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segunda-feira, outubro 25, 2021

Milagre

Um golo do Rafa no último lance do jogo deu-nos uma vitória tremendamente difícil em Vizela por 1-0 e permitiu-nos manter o 1º lugar isolado do campeonato, com um ponto de vantagem sobre os rivais que também venceram (a lagartada 1-0 em casa frente ao Moreirense e o CRAC 3-1 em Tondela). Se, na derrota frente ao Portimonense, o guarda-redes contrário foi dos melhores em campo, o triunfo de ontem acabou por ser lisonjeiro para nós, dado que o Vizela conseguiu equilibrar a partida e até a estava a terminá-la mais em cima de nós do que o contrário.
 
Quatro dias depois da goleada sofrida na Champions, o Jesus apostou na mesma equipa, exceptuando naturalmente a troca do lesionado André Almeida pelo Diogo Gonçalves. Até começámos com alguma dinâmica, mas sempre um pouco atabalhoados na altura de rematar à baliza, razão pela qual só à meia-hora fizemos o primeiro remate, e com bastante perigo, num tiraço do Diogo Gonçalves que o guarda-redes Charles defendeu. Do outro lado, uma asneira do Vlachodimos num pontapé para a frente, que demorou bastante tempo e foi interceptado por um avançado, poderia ter dado péssimos resultados, mas o mesmo Vlachodimos resolveu. Uma cabeçada ao lado do Yaremchuk foi o outro lance em que conseguimos rematar à baliza, muito pouco para 45’ de futebol. O Vizela não se limitava a defender, mas também não criou muitas situações em que nos víssemos em risco de sofrer um golo.
 
Na 2ª parte, melhorámos consideravelmente a nossa atitude (também pior era difícil...), mas continuámos a ter grandes dificuldades para criar lances de perigo: um centro atrasado do Diogo Gonçalves foi interceptado pelo Charles, uma cabeçada do Darwin saiu à figura e um remate do Grimaldo em excelente posição foi parar às nuvens. O Vizela também ficou mais atrevido e conseguiu ludibriar a nossa defesa um par de vezes, chegando a isolar um jogador, mas com o Lucas Veríssimo a recuperar e a cortar o remate. O Jesus tirou os laterais e o Yaremchuk aos 70’, lançando o Radonjic, Everton e Gonçalo Ramos, mas não houve assim grandes alterações, embora o sérvio no seu jeito fução tenha conseguido criar um ou outro desequilíbrio. Chegámos a colocar a bola na baliza pelo Rafa, mas infelizmente em fora-de-jogo na altura do remate do Radonjic. O Jesus arriscou tudo a seis minutos do fim com o Pizzi e Taarabt em vez do Darwin e João Mário, e o forcing final acabou por dar frutos. Ambos tiveram a sua chance, mas os remates saíram com muito pouca força, e o marroquino assistiu o Radonjic, todavia o Charles defendeu (de qualquer maneira, acho que a bola iria para fora). O Vizela também tentou ganhar o jogo e, por três vezes, criou bastante perigo, com o Vlachodimos a segurar bem um dos remates. Aos 98’, uma escorregadela do Samu, um dos melhores jogadores dos vizelenses, permitiu ao Radonjic ganhar a bola, abrir para o Pizzi na direita e este centrar de primeira para o Rafa entrar de rompante no centro da área. Bela assistência e belo golo num triunfo que acabou por nos cair do céu.
 
Em termos individuais, o Weigl foi o melhor do Benfica e o único que esteve a um nível alto. Muitos dos problemas em criar perigo passaram pela exibição discreta do João Mário, pelo futebol muito trapalhão do Darwin e pelo pouco espaço que o Rafa teve. O Grimaldo foi outro que esteve longe do nível habitual e a generalidade da equipa pareceu pouco fresca fisicamente. O Radonjic agitou um pouco as águas, o que neste tipo de encontros pode ser útil.
 
Já se sabe que os jogos pós-Champions são sempre muito complicados, mas nós também não facilitámos a nossa própria vida. É fácil falar no final (e eu sei que a experiência na Trofa correu muito mal), mas não sei se o Jesus não deveria repetir a fórmula de Agosto nas pré-eliminatórias e rodar mais um ou outro jogador. Para que o titular entrasse se fosse necessário e não o habitual suplente. Correu bem ontem, mas foi por pouco. Essa rotação certamente será feita quando defrontarmos o V. Guimarães para a Taça da Liga na 4ª feira, mas a equipa começa a dar mostrar de algum desgaste e aproxima-se um ciclo infernal de jogo consecutivos, ainda por cima todos fora de casa.

2 comentários:

Pedro disse...

Weigl o melhor do Benfica???? Só não vê quem não quer: http://pluribusunum7.blogspot.com/2021/10/o-que-todos-vemos-mas-o-que-maior-parte.html

joão carlos disse...

Desde que passaram a jogar sempre os mesmos, e não é preciso mudar a equipa toda apenas dois ou três jogadores de jogo para jogo, o rendimento da equipa passou a cair a pique por este caminho a meio da época e temos os jogadores completamente nas lonas e se já sabíamos que o treinador não aprende com os erros agora pelos vistos nem com aquilo que ocasionalmente faz bem aprende.
O nosso ataque tem sido uma nulidade completa isto porque no ataque só temos jogado, e as alterativas poucos são diferentes disto, jogadores para o ataque à profundidade basicamente é isso, correrias acelerações e jogadas individuais se por acaso o adversário se fecha muito e não permite o ataque à profundidade ou os nossos jogadores não a conseguem aproveitar somos uma completa nulidade porque simplesmente não temos plano alternativo e isso fica espelhado nos últimos jogos em que só por duas vezes conseguimos finalizar com sucesso.
Sinceramente as substituições neste jogo mais pareceram despejar jogadores para dentro do campo para ver o que dava do que uma ideia definida nas substituições desta vez despejamos extremos e médios ofensivos em barda sempre foi diferente das anteriores opções dele de despejar pontas de lança, a verdade é que também não os tinha no banco, para dentro do campo para se andarem a acotovelar uns aos outros mas em termos de produção de jogadas de perigo a diferença foi nenhuma.