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segunda-feira, fevereiro 11, 2019

D E Z__A__Z E R O!!!

Tivemos ontem o privilégio de assistir a algo que já não acontecia desde 1964, ou seja há 55 anos: ganhámos por 10-0 ao Nacional da Madeira. Nunca será demais repetir: dez a zero! DEZ A ZERO! Como na 6ª feira, o CRAC empatou 1-1 em Moreira de Cónegos (e só marcou ao malfadado minuto 92), a diferença está agora reduzia a um singelo ponto, com o Braga (2-1 ao Chaves) a dois do 1º lugar.

Para memória futura, vou fazer algo que nunca fiz neste blog, ou seja, colocar a ficha de jogo, porque algo que foi histórico merece ficar perpetuado:

Vlachodimos; André Almeida, Rúben Dias, Ferro e Grimaldo; Pizzi, Samaris (Florentino Luís, 62’), Gabriel e Rafa; João Félix (Krovinovic, 68’) e Seferovic (Jonas, 72’). Marcadores: Grimaldo (1’), Seferovic (21’ e 27’), João Félix (50’), Pizzi (54’ pen.), Ferro (56’), Rúben Dias (64’), Jonas (85’ e 90’) e Rafa (88’).

O meu amigo Bakero regozijou-se com o facto de o resumo que irá fazer do jogo ter pelo menos 15’ (e bem, porque a história merece ser vista com a atenção devida), mas este post, se fosse normal, teria de ter umas três páginas. Portanto, vou poupar-vos a isso e condenso tudo nalguns pontos:

- Já li por aí a curiosidade de terem sido 10 golos no dia do 60º aniversário do enorme Fernando Chalana (um dos mais míticos 10 do Benfica), sendo ontem dia 10, e com o nosso 10 actual a marcar o 10º golo. 

- Também já vi por aí comentado que o Nacional não existiu e isto foi bater em mortos. Não, meus caros, “não existir” e “bater em mortos” equivale a marcar alguns golos, e depois abrandar o ritmo e ser condescendente com o adversário. O que se passou ontem foi muito mais do que isso: foi jogar cada minuto a seguir aos golos, como se estivesse 0-0. Foi fazer uma pressão sufocante que obrigou a muitos erros do adversário. Foi ter respeito pelo público, pelo jogo e pelo adversário, de tal modo que, assim que o jogo acabou, a primeira coisa que os jogadores do Benfica fizeram foi confortar os colegas de profissão. E não se ouviu um único olé das bancadas durante toda a partida. E não se driblou o adversário em modo de gozo. E não se colocou o Vlachodimos a marcar o penalty. E o Pizzi e o Bruno Lage voltaram a dar uma palavra aos jogadores do Nacional na flash interview. Isto, sim, é respeito!

- O jogo de ontem deu para tudo: primeiro golo aos 33 segundos! Estreia do Ferro a titular e logo com um golo. Estreia do Florentino Luís, que em apenas 30’ foi o jogador com mais desarmes de todo o jogo (seis)! Regresso do Krovinovic e regresso do Jonas (que ainda teve tempo para bisar). É difícil pensar em algo que pudesse ter corrido melhor.

- O que eu mais gosto de ver no Benfica actual é a exigência de cada jogador em fazer as coisas bem. Vi o André Almeida genuinamente chateado consigo próprio na 2ª parte, quando um passe seu não chegou ao destino. Quase como se se sentisse um dos membros da orquestra que tivesse desafinado e estragasse o conjunto. Aliado a isto está a urgência absoluta em recuperar a bola quando a perdemos (Gabriel de novo em grande!), como se a bola fosse nossa e o adversário não tivesse direito a ela.

- Outra coisa que ressalta à vista e está ligada à anterior é a alegria com que os jogadores do Benfica jogam à bola. Quase como se fôssemos nós, adeptos, que daríamos a vida para estar lá dentro com aquela camisola. E é isso que cria esta ligação enorme que existe neste momento entre a equipa e o público. Como o Bruno Lage disse, logo quando tomou conta da equipa, o público conquista-se pelas exibições. E não com expressões como “temos de estar unidos”, “juntos somos muito fortes” e depois fazer exibições miseráveis mesmo que valham vitórias. Porque o público percebe que se está muito mais perto de não ganhar se jogarmos mal, do que se jogarmos bem.

- Contabilizem os cantos e os livres bem marcados pelo Pizzi agora por comparação ao que se passava antes de 3 de Janeiro. E os golos que conseguimos agora de bola parada. Treinar tem as suas certas vantagens...

- Quem não me conhece assim tão bem, fica espantado quando eu digo com genuína mágoa que lamento não ter visto ao vivo todos jogos na nova Luz: dos 406 que fizemos, só vi 403. É, meus caros, porque eu não quero NUNCA correr o risco de não estar presente num momento histórico como o do ontem. Não me perdoaria se não tivesse visto aquilo ao vivo. E, também por isso, faz-me tanta, mas tanta confusão que ainda ontem tenha visto alguns adeptos sair antes do final do jogo. Foram menos do que é habitual, mas ainda assim houve alguns. Repito o que já aqui escrevi: a não ser que tenham recebido uma chamada para irem ver um familiar muito próximo à beira de falecer, é indesculpável!

Vamos entrar novamente num ciclo terrível com imensos jogos em pouco tempo: na 5ª feira, estaremos em Istambul para defrontar o Galatasaray para a Liga Europa. Veremos como a equipa irá reagir à história que acabou de escrever, mas é inevitável que estejamos todos entusiasmados por ver o Benfica em campo outra vez.

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