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segunda-feira, fevereiro 20, 2017

Mitroglou

Obtivemos uma vitória importantíssima em Braga por 1-0 e continuamos na liderança do campeonato com o CRAC a um ponto e a lagartada a dez. Pelo segundo jogo consecutivo, o Mitroglou resolveu e desta feita com um do melhores golos do campeonato. Tal como se esperava, foi uma partida complicadíssima em que só marcámos a dez minutos do fim, mas numa altura em que estávamos a ser a melhor equipa.

Já se sabe que as jornadas depois da Champions têm sempre um nível de dificuldade acrescido (basta ver os resultados de todas as equipas que participam naquela competição) e não ajudava nada que esta fosse a ida a Braga, mesmo que os locais não passem por um bom momento. Com o Jonas ainda sem estar recuperado, voltou a jogar o Rafa no seu lugar, tendo reentrado o Zivkovic na equipa em vez do Carrillo. Entrámos melhor nos primeiros minutos, mas foi sol de pouca dura, porque o adversário foi superior na maior parte do primeiro tempo. Mesmo assim, as (poucas) oportunidades foram repartidas, porque o Mitroglou desviou por cima num lance em que o Marafona ainda tocou na bola antes de ela chegar ao grego e levámos com uma bola ao poste pelo Battaglia, na sequência de um canto já perto do intervalo.

A 2ª parte principiou na mesma toada, mas com o passar o tempo o Braga foi-se afundando e nós subindo de produção. O problema foi que não conseguíamos rematar à baliza, porque o último passe invariavelmente não saía e nós tínhamos alguma cerimónia perto da área. Os treinadores foram fazendo substituições, mas as nossas acrescentaram mais do que as deles, com destaque para a entrada do Jiménez que acabou por ter acção no golo: roubo de bola do Pizzi ao Assis aos 80’, contra-ataque nosso com o mexicano a abrir no Mitroglou descaído sobre a direita, o grego parecia que estava a demorar muito, mas num espaço mínimo de terreno desenvencilhou-se de dois defesas, aguentou a carga de um terceiro e atirou por entre as pernas do Marafona! Um lance genial que não desmereceria ao Messi! Até final, conseguimos manter o Braga longe da nossa área, com excepção de um livre já depois dos 90’ em que deixámos um adversário cabecear à vontade, mas a bola foi fraca para as mãos do Júlio César.

Em termos individuais, o Mitroglou é obviamente o homem do jogo. Um golo daqueles, ainda por cima sendo o único, é razão mais do que suficiente. Também gostei bastante do Rafa, que terá feito o melhor jogo desde que chegou. Bastante rápido, a antecipar-se muitas vezes aos defesas, tem que aprender a definir melhor o último passe e a aprender a rematar. O Lindelof estava a fazer um óptimo jogo, mas aquela última bola foi responsabilidade sua. O Eliseu estava igualmente bem, mas resolveu sair a fintar no meio-campo a meio da 2ª parte e provocou um contra-ataque muito perigoso ao Braga. Grande parte do nosso problema neste jogo (e frente ao Dortmund) residiu no facto de tanto o Pizzi como o Fejsa não estarem na sua melhor forma. O nosso meio-campo nunca se conseguiu impor de forma consistente e acho que o Rui Vitória terá de pensar numa solução alternativa em partidas perante adversários mais fortes: claramente neste momento só Pizzi e Fejsa não são suficientes.

Depois do que se viu na 6ª feira (com o CRAC a ganhar 4-0 ao Tondela, mas com o primeiro golo perto do intervalo a sair de um penalty inventado e logo a seguir uma expulsão por duplo amarelo em que foi o Soares a fazer falta sobre o defesa, cortesia do sr. Luís Ferreira), este jogo era crucial para mostrar que, apesar de estarem a fazer tudo para puxar outra equipa lá para cima, nós não nos deixamos abater assim tão facilmente. Mesmo não tendo feito uma exibição por aí além, conseguimos o mais importante e, se ficarmos todos felizes em Maio, ir-nos-emos lembrar desta vitória no final da época como um dos momentos mais marcantes.

P.S. – Nomear o sr. Tiago Martins, que tinha expulsado o Rui Vitória na meia-final da Taça da Liga, para este jogo foi claramente uma provocação. Se o golo invalidado ao Mitroglou ainda se pode aceitar, porque é muito difícil de ver, e no penalty sobre o Salvio a maneira como ele cai pode suscitar dúvidas (mas é penalty, porque é rasteirado na perna esquerda), há dois lances que o definem enquanto árbitro. Na 1ª parte, o Rafa é rasteirado, mas a bola sobra para o Salvio que ia fazer um ataque perigoso, mas ele não dá a lei da vantagem e apita para mostrar o amarelo ao jogador do Braga. Na 2ª parte, o Eliseu agarra o Rui Fonte, este cai e tenta passar a bola para dois colegas que ficariam em boa posição para um ataque perigoso, mas não o consegue e só aí o árbitro assinalou a falta e o amarelo. Ou seja, esteve claramente à espera para ver no que o lance ia dar antes de apitar. De falta de coerência não pode ser acusado...!

1 comentário:

Anónimo disse...

Na passada 6.ª feira deixei, em comentário a um artigo do "Geração Benfica", o seguinte comentário:

"SÓ QUANDO HOUVER MORTES É QUE ISTO VAI AO LUGAR!!!
Este país É UMA ESTRUMEIRA A CÉU ABERTO, pejada de políticos, advogados, juízes, capitalistas e empresários corruptos, que vogam à superfície da lama em que chafurdam sem que nada, nem ninguém, os importune. À pala dessa realidade, são cada vez mais os que pautam o seu comportamento e atitude por esses padrões de arrogância, roubo e manipulação das coisas, como é o caso de muitos dirigentes e agentes desportivos, com particular relevância para os árbitros de futebol (e não só!...).
A história ensina-nos que nunca ninguém abriu mão de nada, mesmo quando o que tem foi obtido de forma fraudulenta e em prejuízo de outros.
Temos, por isso, toda a legitimidade para usar as mesmas armas dos outros e, em última instância, até fazer uso de processos violentos. A violência de vilipendiar os outros é razão mais do que suficiente para legitimar o recurso à violência, na busca de um tratamento justo e igualitário.
Como referiu Maiakovski, todos diziam que o rio era violento, mas ninguém interiorizava que as margens que o oprimiam também eram uma violência...

PS - Podem achar que este comentário é violento, e excessivo, e, até, podem decidir não o publicar. Estarão no seu direito, obviamente. Mas podem ter a certeza que há cada vez mais pessoas a pensar como eu, e uma consciência social em crescendo, que está cada vez mais a inclinar-se para a inevitabilidade de medidas extremas para combater o que não pode ser combatido com paliativos..."

Depois de ter visto a arbitragem de ontem, em Braga, onde não se marcou um penalty claríssimo sobre o Salvio, na parte inicial do jogo, onde se anulou um golo ao Mitroglu por pretenso fora-de-jogo (sim, as imagens da TV, mesmo sendo da SportTV são claríssimas!...), e onde ficou por marcar um segundo penalty sobre o Mitroglu (que é puxado para trás, inequivocamente, pela gola, pelo central do Braga...), e onde o "boi" de preto assinalou um colhão de faltas sobre um médio do Braga, que caía mesmo quando nem era soprado, reitero a minha convicção, anteriormente expressa: SÓ QUANDO HOUVER MORTES É QUE ISTO VAI AO LUGAR!!!
Não serve de nada andarmos com atitudes comedidas nem a pedir reuniões ao Conselho de Arbitragem. Não sejamos pategos, porque isso não serve de nada. Um enxerto de porrada "à moda antiga", um soco nas fuças para "conduzir" o gajo ao dentista e/ou ao cirurgião plástico, umas pernas e uns braços partidos... podem resultar, se inseridos numa estratégia de "... se não te pões fino, a seguir elas mordem-te com mais força!..."
O direito à violência existe, sim, quando ela for a única forma de repor um tratamento justo e equitativo!
Puta que pariu a este país de merda, onde a corrupção, o compadrio e vigarice não são punidas! Estou farto, farto, farto!!!

(Zé do Telhado)