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quarta-feira, dezembro 11, 2019

Continuidade

Vencemos o Zenit na Luz por 3-0 na última jornada da fase de grupos da Champions e conseguimos a qualificação para a Liga Europa. Era o principal objectivo do jogo e lográmo-lo obter com uma boa exibição, que veio confirmar a tendência de subida de forma desde a partida em Leipzig.

Entrámos em campo com a equipa-base destes últimos tempos, só com o Tomás Tavares no lugar do ainda lesionado André Almeida. Os russos entraram em campo no 2º lugar do grupo e não poderiam perder se quisessem manter-se nas competições europeias. Quanto a nós, tínhamos de lhes ganhar por 2-0 ou diferença de três golos, caso o Lyon não perdesse em casa com o Leipzig, porque nesse caso ‘bastaria’ a vitória. Entrámos bem na partida, o Pizzi teve um bom remate de fora da área, mas a bola saiu ligeiramente por cima e o Chiquinho, num óptimo movimento já na área, enquadrou-se com a baliza, mas o remate de pé esquerdo saiu ao lado. Os russos iam tentando responder sempre muito à base de gigantismo do Dzyuba (um óptimo jogador), mas não tiveram ocasiões muito flagrantes. Nós fomos tentando atacar, mas também algo cautelosos, porque se sofrêssemos um golo tudo estaria perdido.

Na 2ª parte, entrámos ainda com mais determinação e inaugurámos o marcador logo aos 47’ numa boa combinação atacante, com o Carlos Vinícius a segurar a bola na área e a abrir para o Pizzi na direita, que centrou para o meio onde apareceu o Cervi de rompante a encostar. Segundo jogo consecutivo do argentino a marcar um golo muito importante e sem dúvida merecido, porque tem sido dos nossos melhores jogadores. O Leipzig chegou ao intervalo a ganhar por 2-0 ao Lyon, mas nunca fiando e por isso tínhamos de continuar a tentar marcar o segundo golo para só dependermos do nosso jogo. Até porque o Lyon reduziu também pouco depois do início da 2ª parte... Esse golo que nos dava a qualificação para a Liga Europa surgiu aos 58’ num penalty evidente por mão na bola de um adversário (que, para além, disso viu o segundo amarelo) muito bem concretizado pelo Pizzi. Ainda faltava mais de meia-hora para o final e estávamos com um dilema: precisávamos de mais dois golos para termos margem de manobra, mas se sofrêssemos um antes seríamos certamente eliminados. Só que, a jogar contra dez, as coisas foram mais fáceis, porque conseguimos circular bem a bola e, de facto, fomos tentando marcar mais golos. Numa jogada entre vários jogadores, com alguns toques de primeira, o Cervi rematou para um defesa salvar perto da linha (embora num dos ângulos da televisão dê a sensação de a bola ir para fora) e o C. Vinícius teve um remate potente de pé esquerdo com a bola a ir às malhas laterais. Já depois dos 15 minutos finais, o Zenit teve a única grande ocasião para marcar, mas o Vlachodimos fez a melhor defesa do encontro. Logo a seguir, tivemos a melhor oportunidade da partida, com o C. Vinícius isolado, depois de uma escorregadela de um defesa, a não conseguiu superar a mancha do guarda-redes, num centro do Pizzi depois de um óptimo contra-ataque. Aos 79’, fizemos o 3-0 com um autogolo do Azmoun depois de um canto do mesmo Pizzi na esquerda. Na prática, este golo não mudava nada, porque só o quarto nos dava tranquilidade, mas a vida começou a correr muito mal aos russos com o empate do Lyon perante o Leipzig, porque isso fez com que tombassem do 2º para o 4º e último lugar do grupo. Logo depois do nosso golo, o Bruno Lage fez entrar o Seferovic e Samaris para os lugares do Cervi e Gabriel, mas os minutos finais foram de nervosismo, porque um golo dos russos colocar-nos-ia fora das competições europeias. Estávamos a jogar contra dez e talvez para equilibrar as coisas, o Bruno Lage resolver fazer entrar o Caio Lucas para o período de compensação. Ou isso, ou é a tal quota da CERCI futebolística brasileira que temos que cumprir...! Apesar de uma ou outra falta escusada, que fez com que a bola fosse bombeada para a nossa área, conseguimos manter o marcador a zeros e assegurar assim a continuidade nas competições europeias.

Em termos individuais, destaque para o Pizzi com participação nos três golos, para a dupla de meio-campo (Gabriel e Taarabt), a grande responsável da nossa melhoria exibicional, para o Chiquinho, imprescindível na manobra ofensiva e com a mais-valia de defender bem, e para o Vlachodimos, cuja defesa perto do final nos garantiu a qualificação. Mas no geral toda a equipa esteve muito bem.

Veremos o que nos reservará o sorteio da próxima 2ª feira, mas já agora era simpático que conseguíssemos ser cabeças-de-série. No entanto, os jogos são só em finais de Fevereiro e até lá ainda temos um 1º lugar no campeonato para cimentar. Como já neste sábado, dia em que receberemos o Famalicão, que está num surpreendente 3º lugar. Esperemos que esta nossa melhoria se confirme.

P.S. – Antes do jogo, cumpriu-se um minuto de silêncio pela morte do Rogério Pipi. E cumpriu-se mesmo! Parabéns a todo o estádio por ter finalmente percebido que um minuto de silêncio não é um minuto de palmas!

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