibrar mais as coisas a meio-campo, até porque o Chiquinho terá feito a sua pior exibição desta temporada. O Neres teve uma boa hipótese de resolver a partida, mas rematou ao lado quando tinha sido bem desmarcado pelo Rafa. A cerca de 15’ do fim, ainda se festejou um golo do Musa, mas o Aursnes estava fora-de-jogo no início da jogada. Perto do fim, uma arrancada do Rafa resultou num remate com o peito do João Mário ao poste. O Gonçalo Guedes tinha entrado pouco antes e também teve um remate rasteiro defendido pelo Dani Figueira. Não conseguimos marcar mais nenhum golo, mas tivemos o mérito de controlar bem o Estoril, não o deixando criar praticamente nenhuma oportunidade. No entanto, sentiu-se até final que a equipa e os adeptos estavam obviamente muito apreensivos.
Em termos individuais, destaque para o David Neres, principalmente na 1ª parte, e para o miúdo João Neves, que encheu o campo. Vamos lá a ver se não arranjámos nós próprios um novo Moutinho... O Otamendi merece um apalavra por ter marcado o golo, mas defensivamente não esteve no seu melhor. O Rafa melhorou um bocado em relação aos jogos anteriores, com mais arrancadas perigosas, mas o João Mário continua uma lástima e, sinceramente, não percebo porque é que tem tanto tempo de jogo.
No próximo sábado, teremos uma saída dificílima a Barcelos e a minha única esperança é a semana inteira que temos para preparar esse jogo. Quero muito acreditar que isso se reflectirá na equipa, tranquilizando-a mais, porque se voltarmos a jogar com este nível de ansiedade as coisas serão bastante complicadas.
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1 comentário:
Finalmente existiram mudanças na equipa que já era sem tempo no entanto os jogadores que acabaram por ser poupados foram jogadores é certo com muito desgaste, mas que ainda assim nos últimos jogos até tem tido algum descanso quando inexplicavelmente continuam na equipa jogadores tão, ou mais, cansados e que pior para além de jogarem sempre sogam o tempo todo depois não é de estranhar o desempenho deplorável deles.
Pois só que não foi apenas a falta de discernimento que nos impediu de criar mais oportunidades foi sobretudo a falta de frescura física, ou dito doutra maneira é a falta de frescura física que leva à falta de discernimento e conforme o passar do jogo e o aumento do desgaste por ele provocado pior fica, alias basta ver que após as substituições voltamos novamente a criar perigo coisa que não os estávamos a fazer até elas acontecerem e se é verdade que criamos pouco perigo isso é porque as substituições também elas foram poucas.
Não é de estranhar que quem esteja muito desgastado física e mentalmente, e por isso num momento de forma deplorável, tenha mais dificuldades em converter grandes penalidades mas isto só agrava um problema que já existia anteriormente onde já se tinha falhado numa altura em que não existia tanto desgaste, ou ele não se notava, já era tempo de termos outra alternativa na conversão das grandes penalidades, até para proteção de quem as executa atualmente, até pela própria incerteza que isso provocaria em quem as defende.
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