sexta-feira, fevereiro 15, 2019
Personalidade
Vencemos o Galatasaray na Turquia por 2-1 e estamos bem
lançados para conseguir a qualificação para os oitavos-de-final da Liga Europa.
Foi a primeira vez que vencemos em solo turco, após sete tentativas goradas, e
fizemo-lo com uma equipa recheada de não-titulares e seis jogadores vindos da
formação! Inacreditável!
Quando vi a equipa, com Corchia, Yuri Ribeiro, Florentino,
Gedson (os três primeiros a fazerem a sua estreia nas competições europeias), Salvio,
o Cervi e o já esperado Ferro (mas que está a fazer apenas o terceiro jogo na
equipa principal) a serem titulares num terreno muito complicado contra uma
equipa que foi campeã no ano passado e, portanto, veio da Liga dos Campeões,
confesso que temi o pior. A Liga Europa, por ter um intervalo menor entre os
jogos do que a Champions, obriga a
uma gestão do plantel, mas lá que o Bruno Lage estava a arriscar muito, estava.
No entanto, o que se viu em campo foi maravilhoso! Os miúdos do Seixal &
Cia controlaram muito bem o adversário, com o Florentino a ser um tampão no
meio-campo e os centrais a não darem veleidades aos avançados. De tal forma que
o Galatasaray criou muito menos situações de perigo do que seria expectável, a
maior das quais terá sido um remate do nigeriano Onyekuru, desviado pelo
Corchia. Sempre que tínhamos a bola fazíamos o que é suposto fazer num jogo de
futebol: atacar e tentar marcar na baliza contrária. E foi assim que inaugurámos
o marcador aos 27’, num penalty do Salvio a castigar braço de um defesa após
cruzamento do Yuri Ribeiro: remate muito colocado do argentino com a bola a entrar
pela malha lateral, tornando infrutífera a estirada do Muslera. Até ao intervalo,
os gregos não conseguiram criar mais perigo e, quanto a nós, pareceu-me que
ficou outro penalty por marcar por derrube ao João Félix.
A 2ª parte começou praticamente com a lesão do Salvio, que
teve que ser substituído pelo Gabriel, passando o Gedson para a direita. Gedson
esse que, aos 54’, deixou o defesa-esquerdo Nagatomo centrar à vontade para o Luyindama
bater o Yuri Ribeiro (que devia ter abordado o lance de outra maneira) e de
cabeça fazer a igualdade. Não era bom os turcos conseguirem a igualdade tão
cedo, mas a nossa resposta voltou a ser excelente. O Seferovic teve uma boa
jogada, depois de um erro defensivo do mesmo Luyindama, que culminou num remate
na passada que foi pena ter ficado nas pernas do Muslera. No entanto, aos 64’
um passe longo do Rúben Dias lançou o Seferovic em corrida, o suíço bateu o
defesa no corpo-a-corpo e à saída do Muslera atirou ao ângulo esquerdo da
baliza. Grande golo! Apesar da vantagem, nunca deixámos de atacar quando tínhamos
a bola, mas foi o Galatasaray a ter as duas oportunidades finais, num remate do
Feghouli que passou perto do poste e numa excelente defesa do Vlachodimos a um
cabeceamento do Luyindama na sequência de um livre.
Em termos individuais, destaque para o Florentino por uma
simples razão: estamos a falar de um miúdo de 19 anos, que tinha feito há quatro
dias os primeiros 30’ na equipa principal e joga em Istambul como com uma calma
olímpica. Impressionante! O Ferro é outro que parecia que já estava há muitos
anos na equipa. Grande jogo igualmente do Rúben Dias, um patrão na defesa. O Corchia
e Yuri Ribeiro estiveram bem melhor do que eu estava à espera, dado que não
jogavam há muito tempo. A dupla de avançados (Seferovic e João Félix) continua
a articular-se muito bem, com o suíço na melhor forma de sempre. Só os extremos
(Salvio e Cervi) não estiveram ao nível que nos habituaram, com o primeiro a
agarrar-se muito à bola e o segundo com algumas más decisões no capítulo do
passe.
Li por aí com muita graça que a equipa principal do Benfica
continua sem ganhar na Turquia. De facto, se me dissessem há dois meses que íamos
ganhar lá com uma defesa que incluía Corchia, Ferro e Yuri Ribeiro, eu teria
achado que a pessoa, no mínimo, estava ébria. Grande vitória e, quatro dias após
os 10-0, voltámos a fazer história! Vivemos, sem dúvida, dias muitos felizes,
em que nos dá muito gozo ver a constante evolução desta equipa. Digo isto agora,
de propósito, porque ainda não ganhámos nada e a meu ver esta decisão não deve
estar dependente de conquistarmos ou não títulos este ano: não sei o que o
presidente do Benfica está à espera para anunciar que o Bruno Lage irá ser o
treinador principal na(s) próxima(s) época(s).
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