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quarta-feira, fevereiro 15, 2017

Sorte e eficácia

Vencemos o Borussia Dortmund por 1-0 na 1ª mão dos oitavos-de-final da Champions. Perante um adversário fortíssimo, não me custa nada a admitir que tivemos bastante sorte, um grande guarda-redes e que o resultado foi lisonjeiro para nós. Mas o futebol consegue ser imprevisível e sabe muito bem quando é a nosso favor!

Com o Jonas indisponível por problemas na coluna e o Zivkovic castigado ainda do tempo do Partizan, o Rui Vitória apostou no Rafa e manteve o Carrillo a titular. Entrámos bem nos primeiros cinco minutos, em que o Salvio deveria ter feito melhor quando estava em boa posição, mas o remate saiu demasiado torto. E, pronto, foi tudo da nossa parte até ao intervalo… Os alemães controlaram completamente a partida e foram criando oportunidades para marcar, mas o Aubameyang & Cia tiveram felizmente um jogo para esquecer em termos de finalização. O gabonês falhou isolado perante o Ederson pouco depois dos dez minutos, o Lindelof cortou um remate do Dembélé que ia para a baliza e o Fejsa não conseguiu proteger a bola perante o Raphael Guerreiro, que ainda centrou, mas o Aubameyang chegou atrasado. Ou seja, poderíamos bem ter chegado ao intervalo com a eliminatória decidida contra nós. A posse de bola do Dortmund era brutal e nós não conseguíamos ligar um passe.

Para a 2ª parte, o Rui Vitória decidiu que estava na altura de voltar a jogar com 11 e tirou o Carrillo, que depois da grande exibição frente ao Arouca (ah, não, espera, afinal só marcou um bom golo…!) voltou ao nível com que nos habituou. Para o seu lugar, avançou o Filipe Augusto e a equipa ficou mais sólida no meio-campo. Entrámos novamente bem e fomos altamente eficazes ao marcar na única vez em que um remate nosso chegou à baliza: canto do Pizzi aos 48’, cabeçada do Luisão que o guarda-redes Burki provavelmente defendia, se o Mitroglou não tem desviado a bola e atirado posteriormente para a baliza. Golo à ponta-de-lança! A partir daqui, o Borussia voltou a vir para cima de nós e valeu-nos São Ederson que fez uma exibição a lembrar a do Preud’homme frente à Fiorentina em 1996/97: defesas perante o Dembélé, Reus, Piszczek e a um remate do Pulisic que foi desviado pelo Jiménez! Com se isto não bastasse, pelo meio ainda defendeu um penalty do Aubameyang aos 58’, a punir um carrinho do Fejsa com o braço demasiado levantado. O mesmo Aubameyang que, completamente isolado, já tinha atirado novamente por cima antes disso. Quanto a nós, defendíamos com muita garra, para além da do Filipe Augusto a entrada do Cervi também contribuiu para isso, mas por umas quantas vezes não conseguimos meter o passe que poderia criar uma situação de desequilíbrio a nosso favor.

O destaque óbvio do jogo, por tudo o que já referi, é o Ederson, que ontem terá selado definitivamente a sua saída no final da época. Depois do que se viu, será impossível que algum tubarão não o venha buscar. Outro em grande evidência foi o capitão Luisão, que fica com muito para contar no seu 500º(!) jogo pelo Benfica. É o Maior! O Lindelof foi igualmente muito importante para manter a nossa baliza a zeros. O Salvio foi o melhor na 1ª parte, mas esteve mais discreto na 2ª, quiçá a ressentir-se fisicamente do esforço. O Pizzi passou bastante ao lado do jogo e também já vi o Fejsa fazer melhor. Não é fácil conter o ataque dos alemães, é certo, mas ambos pareceram um pouco perdidos especialmente na 1ª parte. O Mitroglou marcou um golo importante e merece naturalmente uma palavra por isso. Quanto ao Carrillo, já disse o que tinha a dizer e o Rafa também quase não se viu. A diferença para o Cervi foi brutal, aliás, não percebo porque é que o argentino é muitas vezes preterido em favor daqueles dois…

Foi uma vitória que nos dá bastante prestígio, iremos sofrer na 2ª mão, mas neste momento estamos em vantagem. A estatística vale o que vale, mas das 13 vezes que fomos para a 2ª mão com uma vantagem de 1-0 só numa fomos eliminados (Anderlecht na pré-eliminatória da Champions em 2004/05). No entanto, o que me interessa mesmo é o campeonato e veremos como a equipa reagirá a este desgaste em Braga.

1 comentário:

Anónimo disse...

Jogar com o Rafa e o Carrillo é jogar com 2 a menos... foram fracos e deslocados. Com os euros do custo do Rafa, quantos nos. 8 comprávamos com mto bom nivel??? Exibição sofrível e humilhante. O RV é forte com a maioria dos fracos e muito fraco com os de valor similar ao SLB. Basta reparar nos jogos com Nápoles, Fruteiros e Lagartos. Aparece uma equipa em condições e o RV não sabe preparar a equipa para estes embates. Vê-se uma equipa temerosa, receosa, a defender, medrosa, sem classe, sem ligação ou pressionante!!! Temo que a época vá terminar sem títulos...E tanto mas tanto é necessário o Tetra!!! E as inúmeras lesões? Sem explicação.