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quarta-feira, maio 12, 2021

Tardio

Vencemos na Choupana por 3-1 e ainda não entregámos oficialmente o 2º lugar ao CRAC (goleou anteontem o Farense em casa por 5-1). Depois de uma 1ª parte absolutamente hedionda, melhorámos na 2ª, mas só conseguimos a reviravolta nos últimos dez minutos de jogo. Perante uma equipa que, depois do que nos fez na 1ª volta, espero que desça de divisão e nunca mais suba, esperava-se uma entrada esmagadora da nossa parte, precisamente para fazê-los pagar bem caro o que aconteceu, mas infelizmente não foi nada disso que se viu.
 
Com o Diogo Gonçalves castigado e o Rafa lesionado, o Jesus surpreendeu ao fazer ainda mais quatro alterações nos titulares e voltar ao 4-4-2: entraram o Gilberto, Nuno Tavares, Pedrinho, Waldschmidt, Chiquinho e Cervi. Entrámos praticamente a perder, com o 0-1 aos 8’ através de um canto, em que o Seferovic acabou por fazer uma assistência de cabeça para um adversário, que atirou ao poste, tendo a bola no ressalto sobrado para o Pedrão que só teve de empurrar. Os madeirenses precisavam absolutamente da vitória para ainda terem esperança na manutenção e o avançado Riascos deu sempre muito trabalho à nossa defesa, em especial ao Gilberto. Do nosso lado, foi o Seferovic mais uma vez a salientar-se pela negativa, ao falhar inacreditavelmente o remate, quando só tinha o guarda-redes pela frente, depois de um cruzamento do Cervi na esquerda. Na jogada seguinte, atirou de cabeça por cima, depois de um centro do Nuno Tavares, quando estava em posição de fazer bem melhor. Até ao intervalo, devemos ao Helton Leite não ficarmos com uma desvantagem de dois golos, porque defendeu um remate do Éber Bessa, que se isolou depois de passar pelos nossos dois centrais que pareciam dois iniciados.
 
Na 2ª parte, muita coisa tinha de mudar e assim aconteceu. Com o Pedrinho e o Waldschmidt completamente fora dela, só o brasileiro é que saiu, juntamente com os do costume, Chiquinho e Cervi, que são sempre dos primeiros sacrificados, quer joguem bem ou mal. Não estavam a fazer exibições deslumbrantes, mas especialmente o português estava bem longe de ser dos piores. O que valeu foi que foi substituído pelo Pizzi, que encheu o campo (só que não...). Por outro lado, o Jesus resolveu manter o Nuno Tavares e fazer entrar o Grimaldo, jogando com dois laterais-esquerdos. Não percebi, mas também há muitas outras coisas que não percebo... Enfim, o Everton, que estava numa boa sequência e ficou incompreensivelmente no banco, foi dos que entrou melhor e a equipa subiu de rendimento. Mesmo assim, pouco depois do recomeço e num livre para a nossa área, o Helton Leite teve de se aplicar a fundo para salvar um autogolo do Otamendi. A partir daqui, o Nacional desapareceu e nós marcámos um golo aos 50’ num remate de fora da área do Nuno Tavares, que ainda ressaltou num adversário, mas o Sr. Rui Gomes Costa, por indicação do VAR André Narciso, anulou-o, considerando que houve uma falta do Lucas Veríssimo no início da jogada no nosso meio-campo defensivo, 17 segundos antes de a bola entrar na baliza e depois de quatro jogadores participarem na jogada! Dezassete segundos e cerca de 60 m de distância, e anula-se um golo por causa disto! Bem esteve o Jesus no final a criticar este atentado ao futebol! Odeio o VAR, ODEIO-O! Acaba COMPLETAMENTE com a emoção do jogo, nunca sabemos se um golo pode ser comemorado à vontade ou se há uma faltinha de m****, meio minuto e do outro lado do campo antes, que obviamente teve uma enorme influência no facto de a bola ter entrado na baliza...! Aos 65’, entrou finalmente o Darwin para o lugar do Gilberto e o jogo pendeu definitivamente para o nosso lado. Cinco minutos depois, já o VAR André Narciso não quis ver um jogador do Nacional esticar os braços e tocar na bola em plena área (André Narciso no VAR, lembram-se...?). O CRAC está com 16 penalties(!) em 32 jornadas, a lagartada com nove e nós com... UM! Confere! A cerca de 15’ do fim, o Gonçalo Ramos substituiu o inoperante Waldschmidt e nós igualámos finamente aos 77’, numa boa jogada do Everton pela esquerda que assistiu de bandeja o Seferovic, cujo remate, já sem o guarda-redes na baliza(!), ia para fora não fosse o facto de ter tocado no Pedrão e ressaltado lá para dentro! Inacreditável! O Nacional tentou reagir, porque o empate não lhe interessava, mas aos 81’ consumámos a reviravolta, numa perda de bola infantil dos madeirenses de que resultou um ataque rápido da nossa parte, conduzido pelo Darwin na esquerda, que assistiu o Gonçalo Ramos na área para este de primeira não perdoar. Era “só encostar”, tal como o Seferovic no primeiro golo, e no entanto...! O jogo ficou partido e nós acabámos com as dúvidas em novo ataque rápido aos 86’, novamente pelo Darwin na esquerda, que podia mas não tentou o remate e preferiu colocar no meio, onde o Gonçalo Ramos foi mais rápido do que o Pizzi e bisou, apesar de a bola ainda ter sido tocada por um defesa e pelo guarda-redes antes de entrar na baliza! Até final, o Pizzi ainda poderia ter feito o quarto golo, mas viu o seu remate ser interceptado.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Gonçalo Ramos pelos dois golos. O Jesus bem pode dizer que ele está a crescer e tudo o mais, não estou a dizer que ele devesse ter sido mais vezes titular, mas o que não se percebe é porque é que era sistematicamente substituído nos jogos das taças, mesmo quando estes já estavam resolvidos a nosso favor... Será que se tivesse jogado esses 90’ todos o crescimento não teria sido mais rápido...? O Darwin também entrou bem e ajudou a dinamitar a defensiva contrária, assim como o Everton. O Helton Leite foi fundamental na vitória ao fazer duas defesas que impediram o 0-2. Quase todos os outros estiveram num plano muito medíocre, em especial o Pedrinho e Waldschmidt e com o Seferovic a ficar a dever-se mais dois golos. Se não conquistar o título de melhor marcador só pode culpar-se a si próprio.
 
Neste sábado, iremos receber a lagartada e teremos uma missão fundamental: impedi-los de acabarem o campeonato sem derrotas. Obviamente que não nos salvará a época (isso aconteceria se fosse ao contrário), mas não espero menos que um assomo de dignidade por parte dos nossos jogadores, depois desta temporada miserável, ao não os deixar fazer algo que nunca aconteceu connosco no meu tempo de vida.
 
P.S. – Este blog já tem 17 anos e as seguintes palavras vão ser escritas pela primeira vez: a lagartada é campeã nacional de futebol. Igualaram o magnífico recorde do CRAC de ficarem 19 anos sem ganhar o campeonato e espero que, ao menos, este título sirva para a Federação Portuguesa de Futebol acabar com esta idiótica reescrita da história da parte deles, de considerarem que têm 23 títulos, quando obviamente acabaram de conquistar apenas o 19º. Algo que nós fizemos há... 49 anos. É bom que eles comemorem bem, porque todos temos consciência de que, com público e com aquela eliminação da Liga Europa pelo poderoso LASK em casa (1-4), teriam tido uma pressão tal, que é muito improvável que as coisas tivessem corrido bem nas primeiras jornadas. De qualquer maneira, tiveram muito mérito na conquista, em especial o Rúben Amorim. E, longe de mim, não dar os parabéns a um grande benfiquista.

1 comentário:

joão carlos disse...

Tirar dois dos jogadores que estavam a ser dos menos maus em campo deixando vários outros em campo que estavam a ter exibições absolutamente inarráveis, uns apesar da sua qualidade e outros porque qualquer exibição sua é inarrável, é mais uma das excelentes decisões deste treinador alias só demonstra os preconceitos que ele tem com determinados jogadores já outros, desde que escolhidos por ele, jogam sempre mesmo que não demonstrem qualidade.
O treinador pode dizer o que quiser sobre o miúdo que não muda o que sabemos do treinador ele não sabe ver qualidade onde ela existe, ou não a quer ver por teimosia o que é pior, a conversa agora é que ele vai ser um grande ponta de lança só que ele ainda não o é, nem vai ser nos próximos dois três anos, e por isso ainda não tem capacidade para ali jogar entretanto estamos a perder as qualidades onde ele agora é bom, segundo avançado, e que deveria ser a alternativa ao titular quando este não joga, ou a titular, mas sobretudo a entrar nos jogos, mas não tem jogado nessa posição todo a gente com varias oportunidades sem demonstrarem nas varias vezes um décimo da qualidade dele.
Mais uma vez é absolutamente incrível a forma como o ponta de lança titular falha lances clamorosos e ou falha a bola ou quando acerta nela consegue fazer o mais difícil que é acertar na baliza, alguém que explique ao homem que aqueles ferros ali não servem apenas de ornamento, mas criminosa foi a decisão, que só por si daria direito a despedimento por justa causa a quem a tomou, de emprestar o nosso melhor ponta de lança e ficar com este como titular.