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segunda-feira, outubro 24, 2022

Triunfo em Mordor

Vencemos o CRAC no antro do Mal na passada 6ª feira por 1-0 e aumentámos a vantagem para eles para seis pontos. Apesar de termos alinhado contra 10 desde os 27’, a justeza do nosso triunfo foi incontestável e é de salientar termos mantido a invencibilidade mesmo jogando na casa do principal rival.
 
O David Neres estava finalmente apto, mas o Roger Schmidt manteve a táctica de Paris, ao manter o Aursnes na equipa no lado esquerdo do meio-campo. Não entrámos bem na partida, com o CRAC a pressionar muito nos minutos iniciais e o Vlachodimos a fazer uma defesa magistral a um cabeceamento do Taremi. No entanto, respondemos praticamente a seguir com um raide do Rafa pela direita, que infelizmente terminou com um remate com pouca força, para defesa fácil do Diogo Costa. O jogo estava muito disputado e começámos a acumular amarelos, mas, frise-se, todos eles bem mostrados pelo Sr. João Pinheiro. Do outro lado, o Eustáquio fez duas faltas em três minutos sobre o Bah e viu um duplo amarelo. O Sr. João Pinheiro esteve mal nesta decisão, dado que o segundo lance é claramente para vermelho directo! Ainda 11 para 11, o Rafa tinha feito um cabeceamento sozinho para as mãos do guarda-redes e, depois de estarmos em vantagem numérica, a nossa superioridade consolidou-se. Tivemos uma enorme dupla ocasião com uma brilhante jogada pelo Aursnes na esquerda a atirar ao poste, tendo o ressalto ido parar à cabeça do Rafa que atirou... à barra! Inacreditavelmente, a bola não entrou! Até ao intervalo, assistimos a momentos CRAC vintage, com os jogadores deles a tentarem desesperadamente sacar um segundo amarelo aos nossos que estavam em risco, nomeadamente ao Bah. Se eu fosse ao Roger Schmidt, tê-lo-ia tirado logo à primeira falta, mas quem é dotado de cérebro não pode deixar de considerar que nenhuma das faltas que ele fez justificaria um segundo amarelo. No entanto, como o CRAC não está nada habituado a isso, é natural que tenha havido muita pressão sobre o Sr. João Pinheiro.
 
Ao intervalo, o Roger Schmidt esteve muitíssimo bem ao tirar três dos quatro amarelados de uma assentada: saíram o Bah, João Mário e Enzo Fernández (este que, para além do cartão, terá feito a pior exibição ao serviço do Benfica) e entraram o Gilberto, David Neres e Draxler. Só o Aursnes ficou em campo e acho que nem fez nenhuma falta no segundo tempo. Estas substituições ainda acentuaram mais o nosso domínio, com o Neres na direita a dar cabo da cabeça aos adversários. Do outro lado, praticamente só nas bolas paradas o CRAC conseguia acercar-se da nossa área, embora tivesse o mérito de fazer pressão logo na nossa saída de bola. Confesso que, durante muitos momentos, achei que deveríamos ser mais incisivos e rápidos a procurar desequilíbrios na defesa contrária, mas mesmo assim tivemos outra boa oportunidade pelo Rafa com um remate de trivela com a bola a desviar num defesa, quando ia com boa direcção. Entretanto, o Draxler lesionou-se e entrou o Musa para o seu lugar, provando que o Roger Schmidt queria mesmo ganhar o jogo. Até que aos 72’, lá surgiu finalmente o nosso golo, num bom contra-ataque conduzido pelo David Neres na esquerda, que assistiu o Rafa, tendo este dominado à segunda vez a bola e atirado a contar. O fiscal-de-linha ainda levantou a bandeirola por alegado fora-de-jogo do Neres, mas este estava mais de meio metro em jogo(!) e o golo contou mesmo, validado pelo VAR. Pouco depois, foi o Musa em boa posição a atirar por cima, enquanto do outro lado uma cabeçada do entretanto entrado Toni Martinez foi bem encaixada pelo Vlachodimos. Já nos descontos, uma jogada do David Neres fez com que o David Carmo fizesse um corte na direcção da baliza, tendo o Diogo Costa desviado a bola numa posição muito duvidosa. Não se percebe como não há tecnologia da linha de golo em Portugal e possivelmente tivemos aqui uma reedição do famoso lance do Baía com o Petit... No último lance da partida, ainda permitimos um remate do Gabriel Veron, que foi bem amortecido pelo Otamendi.
 
Em termos individuais, o melhor para mim foi o Aursnes: enorme clarividência com a bola, ainda atirou uma ao poste e soube jogar com o amarelo durante a 2ª parte toda. Claro que o Rafa merece igualmente destaque, pelo golo que marcou e porque teve as nossas melhores oportunidades (aquela cabeçada ao poste deveria ter ido lá para dentro...!). O David Neres veio dar a fantasia na 2ª parte que faltou um pouco na 1ª e é bom que tenha debelado de vez as lesões, porque é um verdadeiro abre-latas. O Vlachodimos foi fundamental com aquela defesa ainda na 1ª parte. Grande exibição igualmente do Florentino, que terminou a partida sem cartões. Mas, em geral, toda a equipa esteve em bom plano.
 
Foi um triunfo muito importante, embora o nosso jogo não me tenha enchido as medidas. Acho que poderíamos ter criado mais situações de perigo na 2ª parte, acelerando um pouco mais o jogo. Por outro lado, não conseguimos igualar a agressividade do outro lado. Eles jogam contra nós sempre com a faca nos dentese nós ainda não arranjámos uma maneira consistente de fazer frente a isso. Não sei se teríamos ganho 11 para 11, mas quem joga daquela maneira, com arbitragens decentes, é normal que não termine o jogo com a equipa completa. Se se podem queixar de alguma coisa, é da falta de hábito de precisamente terem arbitragens que não os favoreçam escandalosamente contra nós.
 
P.S. – É pena que o CRAC seja, de facto, o clube execrável que é, dado que até fez um bom jogo: condicionou muito bem a nossa estratégia durante grande parte dele, ao fazer pressão logo na nossa saída de bola, mas depois não consegue pura e simplesmente ter elevação e fair-play. Nunca soube ganhar e evidentemente não sabe perder. Como foi a primeira vez na vida que houve uma arbitragem completamente isenta em Mordor, eles não estão nada habituados a isso e protestaram muito o facto de não ter havido ninguém expulso da nossa parte. Lá está, há sempre uma primeira vez para tudo. Até para nós terminarmos um jogo em superioridade numérica na casa deles.

3 comentários:

L. disse...

O costume. O taremi a puxar o Schmidt pelo pescoço, o Conceição a tentar rasteiras o adjunto... Tudo a ver se reagiamos e se criava uma batalha campal.

Anónimo disse...

O padre Pinheiro mais conhecido pelo Mostovoi de Viatodos que toda gente sabe que é benfiquista dos 4 costados, expulsou o Eustáquio mas nao quis expulsar o Bah após duas faltas seguidas para segundo amarelo.
A gente já sabe que o Benfica tem que ser campeão este ano custe o que custar, por isso os padres inclinam o campo quando o SLB precisa, como foi com o Guimaraes que o Padre Costa e o var não quiseram marcar o penalty nitido sobre o André André.
Este Benfica nao convence ninguém, sem colinho são zero.

S.L.B. disse...

Tem toda a razão, Anónimo! Escusa até de esconder a sua identidade, que o que diz é bem verdade e merece ser felicitado por isso...! Infelizmente, nós nunca conseguimos ganhar com a lisura de processos, a limpidez, a decência, o fair-play e arbitragens absolutamente acima de qualquer suspeita como o CRAC tem ganho nos últimos 37 anos. Toda a gente sabe que, quando o Benfica é campeão, só o é devido às arbitragens escandalosamente favoráveis.

Mas tenha esperança que o Benfica ainda está muito longe de ser campeão este ano. Faltam muitos jogos e é só as arbitragens passarem a ser imparciais que nós ainda vamos lutar para não descer de divisão... Tenha calma!