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sexta-feira, novembro 09, 2018

Inoperância

Empatámos (1-1) frente ao Ajax na 4ª feira e só um milagre nos livrará de ir para a Liga Europa a partir de Janeiro. Mesmo se tivéssemos vencido os holandeses, teríamos continuado atrás deles, mas assim, com quatro pontos de desvantagem e uma ida a Munique num dos dois jogos que faltam, a qualificação para os oitavos da Champions é praticamente impossível.

O Rui Vitória trocou os alas (Salvio e Cervi em vez de Rafa e João Félix) e sentou o Pizzi em favor do Gabriel em relação à catástrofe do Moreirense, mas ‘jogar futebol’ é algo que continua muito distante daquilo que fazemos em campo... Curiosamente, até entrámos bem nos primeiros seis minutos, com remates do Grimaldo e Cervi a permitirem defesas do Onana, mas depois só aos 29’ entrámos de novo na área e para fazer o único golo: saída em falso do Onana a um lançamento lateral nosso e a bola a sobrar para o Jonas não perdoar. Até ao intervalo, o mesmo Jonas cabeceou de raspão num livre, quando estava em boa posição para aumentar a vantagem, mas foi o Ajax a ter a melhor oportunidade, já em cima dos 45’, num livre defendido pelo Vlachodimos e a recarga a não entrar por milagre, com um adversário a falhar o desvio em cima da linha de golo!

Apesar de termos conseguido o objectivo de não sofrer golos até ao intervalo, a 2ª parte adivinhava-se muito complicada. E a nossa postura foi revelada logo no início: foi a primeira vez na vida que vi uma equipa nossa perder tempo com uma substituição aos 47’. O Salvio tinha-se lesionado no final da 1ª parte, não foi substituído ao intervalo para o ser logo no princípio da 2ª parte pelo Rafa. Ridículo! Aos 55’, foi o Jonas a pedir a substituição e a entrar o Seferovic, mas o Ajax estava por cima e o inevitável aconteceu aos 61’: bola nas costas da nossa defesa, o Vlachodimos não foi lesto a sair, o Tadic contornou-o e picou a bola sobre o Rúben Dias, que não conseguiu cortar. Logo a seguir, o Grimaldo entrou na área, rematou, mas o Onana defendeu. O Pizzi ainda entrou a 15’ do fim, mas as coisas não se alteraram significativamente até final. Mesmo assim, no último minuto da compensação tivemos uma grande oportunidade num ressalto num canto, com a bola a sobrar para o Gabriel, que rematou para uma defesa de recurso com a perna do Onana.

Em termos individuais, o Grimaldo foi o melhor, na medida em que foi o único a ter capacidade de levar a bola com perigo para a frente. O Jonas não está visivelmente a 100% (nem poderia), mas leva o segundo jogo consecutivo a marcar e é isso que se quer num avançado. Todos os outros estiveram num nível mediano, mas o problema é outro: não estamos a jogar nada! Não há fio de jogo, o futebol é aos repelões e basta contabilizarmos um indicador: a quantidade de vezes que saímos a jogar com o Vlachodimos a chutar para frente! Aquilo não é nada! E volto a repetir o que já escrevi aqui anteriormente: não vejo capacidade na equipa técnica para conseguir da a volta a esta situação.

Teremos a deslocação a Tondela no próximo domingo, em que não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar mais pontos. Um resultado negativo tornaria a situação insustentável. Espero que isso não aconteça, porque a distância para os primeiros começaria a ser muito difícil de ultrapassar.

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