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terça-feira, abril 26, 2022

Miséria

Empatámos no passado sábado na Luz frente ao Famalicão (0-0) e, em 16 jogos para o campeonato, perdemos a incrível soma de 15 pontos em casa! Tivéssemos ganho todos os jogos na Luz e estaríamos na frente do campeonato. Um autêntico pesadelo!
 
Depois de uma semana que nos elevou um pouco o espírito, o Benfica pareceu aqueles fanfarrões sobranceiros que acham que não vale muito a pena esforçar-se quando as coisas parecem no papo. Ou isso, ou o Nélson Veríssimo só sabe meter-nos a jogar como equipa pequena. O que é, convenhamos, o mais provável, dado que a exibição foi simplesmente miserável. Perante uma equipa que se fechou completamente na defesa (como nós em Anfield e no WC), nunca tivemos engenho nem arte para a conseguir superar. O encontro foi-se arrastando penosamente até final, num autêntico teste à paciência dos benfiquistas. Com o Rafa ainda magoado e o Everton castigado por amarelos, o nosso treinador resolveu apostar no Gil Dias para numa das alas, mantendo o Diogo Gonçalves no onze. No meio-campo, surgiu o Paulo Bernardo no lugar do Taarabt. E o que se pode dizer que nenhum habitual substituto aproveitou a benesse de entrar em campo. Foi já depois de metade deste primeiro tempo que conseguimos uma(!) oportunidade de golo, mas a cabeçada do Gonçalo Ramos saiu por cima e não foi possível aproveitar uma saída em falso do guarda-redes. Em cima do intervalo, foi o Diogo Goncalves a proporcionar ao guardião contrário uma defesa por instinto, com o Gonçalo Ramos a não conseguir dominar a bola na recarga.
 
A 2ª parte não trouxe alterações substanciais, embora tenhamos demonstrado uma ligeira melhoria na vontade de disputar a bola. O Nélson Veríssimo começou a mexer na equipa (e mal, como vem sendo hábito!), mas só em três lances estivemos perto do golo: um remate de recarga do entretanto entrado Radonijc, que deveria ter saído melhor, uma jogada do Gil Dias que acabou com um remate para defesa do guarda-redes e um pontapé de bicicleta do Paulo Bernardo que o Luiz Júnior também conseguiu rechaçar. De uma forma algo atabalhoada, íamos pressionando o adversário, mas sem sucesso. Do outro lado, conseguir alvejar a baliza contrária também nunca foi o forte dos famalicenses.
 
Com uma exibição tão pobre, é injusto destacar alguém, dado que a equipa esteve genericamente amorfa. Sem vontade, nem compromisso com o clube e os adeptos, não se consegue nada. Os jogadores têm de perceber em que clube é que estão e no qual nunca se pode virar a cara à luta. Seja qual seja a competição que estão a disputar! Temos a nossa posição definida na classificação, dado que a lagartada ganhou 3-0 no Bessa e tem agora oito pontos de vantagem sobre nós. E ganhámos um ponto ao CRAC, que finalmente(!) perdeu (0-1 em Braga), estando agora 14 pontos atrás deles. No entanto, perspectiva-se aqui uma hipótese que temos de evitar a todo o custo, que é o CRAC sagrar-se campeão no Luz. Por duas vezes nos últimos tempos, tivemos nós a oportunidade de fazer o inverso e por duas vezes falhámos. É o grande objectivo até final da época e os jogadores que estejam conscientes de que ganhar este jogo é imperativo. Mas só corresponde aos serviços mínimos e nunca salvará a época.

P.S. – O que compensou nos últimos dias foi que ganhámos por fim a Youth League, com uma goleada de 6-0 ao Salzburgo. Que bela maneira de celebrar o 25 de Abril! Depois de três derrotas em finais, somos finalmente campeões europeus de juniores! Agora é só ter um pouco de paciência e aproveitar aqueles jogadores, porque há alguns que prometem bastante e seria muito triste que nós não lhes déssemos espaço para evoluírem.

1 comentário:

joão carlos disse...

De facto é absolutamente inacreditável a nossa prestação em casa e se este treinador tem muita responsabilidade nesse facto a verdade é que isto é uma coisa que já vem do anterior treinador, em que por exemplo são dele duas das três derrotas que temos em casa, e tem muito a ver com a maneira como o plantel foi montado para jogar no contra ataque e não em ataque continuado.
Mesmo as pessoas não tendo gostado das primeiras substituições a verdade é que elas melhoraram muito a equipa já que foi no período entre as primeiras e as segundas substituições que criamos mais perigo, e oportunidades, do que no resto do tempo de jogo depois com as segundas a equipa voltou a piorar e continuamos sem perceber como é que jogadores que estando a fazer um jogo para esquecer, mesmo que em anteriores tenham estado bem, só são substituídos depois do minuto oitenta e isto é recorrente em todos os jogos.
O problema nunca foi dar espaço, e tempo, aos jogadores vindos da formação para crescer, isso temos sempre conseguido dar, o que não temos conseguido dar, ou porque não podemos ou porque não queremos, é tempo para depois eles retribuírem ao clube com a sua qualidade todo o tempo que tivemos com eles e apenas passar as culpas para os ingratos dos jogadores que querem sair à primeira oportunidade é muito redutor e não reflete também as nossas culpas em não ter aproveitado, em vários casos, mais tempo os jogadores.