origem

segunda-feira, fevereiro 14, 2022

Inconstância

Vencemos o Santa Clara (2-1) no sábado passado e reduzimos a distância para ambos os rivais, que tinham empatado (2-2) em Mordor no dia anterior. Estamos agora a quatro pontos da lagartada e a dez do CRAC. Como se costuma dizer, “o que fica para a história é o resultado” e, neste caso, é bom que assim seja, porque a exibição continuou a ser bastante sofrível.
 
Com o mesmo onze de Tondela, até nem entrámos mal, com uns razoáveis 20’ iniciais, altura em que tivemos duas excelentes ocasiões para marcar, mas o Darwin atirou ao lado quando estava isolado frente ao guarda-redes e o Vertonghen viu um remate seu, ligeiramente desviado por um defesa, embater no poste. No entanto, precisamente aos 20’, o Santa Clara inaugurou o marcador pelo Mohebi num lance bem validado pelo VAR, que corrigiu o fora-de-jogo mal assinalado. E pronto, ficou tudo estragado até ao intervalo: caímos a pique a nível exibicional, continuámos sem acertar uma única(!) bola na baliza (o guarda-redes Marco Rocha chegou ao intervalo com zero defesas!), e até foram os açorianos a ter as melhores oportunidades, numa cabeçada ao lado completamente à vontade num canto, e noutro remate defendido com segurança pelo Vlachodimos.
 
Apesar de termos deixado de jogar a seguir ao golo adversário, o Nelson Veríssimo não fez alterações ao intervalo, só tendo feito as primeiras pouco antes da hora de jogo, com o Taarabt e o Yaremchuk a entrarem para os lugares do Paulo Bernardo (jogo muito fraco) e Everton. E o marroquino deve ter feito uma lobotomia temporária, porque foi muito importante para a reviravolta da partida! Pelas minhas contas, é a segunda vez em quatro temporadas (média de respeito...!) que faz pender a balança a nosso favor num jogo (a outra foi já este ano em Famalicão). Uma excelente abertura na direita para o Rafa resultou numa iniciativa deste, que terminou com um penalty tão desnecessário quanto evidente cometido pelo central Villanueva. O Darwin não tremeu e restabeleceu a igualdade aos 60’. Dois minutos depois, a reviravolta consumou-se novamente com a participação do Taarabt que, com um passe de primeira, desmarcou outra vez o Rafa na direita, este flectiu para o centro e a bola sobrou já na área para o Yaremchuk, que cruzou para o Darwin atirar para a baliza deserta (teve alguma sorte, porque a bola ainda bateu na barra e entrou perto da malha lateral...). Em vantagem no marcador, baixámos o ritmo, mas o Gonçalo Ramos deveria ter acabado com o jogo a cerca de 20’ do fim, quando rematou para defesa do guarda-redes, num lance em que deveria ter feito melhor, porque estava praticamente sozinho. Até final, não permitimos muitos veleidades ao Santa Clara e um remate de longe do Lazaro foi bem defendido pelo guarda-redes.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Darwin pelos dois golos. Tem neste momento 18 e é o melhor marcador do campeonato, o único troféu a que podemos estar ligados esta época... Como acontece com uma regularidade semelhante à passagem do cometa Halley pela Terra, menção para o Taarabt que foi igualmente decisivo para a vitória. (Vamos deixar de lado o facto de, depois daqueles dois passes a rasgar, ter retomado o seu nível habitual de jogar para o lado e para trás o resto do tempo...). O Rafa, apesar de não ter deslumbrado, acabou por estar ligado aos dois golos e isso merece sempre realce. O Yaremchuk também entrou bem, a dar mais poderio à frente de ataque e ao ter permitido que o Darwin não ficasse tão preso entre os centrais. Quanto aos menos, o Paulo Bernardo passou muito ao lado do jogo (quando chegou, era dos poucos a dar fluidez ao jogar para a frente, agora aparentemente já está mais entrosado com a equipa e deixou-se disso...) e o Gonçalo Ramos falhou o golo da tranquilidade, o que é um ponto a desfavor para a titularidade nos próximos encontros. O Lazaro é um erro de casting e o lugar tem de voltar rapidamente ao Gilberto, cuja agressividade e rotação não tem rival neste momento na lateral direita.
 
Reduzimos a diferença para os outros dois, mas este jogo não deixou ninguém descansado. Acusámos imenso o golo sofrido, o que com uma equipa de um nível superior nos teria certamente custado a vitória. Iremos agora ao Bessa antes da recepção ao Ajax. Se mantivermos o nível deste jogo, teme-se o pior...

3 comentários:

joão carlos disse...

Mais uma vez acusamos, e muito, qualquer contrariedade e a equipa fica completamente perdida e isto é uma coisa que já vem da época anterior, talvez até antes disso, mas que agora se tem agravado com a falta de confiança que praticamente estão todos os jogadores.
Outra coisa que já vem do anterior treinador é a forma patética como a equipa defende nas bolas paradas defensivas é absolutamente assustador como permitimos perigo mesmo que o adversário tenha escassas tentativas já no oposto a quantidade de bolas paradas ofensivas que temos, principalmente cantos, e que resultam todas em absolutamente nada, nem sequer perigo criamos, é uma anedota.
Neste tipo de jogos contra equipas que se fecham com muitos e muito atrás continuo a achar que temos de jogar sempre com um ponta de lança com características mais fixas que deste modo permita atrapalhar os defesas centrais e de outro modo libertar os restantes avançados, e nos casos em que não optamos por essa via as coisas ficam ainda mais complicadas.

Anónimo disse...

Moço tu fumas crack? Estás sempre a falar no crack é porque gostas muito.
Eu prefiro a Paixão, estar apaixonado é muito melhor que crack.

S.L.B. disse...

Anónimo: aconselho uma re-inscrição nas aulas da primária, nomeadamente na disciplina de Português e, em especial, na secção da ortografia. De nada!