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segunda-feira, outubro 03, 2022

Escorregadela

Alguma vez teria de ser e foi neste sábado: empatámos 0-0 em Guimarães e perdemos os primeiros pontos no campeonato. Num jogo que já se sabia de antemão que iria ser complicado, não tivemos arte nem engenho para criar perigo para os vimaranenses e o resultado acaba por ser justo.
 
Com o Florentino de volta ao onze, a 1ª parte foi do mais fraco que se tem visto nesta temporada. Perdemos inúmeros duelos com os adversários, que eram sempre mais rápidos e incisivos na disputa dos lances. O V. Guimarães não conseguiu criar grandes oportunidades de golo, mas é sintomático que o nosso primeiro remate tenha acontecido perto do intervalo...! Na melhor (semi-)oportunidade que tivemos, o Rafa tentou passar por um defesa e o Bruno Varela, em vez de ter atirado à baliza e o lance perdeu-se.
 
A 2ª parte foi diferente, connosco a equilibrar as coisas. No entanto, revelámos sempre inúmeras dificuldades em chegar à área contrária, por causa de alguma lentidão no processo atacante. Uma cabeçada falhada do Rafa e outra ao lado do António Silva num canto terão sido das poucas vezes em que estivemos perto do golo, e, já em cima do final da compensação, o Draxler teve um remate de pé esquerdo muito por cima, depois de uma assistência de cabeça do John Brooks. Do outro lado, o V. Guimarães não esteve tanto tempo no nosso meio-campo como nos primeiros 45 minutos, mas reclamou dois penalties, um (bem) revertido pelo VAR e outro do Florentino sobre o André André, que foi um pouco duvidoso. Perante um jogo tão complicado e com muitos jogadores em sub-rendimento, não percebi a demora do Roger Schmidt em fazer substituições (só começou a fazê-las aos 70’...), nem a entrada do John Brooks para ponta-de-lança nos minutos finais.... Se era para isto, dever-se-ia ter convocado o Rodrigo Pinho. Até porque o americano fez algumas faltas nas disputas de bola, porque ela era bombeada muito cá detrás e ele não tem a rapidez suficiente para se fazer a ela. Só no último lance é que fizemos um cruzamento decente para ele, que ia dando golo do Draxler. Ou seja, está claro que não sabemos jogar para chuveirinho.
 
Em termos individuais, não houve ninguém que se destacasse por aí além. Pela negativa, ao invés, há bastantes candidatos, nomeadamente, o David Neres e João Mário, sempre muito lentos e com pouca dinâmica, e o Bah na direita, que eu, sinceramente, acho bastante pior do que o Gilberto neste momento (então para estes jogos que exigem bastante em termos físicos e de entrega, nem se fala...). Se o Gonçalo Ramos também passou muito ao lado do jogo, o Musa que o substituiu nem chegou a entrar nele. O Rafa pareceu um pouco perdido em algumas partes do encontro e o Enzo Fernández também esteve longe do que mostra habitualmente. A 1ª parte do Florentino foi de fugir, mas melhorou bastante na 2ª.
 
Com as vitórias do CRAC (4-1 em casa frente ao Braga) e da lagartada (3-1 em casa frente ao Gil Vicente), temos agora, respectivamente, três e nove pontos de distância perante eles. No entanto, antes de recebermos o Rio Ave no fim-de-semana, regressa a Champions e logo com a recepção ao PSG. Independentemente do que aconteça nesta partida, é bom lembrar que o foco principal tem de ser o campeonato.

1 comentário:

joão carlos disse...

Já sabíamos que não podíamos vencer sempre, já sabíamos que algum dia íamos ter um resultado destes agora o que nunca pode acontecer num jogo destes é não termos nenhuma oportunidade em todo o jogo é inadmissível e pior do que não ter jogado nada ofensivamente foi não termos tido a mesma atitude empenho que tínhamos demonstrado em outros jogos e isso fez toda a diferença.
Não é de agora é desde o início da época o treinador muda sempre tarde isto para além de jogar sempre com os mesmo que é muito giro, mas depois quando os habituais estão em dia não ou a coisa não funciona depois quem entra não tem ritmo, forma, dinâmica para alterar o quer que seja como foi o caso.
Por muito que alguns tentem pintar a coisa de maneira diferente em algumas posições não existem alternativas de qualidade e isto não é uma opinião dos adeptos é uma opinião do treinador que só conta com um lote muito reduzido de jogadores e a entrada de um defesa central para ponta de lança no desespero é só um sintoma da falta de alternativas, ainda que não deixe de ser uma opção parva sem sentido e que dificilmente resulta ou resultara.