origem

segunda-feira, janeiro 18, 2021

Desperdício

Empatámos em Mordor (1-1) na passada 6ª feira, mas, como o Rio Ave também empatou pelo mesmo resultado no WC, ficou tudo igual na frente do campeonato. Para as expectativas que tinha, tanto o resultado, como principalmente a exibição, foram bastante melhores do que eu esperava.
 
O Jesus inovou, como costumava acontecer cada vez que ia a Mordor, mas desta feita correu bem: o Grimaldo avançou no terreno e o Nuno Tavares entrou para a lateral esquerda, e o Seferovic fez companhia ao Darwin, tendo o Everton e o Waldschmidt ficado no banco. O jogo começou dividido, mas a primeira oportunidade foi nossa numa jogada do Darwin pela esquerda, com o Seferovic a rematar de primeira ao lado. Aos 17’ inaugurámos o marcador, num centro largo do Nuno Tavares na esquerda, excelente assistência de primeira do Seferovic para o Grimaldo para este, com um pequeno toque à saída do Marchesín, passar a bola por cima dele. O CRAC respondeu aos 25’ com a igualdade, num lance em que o Gilberto poderia ter feito mais perante o Corona na esquerda, este assistiu o Taremi cujo remate ia para fora(!), se não tivesse ressaltado no Marega e entrado no canto inferior direito da baliza do Vlachodimos. A vaca do costume para quem não a merece. (E depois querem que uma pessoa acredite em divindades...!) Pouco minutos volvidos, tivemos uma enorme oportunidade, com o Darwin a atirar rasteiro ao poste depois de um centro do Pizzi na direita e a falhar igualmente o ressalto de pé esquerdo. Até ao intervalo, ainda poderia ter havido mais golos, dado que o Luis Díaz rematou em arco ao lado e o Darwin permitiu a defesa com o ombro pelo Marchesín, depois de uma boa arrancada do Rafa da direita para o centro e assistência do Grimaldo para o uruguaio.
 
A 2ª parte foi praticamente uma réplica da 1ª, com as duas equipas a tentarem ganhar. Pouco depois do reinício, houve um lance na área entre o Mbemba e o Darwin que, se fosse na nossa, seria certamente penalty. Mas obviamente que não seria neste jogo que este linda corrente de ainda não termos tido um penalty a nosso favor para o campeonato seria quebrada... À passagem da hora de jogo, o Rafa teve uma excelente chance para marcar, mas o guarda-redes contrário fez bem a mancha. Dez minutos depois, foi uma cabeçada do Marega numa bola parada a colocar o Vlachodimos à prova. A cerca de 15’, o Taremi fez um carrinho ao tornozelo do Otamendi e o Sr. Luís Godinho, depois de alertado pelo VAR, trocou o amarelo pelo óbvio vermelho. Mesmo a jogar com dez, o CRAC ainda criou perigo novamente pelo Marega com mais uma boa defesa do Vlachodimos. Até final, e depois de o Jesus ter finalmente arriscado um pouco nas substituições, o Vertonghen e o Gilberto de cabeça, e o entretanto entrado Everton num remate ainda assustaram o CRAC, mas o resultado não se alterou mais.
 
Em termos individuais, o Weigl foi o melhor em campo. Aliás, eu já tinha achado imensa graça àqueles que diziam que o alemão não servia, porque não era intenso, não defendia bem, etc. e tal. É só notar na fluidez do nosso jogo com ele em campo, porque não só raramente a bola fica muito tempo nos seus pés, como ainda mais raro os passes vindos dele não chegam ao seu destino. Outros que sobressaíam foram o Rafa e o Pizzi. Ter jogadores com alguns anos de casa nestes jogos ajuda sempre, porque percebem melhor do que os outros o que está em causa. O extremo deu imensa velocidade às nossas acções atacantes e o Pizzi foi, curiosamente, bastante mais pragmático a jogar do que é costume. Mais uma vez ficou provado que, sem o Tarrabt a emperrar todo o nosso jogo no meio-campo, as coisas funcionam bastante melhor. (É só comparar este jogo com a Supertaça...) A defesa (Gilberto, Otamendi, Vertonghen e Nuno Tavares) esteve muito concentrada, Vlachodimos incluído, e conseguiu controlar bem os movimentos imprevisíveis do Marega e Corona, principalmente. O Grimaldo marcou o golo e, mesmo jogando adiantado, já se sabe que não é por ali que o ataque não funciona. O Darwin teve umas quantas acelerações e ainda atirou uma bola ao poste, e o Seferovic fica na história do jogo pela magnífica assistência para o Grimaldo. O Waldschmidt e o Everton, se calhar, deveriam ter entrado mais cedo, até porque estávamos a jogar contra dez, e o Chiquinho por mim seria o substituto natural do Pizzi.
 
Depois de quatro jogos, voltámos a não perder contra o CRAC e desperdiçámos até uma boa oportunidade para ganhar. O que saltou logo à vista nesta partida, por contraponto às quatro anteriores, foi a nossa atitude em campo. Já se sabe que eles, sempre que nos defrontam, vêm com os dentes de fora e garras afiadas, e nós conseguimos finalmente igualá-los nesse aspecto. Arrisco-me a dizer que na 6ª feira ganhámos tantos duelos individuais como nos quatro jogos anteriores em conjunto. Espero é que esta atitude seja para manter até final da época, porque, como temos um plantel superior aos demais, será meio caminho andado para as conquistas que tanto ambicionamos.

1 comentário:

joão carlos disse...

Mais uma vez ficou provado que com equipas que nos dão espaço atras da defesa jogamos bem somos perigosos e temos oportunidades assim que as equipas deixam de dar esse espaço e para mais defendendo bem e com muitos somos completamente anulados no nosso ataque e deixamos de ter oportunidades e a isso muito contribui não termos meia distância, aliás acho que até temos alguma só que não a colocamos em pratica.
Mas se o treinador esteve muito bem de inicio esteve mal depois de termos mais um jogador fazer apenas uma substituição imediatamente a termos superioridade numérica, substituição que até já deveria ter sido feita muito antes, é muito pouco e mais uma vez fazer substituições nos descontos começa a ser só parvo para mais para meter jogadores em posições que não são as suas.
O nosso grande problema foi a eficácia, mas quando os dois ponta de lança que temos nenhum deles é um finalizador nato, um nunca o será o outro ainda não o é por causa da idade, não se pode esperar mais, mas alguém achou que era uma ideia muito boa emprestar o único ponta de lança que tínhamos que era finalizador e a falta que fez, e continua a fazer, alias basta ver quem é que marcou o ano passado naquele campo.